Intervindo activamente no debate, os deputados comunistas definiram com clareza os pontos negros que, do seu ponto de vista, fazem deste um mau orçamento.
Eis alguns desses traços negativos:
Esbulho dos salários e pensões, promoção do desemprego e da precariedade, ataque às funções sociais do Estado;
Pesada carga fiscal sobre os trabalhadores e o povo;
Ataque ao poder local e à sua autonomia;
Privatização de empresas e sectores estratégicos;
Mais 1200 milhões de euros de austeridade adicional a somar à que agravou nos últimos anos as condições de vida dos portugueses;
Congelamento dos salários na administração pública até 1500 euros e novos cortes nos salários acima desse valor, que podem ir até aos oito por cento;
Milhares de funcionários públicos ameaçados pela requalificação, primeiro passo para o despedimento;
Cortes dos suplementos remuneratórios, do subsídio de refeição, das ajudas de custos e da remuneração do trabalho suplementar e trabalho nocturno;
Corte dos complementos de pensão dos reformados das empresas públicas;
Investimento público muito abaixo dos limiares que permitam obter um crescimento sustentável do PIB;
Estrangulamento financeiro e desmantelamento dos serviços públicos e das funções socais do Estado (corte de 8,3 por cento nos orçamentos da Educação e do Ensino Superior; 0,7 por cento nos serviços públicos de Saúde; 1,4 por cento na Solidariedade, Emprego e Segurança Social);
Favorecimento do grande capital através de pagamento de juros da dívida, PPP, benefícios fiscais.