Galp Energia
Vários fundos de investimento entraram recentemente na Galp Energia, o que mostra como os resultados da privatização atraem a gula do capital, observou a Comissão Central de Trabalhadores da Petrogal, que contabiliza um aumento de 45 por cento nos dividendos distribuídos, entre 2011 e 2013. Num comunicado de dia 17, a CCT faz «um breve balanço» da privatização, que entregou aos accionistas 748,6 milhões de euros em três anos e meio, valor equivalente à construção de nove hospitais como o Beatriz Ângelo, em Loures. O último passo da privatização foi dado em Agosto de 2011, quando a Caixa Geral de Depósitos, por ordem do Governo, abdicou dos direitos especiais que lhe tinham sido conferidos por um acordo para-social tripartido (com a ENI e o Grupo Amorim), uma modalidade distinta das «acções douradas» (golden share) e que não foi alvo de proibição pela Comissão Europeia, lembra a CCT.
Para os trabalhadores, a privatização representou o início de um ajuste de contas, com recusa de aumentos salariais, ataque ao Acordo de Empresa, reestruturações infindáveis e chantagens ilegítimas para expulsar centenas de pessoas dos quadros da empresa ou levá-las a abdicar do seu fundo de pensões. E nem para o tão apregoado abaixamento dos preços dos combustíveis a privatização da Galp Energia e da Petrogal serviu.