Belgas unem-se em frente de protesto

Revolta cresce

Uma semana após as greves em quatro regiões belgas, trabalhadores dos diferentes sectores paralisaram, na segunda-feira, 1, as regiões de Liège, Namur, Flandres Ocidental e Oriental.

Contestação social amplia-se na Bélgica

Image 17193

O êxito das greves foi visível na ausência de comboios, autocarros, de recolha de lixo ou distribuição de correio ou de jornais.

A presença de numerosos piquetes de greve junto a unidades industriais, grandes superfícies comerciais, estabelecimentos de ensino, hospitais e outros serviços públicos era um sinal claro de que ali não se trabalhou.

As greves, particularmente nos caminhos-de-ferro, tiveram repercussões noutras regiões do país, com várias linhas nacionais paralisadas.

Na Flandres Oriental, o importante porto de Gand foi selado pelos piquetes de greve. O mesmo aconteceu no parque de empresas da Volvo Cars e da Hondaeem muitas outras grandes empresas da região.

O movimento de greve encerrou também centenas de pequenas e médias empresas, muitas das quais envolvidas pela primeira vez numa jornada de protesto.

Em alguns casos, os agricultores juntaram-se aos operários para ajudar a bloquear com os seus tractores acessos parques de indústrias, como se verificou no município de Renaix relativamente às empresas têxteis situadas na zona industrial de Klein Frankrijk.

O cenário repetiu-se nas regiões de Liège e Namur, confirmando o repúdio generalizado pelas políticas de austeridade que o governo de direita pretende impor aos belgas.

Se a forte adesão às greves regionais parece ter garantido o êxito da greve geral nacional marcada para 15 de Dezembro, sindicatos e trabalhadores estão dispostos a ir mais além.

Se o governo permanecer surdo aos protestos, as acções de lua continuarão.

As exigências são elementares e por todos compreendidas.

Ninguém aceita o congelamento dos salários, quebrando-se a antiga regra da actualização em função da inflação.

Ninguém aceita o amento da idade da reforma para os 67 anos ou o fim das reformas antecipadas.

Todos lutam em defesa dos serviços públicos, em particular em defesa da companhia pública de caminhos-de-ferro, em vias de desmantelamento.

Para o Partido do Trabalho da Bélgica, «a resistência actual pode vencer o presente combate social e democrático. Ou seja, obrigar à paragem da máquina anti-social do governo».




Mais artigos de: Europa

Não à pobreza e desemprego

Uma greve geral paralisou a Grécia, dia 27, em repúdio pelas desastrosas políticas de austeridade e contra a permanência da troika no país.

Juncker sobrevive à censura

O presidente da Comissão Europeia escapou à censura do Parlamento Europeu, vendo chumbada, dia 27, a moção apresentada pelas formações de extrema-direita, a única que conseguiu reunir assinaturas suficientes para ser votada. Em causa estava o escândalo dos...

Milhares nas ruas

Milhares de pessoas manifestaram-se, no sábado, 29, em várias cidades espanholas contra a austeridade e a miséria, culminando uma semana de luta sob o lema «pão, trabalho, tecto e dignidade». A manifestação começou na estação de Atocha e...

«Abrindo as janelas»

Com um sugestivo antetítulo, o mesmo que encima esta crónica, a Comissão Europeia lançou na passada semana um comunicado de imprensa sobre o Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento UE-EUA («Transatlantic Trade and Investiment...