Aos 90 anos, faleceu Manuel Vilela, que assumia responsabilidades centrais no trabalho de fundos e no controlo financeiro. Nascido na freguesia de Galveias, no concelho de Ponte de Sor, tomou desde cedo a opção de se envolver na luta pela liberdade e o socialismo. Enquanto estudante nocturno do Instituto Comercial de Lisboa, integrou o movimento associativo. Mas foi como trabalhador-estudante que iniciou a sua actividade antifascista, envolvendo-se na luta estudantil, juvenil e dos trabalhadores.
Pertenceu ao MUD-Juvenil e ao Juvenil dos Seguros e ao Sindicato de Seguros de Lisboa, de cuja direcção foi expulso devido à sua participação na campanha eleitoral de Ruy Luís Gomes. Integrou o Movimento Nacional Democrático.
Em 1953, com 29 anos, fez a sua opção de classe, aderindo ao Partido Comunista Português, cujo projecto abraçou até ao fim da sua vida com a mesma entrega, convicção e confiança. Em Junho de 1959, é preso pela PIDE: julgado um ano depois, é condenado a dois anos de prisão e medidas de segurança. Passou pelo Aljube, por Caxias, pelo Porto e por Peniche. Quando saiu, em 1964, mantinha intactas as suas convicções e a sua determinação.
À data da revolução, participava na Comissão Democrática Eleitoral (CDE) da zona do Estoril. Após o 25 de Abril, assume a presidência da Comissão Administrativa da Junta de Freguesia de Galveias, sendo mais tarde presidente da Assembleia Municipal de Ponte de Sôr.
Manuel Vilela era um destacado contabilista na empresa onde trabalhava quando aceita a proposta de entrar no quadro de funcionários do Partido, assumindo responsabilidades centrais na área da contabilidade. O seu contributo foi determinante para a organização, no plano nacional, do trabalho de fundos do Partido e no controlo financeiro, associando a sua competência técnica e facilidade de relacionamento à preparação política e ideológica.
No seu funeral, realizado no domingo, interveio Alexandre Araújo, do Secretariado do Comité Central.