- Nº 2151 (2015/02/19)
PCP propõe Conferência intergovernamental sobre
a dívida e o Tratado Orçamental

Quem perde e quem ganha

Assembleia da República

A renegociação da dívida, nos moldes propostos pelo PCP (prazos, juros, montantes), é uma necessidade e um imperativo nacional, por várias razões. E a mais importante é, desde logo, a circunstância de o serviço da dívida pública ser hoje um factor de estrangulamento brutal à capacidade de investimento do País e à capacidade do Estado de executar plenamente as suas funções e competências.

Não renegociar a dívida é, pois, garantidamente, um ganho para os banqueiros, os especuladores, os grandes grupos económicos e financeiros, o grande capital nacional e transnacional.

Sem a renegociação, em contrapartida, como refere o PCP, «perdem os trabalhadores, os reformados e o povo, que pagam com os cortes nos salários, nas reformas e nas pensões, nas prestações sociais, nos rendimentos, na saúde, na educação, na ciência, na cultura, nos serviços públicos, com a degradação do poder de compra, dos níveis de vida, dos direitos laborais e cívicos, com o desemprego, a precariedade, a emigração forçada, o empobrecimento e a miséria».

Mas não só. Sem a renegociação da dívida, lembra ainda a bancada comunista, perdem a economia nacional e o País, com a «entrega ao desbarato de recursos, patrimónios, empresas estratégicas, serviços públicos e centros de decisão, com a degradação do investimento, da capacidade instalada, da produção e da actividade económica, com a recessão e a estagnação económicas», entre outros incontáveis prejuízos.