- Nº 2152 (2015/02/26)
Trabalhadores e utentes mobilizam-se pelo SNS

Constituição na Saúde

Trabalhadores

Uma nova política para a Saúde, que respeite os princípios fundamentais da Constituição da República, foi exigida no dia 19, numa concentração frente ao Ministério de Paulo Macedo.

Para o final da tarde de quinta-feira da semana passada, a Plataforma Lisboa em Defesa do Serviço Nacional de Saúde convocou uma marcha, que partiu do Hospital Curry Cabral em direcção ao Ministério. Os activistas da Plataforma – constituída pela União dos Sindicatos de Lisboa e por sindicatos da área da Saúde (enfermeiros, psicólogos, médicos e trabalhadores em funções públicas e sociais), pelo Movimento Democrático de Mulheres, pelo MURPI (através da sua federação distrital de associações de reformados, a Farpil) e pela Inter-Reformados, pelo Movimento de Utentes dos Serviços Públicos e por comissões de utentes de Lisboa e da Amadora – deslocaram-se em cordão humano, transportando faixas e bandeiras e gritando palavras de ordem.
Representantes das diversas estruturas fizeram breves intervenções, durante a concentração na Avenida João Crisóstomo, onde também usou da palavra Carla Cruz, deputada do PCP, para saudar a jornada e os participantes.
Da descrição da situação da Saúde no distrito, decorre a reclamação de uma nova política e a lista de medidas a que esta deverá dar corpo. Nos 14 pontos elencados na moção que foi aprovada na concentração (e que nenhum responsável do Ministério se dispôs a receber em mão), incluem-se:

uma melhor gestão, com equidade e acesso universal aos cuidados de saúde,
o fim da «promiscuidade público-privada»,
a redução dos custos suportados pelos utentes,
a revogação das taxas moderadoras,
a suspensão das decisões de encerramento da Maternidade Alfredo da Costa e de vários serviços em hospitais,
a abertura de mais hospitais, nomeadamente em concelhos deficitários, como Sintra,
reforço dos meios dos Cuidados de Saúde Primários e das Urgências,
reforço da rede pública de Cuidados Continuados e alargamento da rede de Cuidados Paliativos,
acesso de todos a tratamento e medicamentos adequados,
valorização das carreiras profissionais, políticas remuneratórias justas, respeito pelos direitos dos trabalhadores,
aumento do número de profissionais, para fazer face às necessidades,
regularização de milhares de vínculos laborais precários, acabando com o recurso a empresas de sub-contratação.

Esta luta, como foi salientado, não vai parar e terá uma importante etapa já no dia 7 de Março, inserida na manifestação nacional da CGTP-IN.

Marcha em Benavente

No domingo, dia 22, realizou-se em Benavente uma marcha de protesto em defesa do Serviço Nacional de Saúde, promovida pela Comissão de Utentes daquele concelho. Partindo cerca das 10h30 das proximidades da Santa Casa da Misericórdia, a marcha terminou junto ao Centro de Saúde, com uma concentração. Os cerca de 200 participantes, entre os quais se encontravam os presidentes da Câmara e da Assembleia Municipal (eleitos do PCP) e outros membros de órgãos autárquicos do município e das freguesias, aclamaram uma moção a exigir mais profissionais para o Centro de Saúde de Benavente, a manutenção das extensões de Saúde de Santo Estêvão e de Porto Alto e a reabertura das unidades encerradas em Barrosa, Foros da Charneca e Foros de Almada.