DAR MAIS FORÇA À CDU

«Uma força em cres­ci­mento a mos­trar que a al­ter­na­tiva é pos­sível, ne­ces­sária e ur­gente»

A si­tu­ação po­lí­tica con­tinua mar­cada pela acção do Go­verno, seja no pros­se­gui­mento da po­lí­tica de ex­plo­ração e em­po­bre­ci­mento, seja na in­ten­si­fi­cação da pro­pa­ganda tendo em vista as elei­ções. En­tre­tanto, vai-se tor­nando cada vez mais evi­dente a aposta do grande ca­pital no PS como al­ter­nância de poder para con­ti­nuar a po­lí­tica de di­reita. De facto, entre os Pro­gramas de Es­ta­bi­li­dade e Na­ci­onal de Re­formas do Go­verno e as pro­postas para uma dé­cada apre­sen­tadas pelo PS não há di­fe­renças de fundo nas ques­tões es­tru­tu­rantes: pri­va­ti­za­ções, sub­missão à dí­vida, ao euro e à União Eu­ro­peia, le­gis­lação la­boral, apoios e be­ne­fí­cios ao grande ca­pital. Há, quando muito, va­ri­a­ções de ritmo e in­ten­si­dade na sua con­cre­ti­zação. A con­firmá-lo aí está a con­tra­pro­posta do PS à pri­va­ti­zação da TAP. O Go­verno avança para a pri­va­ti­zação total da­quela em­presa es­tra­té­gica. O PS, em «al­ter­na­tiva», propõe a pri­va­ti­zação de 49 por cento, pro­cu­rando, desta forma, des­viar as aten­ções da questão cen­tral que é a pró­pria pri­va­ti­zação. E como mostra o pro­cesso das pri­va­ti­za­ções no nosso País, da res­pon­sa­bi­li­dade dos go­vernos PS e PSD, com ou sem o CDS, muitas delas co­me­çaram por ser par­ciais, mas de­pressa se trans­for­maram em to­tais ou mai­o­ri­ta­ri­a­mente con­tro­ladas pelo grande ca­pital. A con­firmá-lo está também a pro­posta do PS, con­di­ci­o­nada e adiada para 2016, da re­po­sição das 35 horas de tra­balho na ad­mi­nis­tração pú­blica.

E é neste quadro que, te­mendo que os tra­ba­lha­dores e o povo se de­cidam pela al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de es­querda com que o PCP e a CDU se apre­sentam aos por­tu­gueses, que co­nhe­cidas fi­guras dos cír­culos eco­nó­micos da po­lí­tica de di­reita, entre as quais o Pre­si­dente da Re­pú­blica, vão fa­zendo apelos aos con­sensos a pensar num novo «bloco cen­tral», que reu­nindo PS e PSD (com ou sem o CDS), possa ga­rantir es­ta­bi­li­dade go­ver­na­tiva à apli­cação das novas e mais graves me­didas de ex­plo­ração, em­po­bre­ci­mento e sub­missão, que pla­neiam.

Ao mesmo tempo, vão si­len­ci­ando e dis­cri­mi­nando o PCP e a CDU nos ór­gãos da co­mu­ni­cação so­cial que con­trolam. Em pa­ra­lelo, põem em marcha uma vasta ope­ração para al­terar a lei de co­ber­tura jor­na­lís­tica dos actos elei­to­rais e, em nome da cha­mada li­ber­dade de im­prensa, le­gi­timar e le­ga­lizar o livre ar­bí­trio, a dis­cri­mi­nação e o si­len­ci­a­mento dos que con­tra­põem à po­lí­tica de di­reita uma ver­da­deira al­ter­na­tiva.

O Par­tido pros­segue a sua acção com um di­ver­si­fi­cado con­junto de ini­ci­a­tivas com des­taque para as co­me­mo­ra­ções dos 70.º ani­ver­sário da vi­tória sobre o nazi-fas­cismo, que in­cluiu a sessão po­lí­tico-cul­tural da pas­sada sexta-feira, com a par­ti­ci­pação do Se­cre­tário-geral; o voto pro­posto pelo Par­tido e apro­vado na As­sem­bleia da Re­pú­blica; e o apelo comum pro­posto pelo PCP e já subs­crito por de­zenas de par­tidos co­mu­nistas e ope­rá­rios, entre muitas ou­tras ini­ci­a­tivas; o En­contro Con­ce­lhio da CDU em Beja, com a par­ti­ci­pação do ca­ma­rada Je­ró­nimo de Sousa; as ac­ções de­sen­vol­vidas em de­fesa da Se­gu­rança So­cial da pas­sada sexta-feira; os en­con­tros do PCP com o PEV, a ID e o Co­mité Olím­pico de Por­tugal da se­mana pas­sada; a au­dição sobre a «A Eco­nomia e as Em­presas», de an­te­ontem; a au­dição/​de­bate sobre «A tra­gédia no Me­di­ter­râneo, a Eu­ropa “for­ta­leza” e a po­lí­tica de mi­gra­ções», que hoje se vai re­a­lizar.

Pros­se­guem também os pre­pa­ra­tivos para a marcha na­ci­onal de 6 de Junho, ta­refa pri­o­ri­tária que deve en­volver todo o co­lec­tivo par­ti­dário, os ac­ti­vistas da CDU e muitos ou­tros de­mo­cratas e pa­tri­otas, po­ten­ci­ando o bom am­bi­ente que se vive, com as me­didas de di­vul­gação, or­ga­ni­zação e mo­bi­li­zação que se im­põem.

Urge também pros­se­guir a acção de rua e de con­tacto com as po­pu­la­ções e tomar me­didas para o alar­ga­mento do com­pro­misso com apoi­antes da CDU. Avança a pre­pa­ração do pro­grama elei­toral do Par­tido cujos eixos cen­trais serão apre­sen­tados, em sessão pú­blica, a 26 de Maio.

Re­gista-se também o grande êxito atin­gido pela cam­panha de re­cru­ta­mento que trouxe ao Par­tido dois mil cento e de­zas­sete novos mi­li­tantes e a quem se des­tina a sessão que hoje, ao fim da tarde, terá lugar no centro de tra­balho Vi­tória. E deve con­ti­nuar a me­recer atenção a fi­na­li­zação da acção na­ci­onal de con­tactos, a pre­pa­ração, di­vul­gação e venda an­te­ci­pada de EP da Festa do Avante! e a cam­panha na­ci­onal de fundos para a compra da Quinta do Cabo da Ma­rinha.

No plano da acção de massas, va­lo­riza-se o con­junto de lutas em curso, as­so­ciado à ne­ces­si­dade do re­forço da acção rei­vin­di­ca­tiva e à sua in­ten­si­fi­cação na de­fesa de di­reitos e na exi­gência da rup­tura com o ac­tual rumo de de­sastre na­ci­onal, no­me­a­da­mente: a greve nos Trans­portes No­gueira em Braga; a greve e ma­ni­fes­ta­ções na Re­nault Cacia em Aveiro; a greve nos STCP com uma adesão de 100 por cento. Hoje, temos a greve na Carris e, amanhã, a acção dos tra­ba­lha­dores da Saúde da Função Pú­blica; na pró­xima terça-feira, 19, será a vez da greve do Metro de Lisboa; dia 21, ha­verá ma­ni­fes­tação contra a pri­va­ti­zação das em­presas pú­blicas de trans­portes; na Pe­trogal, te­remos greves, de 17 a 21, na re­fi­naria de Leça da Pal­meira e, de 19 a 21, na re­fi­naria de Sines.

A Marcha Na­ci­onal «A força do povo» – todos à rua por um Por­tugal com fu­turo –, pro­mo­vida pela CDU será uma po­de­rosa jor­nada de luta e afir­mação da força e da von­tade do povo por­tu­guês, por um País livre da sub­missão aos in­te­resses fi­nan­ceiros, um País so­be­rano, de pro­gresso so­cial e de­sen­vol­vi­mento. Uma força em cres­ci­mento a mos­trar que a al­ter­na­tiva é pos­sível, ne­ces­sária e ur­gente.