Combater a precariedade e a exploração

O Sector das Co­mu­ni­ca­ções, Água e Energia da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Lisboa do PCP está a dis­tri­buir um co­mu­ni­cado aos tra­ba­lha­dores dos cen­tros de con­tacto de­nun­ci­ando a imensa pre­ca­ri­e­dade exis­tente no sector, e não só: afinal, são 48 por cento os jo­vens tra­ba­lha­dores em Por­tugal que têm um em­prego pre­cário, quando a média a UE, já de si ele­vada, ronda os 31,5 por cento. Acresce a isto o facto de 56,4 por cento dos jo­vens tra­ba­lha­dores terem um «tra­balho par­cial não vo­lun­tário», pois só estão nesta si­tu­ação por não en­con­trarem um posto de tra­balho a tempo in­teiro.

Mas não é tudo, ga­rante o PCP, re­cor­dando a taxa de de­sem­prego ju­venil (de 34,8 por cento), o que sig­ni­fica que um em cada três jo­vens está de­sem­pre­gado. Trata-se de um enorme «des­per­dício de qua­li­fi­ca­ções» o facto de só no dis­trito de Lisboa 90 mil jo­vens não es­tu­darem nem tra­ba­lharem.

Co­lo­cados os nú­meros, os co­mu­nistas passam de­pois à sua ava­li­ação, ques­ti­o­nando desde logo «a quem in­te­ressa a pre­ca­ri­e­dade e o de­sem­prego». Sabe-se que um tra­ba­lhador com con­trato a termo re­cebe menos 26 por cento do que outro com con­trato sem termo, que o sub­sídio de re­feição de um tra­ba­lhador con­tra­tado por uma em­presa de tra­balho tem­po­rário é in­fe­rior ao dos tra­ba­lha­dores vin­cu­lados à PT ou que, em média, um tra­ba­lhador com con­trato tem­po­rário ganha 3,33 euros à hora (en­quanto que os que têm um vín­culo efec­tivo au­ferem 5,60 euros). Assim se per­cebe, ga­rante o PCP, que «quanto menos di­reitos temos e menos re­ce­bemos mais damos a ga­nhar e mais en­gor­damos os bolsos de al­guns».

Ex­pli­cada a imo­ra­li­dade do tra­balho tem­po­rário, o Par­tido su­blinha a sua ile­ga­li­dade, nos moldes em que é pra­ti­cado pela PT. A lei, re­cordam os co­mu­nistas, «só per­mite a exis­tência de con­tratos a termo para a sa­tis­fação de ne­ces­si­dades tem­po­rá­rias das em­presas e por um pe­ríodo es­tri­ta­mente ne­ces­sário». A re­a­li­dade, como é sa­bido, é outra, bem di­fe­rente: a ge­ne­ra­li­zação do re­curso aos vín­culos pre­cá­rios, «sejam eles con­tratos a termo, re­cibos verdes, tra­balho tem­po­rário». Se os tra­ba­lha­dores ocupam postos de tra­balho per­ma­nentes, se fazem falta todos os dias à em­presa então não podem ter con­tratos pre­cá­rios.

Para o PCP, só com a luta é pos­sível in­verter esta si­tu­ação. A par­ti­ci­pação na Marcha «A Força do Povo», do pró­ximo dia 6, é uma opor­tu­ni­dade para, também os tra­ba­lha­dores dos cen­tros de con­tacto, fa­zerem ouvir o seu pro­testo e as suas exi­gên­cias.

 



Mais artigos de: PCP

Mais força ao PCP e à luta

Da 10.ª As­sem­bleia da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Viseu do PCP, re­a­li­zada no do­mingo com a pre­sença de Je­ró­nimo de Sousa, saiu um co­lec­tivo mais forte e de­ter­mi­nado em travar as exi­gentes ba­ta­lhas que tem pe­rante si, a co­meçar pela mo­bi­li­zação para a Marcha Na­ci­onal do dia 6.

Instrumento de promoção<br>da justiça social

Realizada no dia 21 num hotel de Lisboa, a audição «Melhor Segurança Social – um direito de todos», envolvendo militantes do PCP e independentes que têm acompanhado, reflectido e actuado na defesa do sistema público. Entre eles estiveram...

Lutar com alegria pela alternativa

O Par­tido está na rua, junto das pes­soas, mo­bi­li­zando forças e von­tades, apre­sen­tando pro­postas e so­lu­ções para o País. Em Al­mada, Lisboa e Porto ti­veram lugar im­por­tantes mo­mentos de afir­mação que vão con­fluir na Marcha Na­ci­onal «A força do povo».

Soluções encobertas

Anteontem apresentámos os objectivos e eixos essenciais do Programa Eleitoral do PCP às eleições legislativas. Este foi um momento alto de um processo ainda em movimento, com direito a directos nos canais informativos das três estações de televisão, peças de...