PORTUGAL TEM FUTURO

«Re­aver a es­pe­rança, re­cu­perar Abril e cons­truir o fu­turo»

Mais de cem mil pes­soas, numa imensa força que é a força do povo, da ju­ven­tude e da luta par­ti­ci­param na Marcha Na­ci­onal pro­mo­vida pela CDU, em Lisboa, no sá­bado pas­sado. Um imenso mar de gente que des­filou du­rante mais de duas horas pela Ave­nida da Li­ber­dade, num fan­tás­tico co­lo­rido de ban­deiras da Co­li­gação De­mo­crá­tica Uni­tária PCP-PEV e de pa­la­vras de ordem ex­pressas em pan­cartas, panos ou no clamor da mul­tidão. Gran­diosa afir­mação de von­tade e de luta do povo contra a ex­plo­ração, o em­po­bre­ci­mento e a cres­cente sub­missão do País aos in­te­resses do grande ca­pital. 

Foram mi­lhares e mi­lhares de por­tu­gueses, como frisou o Se­cre­tário-geral do PCP na sua in­ter­venção, «mu­lheres, ho­mens, jo­vens de todas as la­ti­tudes e con­di­ções so­ciais, gente como nós, gente do povo, que aqui vi­eram e aqui estão neste lugar sim­bó­lico que ce­lebra a li­ber­tação do País do do­mínio es­tran­geiro». E su­bli­nhou: «uma mas­siva pre­sença que é a afir­mação de que ja­mais re­nun­ci­arão a viver num País so­be­rano e in­de­pen­dente e nunca acei­tarão ver Por­tugal trans­for­mado num apên­dice de Bru­xelas com troika ou sem troika, apên­dice das prin­ci­pais po­tên­cias eu­ro­peias, nem su­jeito ao seu mando». 

Uma força capaz de travar o rumo po­lí­tico contra Abril, os seus di­reitos e con­quistas, de de­clínio e de­sastre na­ci­onal pros­se­guido pelos par­tidos da po­lí­tica de di­reita (PS, PSD e CDS), nos úl­timos 38 anos e nos 30 anos de in­te­gração ca­pi­ta­lista eu­ro­peia. Uma forte afir­mação de von­tade e con­fi­ança numa po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda pela li­ber­tação do País, pela pro­dução na­ci­onal e o em­prego, pelos ser­viços pú­blicos, pela jus­tiça fiscal, o de­sen­vol­vi­mento, a so­be­rania e a de­mo­cracia.

Como era pre­vi­sível, a marcha não teve na co­mu­ni­cação so­cial do­mi­nante a pro­jecção que por si jus­ti­fi­cava. Pro­curou-se assim evitar o seu efeito mo­bi­li­zador sobre muitos por­tu­gueses que, apesar de pe­na­li­zados pela po­lí­tica de di­reita, são atraídos pela ide­o­logia do­mi­nante para a aco­mo­dação e o con­for­mismo ou para o ter­reno das falsas al­ter­na­tivas. Falsa al­ter­na­tiva como aquela que o PS pro­ta­go­nizou na sua Con­venção onde aprovou o pro­grama elei­toral. Um pro­grama para ga­rantir a al­ter­nância com o Go­verno PSD/​CDS e pros­se­guir o es­sen­cial da po­lí­tica de di­reita ao ser­viço do grande ca­pital.

Foi, por isso, per­ti­nente o apelo do Se­cre­tário-geral do PCP para que cons­tru­amos uma grande, com­ba­tiva e es­cla­re­ce­dora cam­panha elei­toral de massas com cada um de nós como pro­ta­go­nista, ac­ti­vista da CDU.

É pre­ciso de­sarmar a ideia feita dos que dizem que a CDU tem boas ideias mas não são exequí­veis. Ou­tros há que di­zendo re­co­nhecer na CDU uma força de tra­balho, ho­nes­ti­dade e com­pe­tência, logo acres­centam: «sim, vocês são gente séria, têm razão, mas não chegam lá».

O PCP e a CDU já muitas vezes o de­mons­traram: não só têm so­lu­ções para uma vida me­lhor e para um Por­tugal com fu­turo, como têm o es­tudo e a re­flexão para a sua con­cre­ti­zação, cons­truídos com a par­ti­ci­pação de muitos de­mo­cratas e pa­tri­otas e es­tru­turas eco­nó­micas, so­ciais e cul­tu­rais, como está a acon­tecer na pre­pa­ração do pro­grama elei­toral do PCP. So­lu­ções ne­ces­sá­rias, exequí­veis e ur­gentes, que o PCP e a CDU estão prontos para im­ple­mentar, quando o povo lhes con­ferir res­pon­sa­bi­li­dades de go­verno.

Tal como foi pos­sível mo­bi­lizar e or­ga­nizar uma tão no­tável e com­ba­tiva acção de massas e mos­trar a enorme força de um povo que não se rende nem se sub­mete aos in­te­resses do grande ca­pital, também é pos­sível fazer crescer de tal modo o apoio dos tra­ba­lha­dores e do povo à CDU, que se torne in­con­tor­nável a con­cre­ti­zação da po­lí­tica al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de es­querda, que ga­ranta uma vida e um fu­turo me­lhor aos por­tu­gueses.

«Nin­guém é dono da von­tade e do voto dos por­tu­gueses!» e «não há im­pos­si­bi­li­dades quando o povo quer!», su­bli­nhou Je­ró­nimo de Sousa, no final da sua in­ter­venção nesta marcha. Temos, por isso, que mo­bi­lizar, es­cla­recer e atrair para a luta e para o voto na CDU todos os que se sentem atin­gidos pela po­lí­tica de di­reita.

É pre­ciso in­ten­si­ficar a luta de massas. Foi ele­vada a adesão à greve dos en­fer­meiros nos dias 4 e 5. De 15 a 19 deste mês, de­cor­rerá a se­mana de luta dos trans­portes; a 17, a greve da CP-Carga; a 18, a greve dos tra­ba­lha­dores das can­tinas do Hos­pital de Santa Maria e as três con­cen­tra­ções pro­mo­vidas pela FE­SAHP; também a 18, a greve do Metro de Lisboa e, a 20, a ma­ni­fes­tação na­ci­onal de pro­fes­sores. A 17 de Junho, re­a­liza-se na Régua a acção da AVI­DOURO contra a en­trega da Casa do Douro a uma es­tru­tura li­gada à CAP e aos grandes in­te­resses das casas ex­por­ta­doras e do co­mércio.

É pre­ciso pre­parar a Festa do Avante!, festa de Abril, da ju­ven­tude, dos tra­ba­lha­dores e do povo por­tu­guês, cuja pri­meira jor­nada de tra­balho se re­a­lizou com grande par­ti­ci­pação, no pas­sado dia 7. É pre­ciso di­vulgar e pro­mover a Festa e or­ga­nizar e in­ten­si­ficar a venda an­te­ci­pada da EP.

Pros­segue a pre­pa­ração do pro­grama elei­toral do PCP, cuja apre­sen­tação pú­blica está mar­cada para 7 de Julho, com novas au­di­ções: an­te­ontem, sobre o tema «Com­bater a de­ser­ti­fi­cação – pro­mover o de­sen­vol­vi­mento e a co­esão» e, na pró­xima quinta-feira, sobre «A po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda e os di­reitos das Mu­lheres». No pas­sado dia 4, o PCP reuniu com a ad­mi­nis­tração do Te­atro Na­ci­onal D. Maria II. Vão con­ti­nuar as ini­ci­a­tivas da CDU por todo o País num es­forço de todos para alargar a cor­rente de con­fi­ança que trouxe tanta gente à marcha e cujos efeitos é ne­ces­sário pro­jectar.


C
om a CDU, com a força deste povo, vamos re­aver a es­pe­rança, re­cu­perar Abril e cons­truir o fu­turo de Por­tugal.