Em acção por melhores salários
Com mais de 330 mil trabalhadores afectados, a Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Tabacos, Hotelaria e Turismo (Fesaht/CGTP-IN) promoveu no dia 18, quinta-feira, uma jornada de luta nacional pelo aumento imediato dos salários, contra a caducidade dos contratos colectivos e pela efectivação do direito à negociação, posto em causa por associações patronais e empresas.
Em Lisboa, uma primeira concentração decorreu, a meio da manhã, frente à IACA, nas proximidades do Saldanha, reunindo dirigentes e delegados sindicais e outros trabalhadores das indústrias de moagens, rações, massas e arroz. Aquela associação patronal e outras destes sectores tentam desde 2009 eliminar direitos inscritos no contrato colectivo, não aumentam salários desde então e acabaram por abandonar as negociações e requerer a caducidade do CCT – como se explica num folheto distribuído aos transeuntes.
A umas centenas de metros, na Avenida Duque de Ávila, realizou-se depois uma segunda concentração, frente ao edifício onde têm sede a Ahresp e a AHP, associações patronais da restauração e da hotelaria. Para aqui deslocaram-se, em manifestação, os trabalhadores que estavam frente à IACA, e ainda pessoal de hotéis, restaurantes, cafés, pastelarias e cantinas das regiões Norte, Sul, Centro e Algarve.
No mesmo dia, no Funchal, ocorreu uma concentração semelhante, frente à sede da ACIF, seguindo para a Direcção Regional dos Recursos Humanos.A jornada prosseguiu de tarde, junto ao Ministério da Economia, no Camões, onde foram lembrados os bons resultados dos sectores ligados ao turismo, tal como a obrigação do Governo de promover a contratação colectiva.
Para reclamar aumentos salariais e negociação do contrato colectivo, realizou-se na segunda-feira, dia 22, em Braga, uma «arruada de protesto» que começou frente ao Hotel Mercure, dirigente patronal na Aphort, e passou por outros estabelecimentos hoteleiros e de restauração.
Os trabalhadores da Preh Portugal, na Trofa, entraram em greve no dia 19, sexta-feira, provocando a paragem da produção, para insistirem na exigência de aumentos salariais superiores ao valor de um por cento, aplicado em Abril. A luta prosseguiu no sábado e deve repetir-se amanhã e depois.
Por aumentos de 30 euros por mês, fizeram greves de duas horas por turno, de quarta-feira a domingo, os trabalhadores da Logística do Continente, na Maia. O CESP/CGTP-IN estimou a adesão em 75 por cento, entre o pessoal efectivo, e admitiu aos jornalistas que um plenário, no início de Julho, possa agudizar as formas de luta, se a empresa não mudar de posição.
Prosseguindo a luta para romper o congelamento salarial que dura há dez anos, os trabalhadores das Eurospuma foram a pé, em manifestação, desde a fábrica até à Câmara Municipal de Espinho, no dia 17.
Também na quarta-feira da semana passada, o pessoal da Bosch Car Multimedia, em Braga, reuniu-se em plenário e decidiu fazer, de seguida, uma hora de greve, por falta de resposta da administração ao caderno reivindicativo entregue em Fevereiro. Ficou marcada uma jornada semelhante para 3 de Julho.