Privatizações lesaram interesse público
O Tribunal de Contas concluiu que o Governo não acautelou «os interesses estratégicos do Estado português» nos processos de privatização da EDP e da REN.
Num relatório divulgado dia 19, aquele órgão considera que o Estado português não protegeu os seus activos estratégicos ao contrário de outros países europeus.
Indica nomeadamente os casos da Alemanha, Áustria e Finlândia que fixaram «limites na aquisição de activos estratégicos por entidades estrangeiras que não integrem o espaço europeu»; a Bélgica, França, Polónia e Itália, que asseguraram o controlo do Estado através de poderes especiais «golden shares»; ou a Lituânia e Islândia que garantiram a detenção da maior parte do capital.
A auditoria censura a actuação da Parpública na contratação de consultores financeiros, permitindo, por exemplo, que o Banco Espírito Santo Investimento (BESI) fosse avaliador do Estado e, posteriormente, consultor dos chineses da CTG e State Grid.