LUTA DIGNIDADE RESISTÊNCIA

«Temos que am­pliar a cor­rente de apoio e alar­ga­mento uni­tário a que a CDU dá ex­pressão»

O re­fe­rendo do pas­sado do­mingo na Grécia con­tinua a marcar a si­tu­ação po­lí­tica no País. Um re­fe­rendo cujos re­sul­tados, com a ex­pres­siva vi­tória do Não com mais de 61%, ma­ni­festam, in­de­pen­den­te­mente da evo­lução que a si­tu­ação venha a ter, a re­jeição da con­ti­nu­ação da po­lí­tica de ex­plo­ração e em­po­bre­ci­mento que a União Eu­ro­peia e o FMI têm pro­cu­rado impor aos tra­ba­lha­dores e ao povo gregos, com par­ti­cular agra­va­mento nos úl­timos cinco meses.

Re­sul­tados que sendo também ex­pressão da pro­lon­gada luta de massas dos tra­ba­lha­dores e do povo gregos, com o con­tri­buto que deu para a ele­vação da sua cons­ci­ência po­lí­tica e so­cial, têm uma im­por­tância ainda mais re­le­vante porque foram al­can­çados num quadro de pressão, in­ge­rência e chan­tagem das ins­ti­tui­ções eu­ro­peias e do FMI sobre o povo grego. Pressão, in­ge­rência e chan­tagem em que o Go­verno por­tu­guês e o Pre­si­dente da Re­pú­blica par­ti­ci­param de forma ac­tiva e que mos­tram, mais uma vez, que o ca­pital e os seus re­pre­sen­tantes po­lí­ticos, para im­porem o rumo de de­pen­dência e de­sastre eco­nó­mico e so­cial, não têm li­mites na afronta à de­mo­cracia e à so­be­rania dos povos,.

A evo­lução da si­tu­ação com­prova, como o PCP tem vindo a afirmar e fica evi­dente pelo per­curso da luta in­tensa que o povo por­tu­guês travou ao longo dos úl­timos quatro anos, que o ca­minho para a de­fesa dos in­te­resses na­ci­o­nais, do povo e do País é o da re­sis­tência e da luta e não o da sub­missão e da su­bor­di­nação.

Ao mesmo tempo que ma­ni­festa a sua so­li­da­ri­e­dade com a re­sis­tência e a luta do povo e dos tra­ba­lha­dores da Grécia contra os di­tames e im­po­si­ções da UE e do FMI e em de­fesa dos seus di­reitos e as­pi­ra­ções, o PCP re­a­firma que a his­tória da luta do povo por­tu­guês contém em si os ele­mentos e os en­si­na­mentos ne­ces­sá­rios para o de­sen­vol­vi­mento da acção e a in­ter­venção no fu­turo.

O PCP e a CDU têm pro­postas con­cretas para a rup­tura com a po­lí­tica de di­reita e so­lu­ções para um Por­tugal com fu­turo, no quadro da al­ter­na­tiva po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda. So­lu­ções que im­plicam, ne­ces­sa­ri­a­mente, entre muitas ou­tras me­didas e op­ções, a re­ne­go­ci­ação da dí­vida e o es­tudo e pre­pa­ração para a li­ber­tação da sub­missão ao euro.

Pro­cu­rando di­fe­ren­ciar a si­tu­ação em Por­tugal da si­tu­ação na Grécia, o Go­verno por­tu­guês in­siste na sua pro­pa­ganda de que o País está a re­cu­perar eco­no­mi­ca­mente, de que o pior já passou, de que va­leram a pena os sa­cri­fí­cios e, ao mesmo tempo, vai avan­çando com novas me­didas para con­so­lidar os eixos cen­trais da sua po­lí­tica, de­sig­na­da­mente as pri­va­ti­za­ções.

O PS be­ne­ficia da ope­ração de pro­moção de que vem sendo alvo por parte da co­mu­ni­cação so­cial do­mi­nante, mas, por au­sência de com­pro­missos de rup­tura com a po­lí­tica de di­reita, não con­segue ca­pi­ta­lizar o des­con­ten­ta­mento po­pular.

A CDU con­tinua a de­sen­volver o seu tra­balho num bom am­bi­ente, que traduz o seu pres­tígio e o do Par­tido, como se pôde cons­tatar nas ses­sões pú­blicas re­a­li­zadas na úl­tima se­mana em Coimbra e Beja, no jantar em Viana do Cas­telo e no En­contro de Mu­lheres CDU do Porto. Hoje, re­a­lizar-se-á a sessão pú­blica em San­tarém, amanhã, o jantar-co­mício em Aveiro e, sá­bado, o al­moço-con­vívio em La­mego.

De va­lo­rizar, neste quadro de in­tensa ac­ti­vi­dade, é também a Marcha da CDU contra as pri­va­ti­za­ções dos trans­portes, re­a­li­zada em Lisboa no pas­sado dia 2 e as di­versas ac­ções de con­tacto com a po­pu­lação de so­li­da­ri­e­dade com o povo grego.

Na pas­sada-se­gunda-feira, re­a­lizou-se um en­contro entre o PCP, com a par­ti­ci­pação do Se­cre­tário-geral, e a As­so­ci­ação Na­ci­onal de Mu­ni­cí­pios Por­tu­gueses.

Pros­segue também a pre­pa­ração da Festa do Avante!, ta­refa pri­o­ri­tária do Par­tido neste mo­mento, com a to­mada das me­didas de di­recção e qua­dros ne­ces­sá­rias para dar res­posta a todos os as­pectos de con­cepção, pre­pa­ração, cons­trução e com par­ti­cular atenção à di­vul­gação e venda da EP.

Na pas­sada terça-feira, foi apre­sen­tado o Pro­grama Elei­toral do PCP, um im­por­tante mo­mento de afir­mação po­lí­tica, nesta ba­talha elei­toral. Pro­grama cons­truído num es­forço para ouvir e in­cor­porar opi­niões e con­tri­butos de cen­tenas e cen­tenas de de­mo­cratas e pa­tri­otas e di­versas es­tru­turas das áreas eco­nó­mica, so­cial e cul­tural.

Pros­s­segue a luta dos tra­ba­lha­dores e do povo, em que so­bressai a acção de con­ver­gência con­vo­cada pela CGTP-IN para o dia 22 de Julho junto à As­sem­bleia da Re­pú­blica. Acção de com­bate à po­lí­tica de ex­plo­ração e em­po­bre­ci­mento em que se in­sere o novo pa­cote de me­didas anti-la­bo­rais e anti-so­ciais que o Go­verno quer fazer aprovar nesse dia, e por uma po­lí­tica al­ter­na­tiva.

Pros­segue também a luta rei­vin­di­ca­tiva em muitas em­presas, sec­tores e lo­cais de tra­balho pelo au­mento dos sa­lá­rios, de­fesa do em­prego, com­bate à pre­ca­ri­e­dade, pela re­po­sição das 35 horas de tra­balho na Ad­mi­nis­tração Pú­blica e pela re­dução pro­gres­siva do ho­rário de tra­balho para as 35 horas de todos os tra­ba­lha­dores, sem re­dução de sa­lário, contra a des­re­gu­lação dos ho­rá­rios e pela de­fesa dos di­reitos con­sa­grados na con­tra­tação co­lec­tiva.

Va­lo­ri­zação me­recem ainda as lutas tra­vadas contra a mu­ni­ci­pa­li­zação da edu­cação em Ton­dela e na Me­a­lhada e dos tra­ba­lha­dores da Bosch por au­mentos sa­la­riais e as lutas em curso em di­versas em­presas do sector dos trans­portes (EMEF, Carris, Metro de Lisboa, CP/​Carga, Spdh, entre ou­tras).
 

É im­por­tante a ba­talha elei­toral que temos pela frente. Temos que am­pliar a cor­rente de apoio e alar­ga­mento uni­tário a que a CDU dá ex­pressão. Com a força do povo é pos­sível a con­cre­ti­zação de uma po­lí­tica al­ter­na­tiva, pa­trió­tica e de es­querda.