Os 70 anos da vitória sobre o nazi-fascismo foram evocados pelo Partido em três iniciativas no Algarve, realizadas nos concelhos de Faro, Portimão e Vila Real de Santo António. Intervindo em Faro, Manuela Bernardino, do Secretariado do Comité Central, começou por valorizar a importância desta evocação e a necessidade de retirar ensinamentos para os nossos dias tanto da guerra e do que lhe deu origem como da vitória e suas consequências.
Para a dirigente do Partido, é desde logo de uma «grande importância e actualidade» conhecer o que foi o fascismo, a sua natureza de classe, origens, promotores e crimes. A História bem pode não se repetir, mas há «factos e situações concretas para os quais a nossa experiência nos alerta e aponta caminhos para a nossa luta na actualidade contra o fascismo e a guerra», afirmou. Manuela Bernardino denunciou então a aposta dos sectores mais reaccionários e agressivos do grande capital numa «saída» para a crise assente na proliferação de focos de tensão e de guerra e no «avanço de forças xenófobas e de extrema-direita, mesmo de partidos fascistas».
«Muito perigosa» é, em sua opinião, a dimensão que assume o «fascismo já instalado na Ucrânia», que ilegalizou o Partido Comunista e conduz uma guerra contra o seu próprio povo no Donbass. Já o chamado «Estado Islâmico», que há muito desestabiliza a Síria e o Iraque, é uma «força terrorista fomentada pelo imperialismo», lembrou. Assim, uma conclusão é desde logo possível retirar: «boa parte das classes que dominam ou pretendem hoje dominar o mundo apostam de novo no terror, na violência e na guerra para afirmar o seu poder.»
No final da intervenção, depois de destacar os mais relevantes aspectos relacionados com a Segunda Guerra Mundial, o pós-guerra e a situação internacional desde então, Manuela Bernardino manifestou a sua convicção – que é a do PCP – de que «há forças que, se unidas e organizadas, podem forçar a reacção e o imperialismo a recuar». A guerra «não é inevitável», acrescentou.