Conferência de imprensa em Abrantes

Melhores cuidados de saúde

No dia 22, grupos de utentes de­nun­ci­aram a de­gra­dação da pres­tação de cui­dados de saúde na re­gião do Médio Tejo, apon­tando res­pon­sa­bi­li­dades po­lí­ticas pela si­tu­ação. Também apre­sen­taram pro­postas para cor­rigir este quadro.

Utentes des­tacam fosso que se­para pro­pa­ganda go­ver­na­mental da re­a­li­dade

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Frente ao Hos­pital de Abrantes, a Co­missão de Utentes dos Ser­viços Pú­blicos do Con­celho de Abrantes e a Co­missão de Utentes da Saúde do Médio Tejo fi­zeram um aná­lise muito pouco po­si­tiva da pres­tação de cui­dados de saúde na re­gião, afir­mando que a «crise na saúde tem au­tores, cúm­plices e im­pul­si­o­na­dores», e se traduz, para os utentes, em «so­fri­mento, mais custos, cui­dados mais longe, mais an­si­e­dade». A grande mai­oria da po­pu­lação, que não con­corda com a ac­tual or­ga­ni­zação dos cui­dados de saúde, sofre as con­sequên­cias da po­lí­tica deste Go­verno, pelo que se im­põem mu­danças, afir­maram, lem­brando que «cada utente tem um voto» para uti­lizar.
Pese em­bora «as de­cla­ra­ções mi­nis­te­riais e de ou­tros res­pon­sá­veis a pro­meter o pa­raíso», o fosso que se­para a pro­pa­ganda da re­a­li­dade au­menta, como fica bem pa­tente nos dados que as es­tru­turas de utentes re­ve­laram sobre os ser­viços de saúde: Por­tugal é dos países que menos gastam em saúde da per­cen­tagem do PIB; em Abrantes, 35 mil utentes não têm mé­dico de fa­mília – entre Ja­neiro e Julho, mais 6500 utentes dei­xaram de o ter; a con­cen­tração dos ser­viços não cor­res­pondeu a mais qua­li­dade, fi­cando os utentes mais longe de cui­dados e con­fron­tados com o seu en­ca­re­ci­mento.

A so­lução para os pro­blemas – afir­maram – não re­side na cri­ação do Grupo Hos­pi­talar do Ri­ba­tejo (uma «fuga para a frente»); não está na pri­va­ti­zação/​mu­ni­ci­pa­li­zação dos ser­viços, nem no es­ta­be­le­ci­mento de par­ce­rias com en­ti­dades pri­vadas (exem­plos de ou­tros países mos­tram que acar­retam mais des­pesa e não ga­rantem a uni­ver­sa­li­dade e qua­li­dade dos ser­viços).
As co­mis­sões de utentes re­ve­laram ainda que, numa reu­nião com o con­selho de ad­mi­nis­tração do Centro Hos­pi­talar do Médio Tejo (CHMT), lhes foi pe­dido que con­tri­buíssem para a cri­ação de um «bom am­bi­ente, de paz, nor­ma­li­dade»; con­tudo, logo nas se­manas que se se­guiram, tanto o Go­verno PSD/​CDS como as uni­dades de saúde «con­tri­buíram para a "ideia cin­zenta"» que se tem do CHMT: anúncio da cri­ação do Grupo Hos­pi­talar do Ri­ba­tejo, com con­cen­tração de ser­viços e des­lo­cação de tra­ba­lha­dores; ma­nu­tenção e co­lo­cação de ser­viços em ins­ta­la­ções sem con­di­ções lo­gís­ticas; a aposta con­ti­nuada na des­va­lo­ri­zação sa­la­rial de pro­fis­si­o­nais de saúde al­ta­mente qua­li­fi­cados, entre ou­tras me­didas.
As co­mis­sões de utentes re­fe­ridas, que re­cusam a cons­ti­tuição do Grupo Hos­pi­talar do Ri­ba­tejo e a apli­cação da por­taria 82/​2014 (re­la­tiva à ca­te­go­ri­zação e clas­si­fi­cação dos es­ta­be­le­ci­mentos do Ser­viço Na­ci­onal de Saúde), pro­põem, com vista à me­lhoria dos ser­viços de saúde na re­gião: cor­recção dos cri­té­rios de fi­nan­ci­a­mento das uni­dades de saúde, as­se­gu­rando uma gestão pú­blica, efi­ci­ente e eficaz; dis­tri­buição equi­li­brada e va­lo­ri­zação das es­pe­ci­a­li­dades exis­tentes; ar­ti­cu­lação entre cui­dados de saúde pri­má­rios, hos­pi­ta­lares e con­ti­nu­ados; me­lhoria dos ser­viços de trans­portes nas ur­gên­cias e li­ga­ções inter-hos­pi­ta­lares; adopção de me­didas ex­cep­ci­o­nais e tem­po­rá­rias de con­tra­tação de mé­dicos, en­fer­meiros e ou­tros pro­fis­si­o­nais.




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