Ucrânia

Extremistas atacam Parlamento

Vi­o­lentos con­frontos em Kiev, entre ne­o­nazis e forças de se­gu­rança, mar­caram na se­gunda-feira, 31, a apro­vação pelo par­la­mento ucra­niano do pro­jecto de re­forma da Cons­ti­tuição.

Po­roshenko clas­si­ficou a vi­o­lência de «pu­nha­lada nas costas»

O pro­jecto apre­sen­tado pelo pre­si­dente Po­roshenko, que vol­tava ontem a de­bate par­la­mentar após a apro­vação em pri­meira lei­tura, de­sen­ca­deou uma onda de vi­o­lência or­ques­trada por ma­ni­fes­tantes da ex­trema-di­reita. Pelo menos dois mortos entre os agentes da Guarda Na­ci­onal e mais de uma cen­tena de fe­ridos, entre os quais seis po­lí­cias em es­tado grave, era o trá­gico ba­lanço até ao fecho desta edição. A maior parte das ví­timas foi pro­vo­cada pelo lan­ça­mento de uma gra­nada.

«En­con­trámos os au­tores, en­con­tra­remos os or­ga­ni­za­dores», de­clarou an­te­ontem o pre­si­dente ucra­niano, que na vés­pera pro­meteu «cas­tigar se­ve­ra­mente» os res­pon­sá­veis. Po­roshenko clas­si­ficou a vi­o­lência de «pu­nha­lada nas costas», após as au­to­ri­dades terem atri­buído a res­pon­sa­bi­li­dade dos acon­te­ci­mentos a mi­li­tantes do Sector Di­reita, do Svo­boda e do Par­tido Ra­dical de Ucrânia.

Na origem da vi­o­lência estão as ale­gadas «ce­dên­cias aos se­pa­ra­tistas» da re­gião de Don­bass pre­vistas na re­visão da Cons­ti­tuição.

Bem di­fe­rente é a po­sição dos re­pre­sen­tantes das auto pro­cla­madas re­pú­blicas de Do­netsk e Lu­gansk, que acusam o pre­si­dente de não os ter con­sul­tado sobre as emendas le­vadas de­bate, como es­tava pre­visto nos acordos de paz as­si­nados em Minsk.

En­quanto Po­roshenko afirma que as suas pro­postas visam cum­prir os com­pro­missos as­su­midos em Minsk, o re­pre­sen­tante da Re­pú­blica Po­pular de Do­netsk no grupo de con­tacto, Denís Pushilin, ci­tado pela Ria No­vosti, con­si­dera que as emendas apre­sen­tadas à Rada (Par­la­mento) «não são uma im­ple­men­tação do con­junto de me­didas, mas sim a sua livre in­ter­pre­tação». «Para nós é muito claro como deve re­a­lizar-se a re­forma cons­ti­tu­ci­onal e como deve ser a lei sob a qual se re­a­li­zarão as elei­ções no nosso ter­ri­tório», acres­centou, su­bli­nhando que Kiev não dis­cutiu esses as­pectos com os re­pre­sen­tantes das re­pú­blicas po­pu­lares do Leste da Ucrânia.

A ini­ci­a­tiva pre­si­den­cial sus­citou igual­mente a crí­tica de ou­tras forças po­lí­ticas. Se­gundo a porta-voz do Par­la­mento, Oxana Sy­roid, «in­fe­liz­mente o pre­si­dente apro­veitou a pressão in­ter­na­ci­onal sobre nós para au­mentar o seu poder através das al­te­ra­ções à Cons­ti­tuição. As pro­postas de al­te­ração sobre a des­cen­tra­li­zação do país não su­põem o re­forço do poder das co­mu­ni­dades, antes levam a que estas de­pendam mais do pre­si­dente».

Também a Rússia con­si­dera que as emendas são uma «ca­ri­ca­tura» do cum­pri­mento por Kiev dos re­fe­ridos acordos.




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