CDU CRESCE E AVANÇA

«É na CDU que está essa imensa força com que os tra­ba­lha­dores e o povo podem contar»

Com a apro­xi­mação das elei­ções tornam-se mais evi­dentes os sen­ti­mentos de re­púdio por parte da po­pu­lação à co­li­gação PSD/​CDS, tor­nando dia-a-dia mais vi­sível o peso da sua pre­vi­sível der­rota elei­toral.

In­quieto com o clima de en­tu­si­asmo e con­fi­ança que en­volve a CDU, o grande ca­pital mul­ti­plica es­forços para salvar e pros­se­guir a po­lí­tica de di­reita. In­siste na bi­po­la­ri­zação, mas cons­ci­ente das di­fi­cul­dades cres­centes em pro­mover este es­quema bi­polar, serve-se dos ór­gãos da co­mu­ni­cação so­cial, que con­trola e do­mina, para, pelas mais di­versas formas, con­di­ci­onar a opi­nião e a von­tade da po­pu­lação: faz pu­blicar um nú­mero in­de­ter­mi­nável de amos­tras e ba­ró­me­tros a que chama son­da­gens; re­corre in­sis­ten­te­mente à des­gas­tada ideia do «em­pate téc­nico»; avança com um ataque pro­vo­ca­tório à Festa do Avante!; tenta si­len­ciar e ca­ri­ca­turar as ini­ci­a­tivas da CDU que pro­cura as­so­ciar à ideia de «can­saço»; di­funde e am­plia as pro­messas avulsas do PS e PSD/​CDS ao mesmo tempo que omite os seus ver­da­deiros com­pro­missos para o fu­turo; pro­move al­gumas forças po­lí­ticas.

De facto, tem ra­zões para temer o re­forço elei­toral da CDU. Com um ba­lanço muito po­si­tivo à sua in­ter­venção na pré-cam­panha, a co­li­gação PCP-PEV lançou-se agora, com re­do­brada força e con­fi­ança, na cam­panha elei­toral. A di­ver­si­dade de ini­ci­a­tivas, o es­cla­re­ci­mento se­reno e per­sis­tente, a acção no ter­reno com forte di­nâ­mica de massas, o con­tacto di­recto com muitos mi­lhares de pes­soas, as muitas ma­ni­fes­ta­ções de apoio, aco­lhi­mento e sim­patia re­ce­bidas, são bons in­di­ca­dores das reais pos­si­bi­li­dades que a CDU tem de crescer e avançar.

Um em­pe­nhado es­forço e en­vol­vi­mento das or­ga­ni­za­ções do PCP, do PEV e da ID e de muitos ou­tros de­mo­cratas e pa­tri­otas in­de­pen­dentes, am­pliam este es­tilo de tra­balho e, va­lo­ri­zando a di­mensão ética da CDU, pro­jectam os seus va­lores e so­lu­ções, tor­nando al­can­çá­veis os ob­jec­tivos que nos pro­pu­semos con­se­guir. É o caso das di­versas ini­ci­a­tivas re­a­li­zadas nos úl­timos dias com des­taque para o des­file no Porto do pas­sado sá­bado, que im­pres­si­onou pela sua grande com­ba­ti­vi­dade e di­mensão e o co­mício que en­cheu o Co­liseu dos Re­creios em Lisboa, ambos com a par­ti­ci­pação do Se­cre­tário-geral do PCP. Mas foram também as ini­ci­a­tivas, na úl­tima se­mana, em Se­simbra, na Auto-Eu­ropa (onde 620 tra­ba­lha­dores já de­cla­raram o seu apoio à CDU), Ma­rinha Grande, Fa­ma­licão, Coimbra (onde foram en­tre­gues 857 as­si­na­turas de pro­fes­sores e edu­ca­dores que apoiam a CDU), Couço, En­tron­ca­mento, Sa­mora Cor­reia, Lisboa e Vila Franca de Xira.

A CDU mantém os eixos cen­trais da sua abor­dagem: res­pon­sa­bi­liza PS, PSD e CDS pela grave si­tu­ação de de­clínio a que con­du­ziram o País; exige a rup­tura com a po­lí­tica de di­reita; afirma que há uma al­ter­na­tiva po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda à ac­tual si­tu­ação e re­a­firma o seu per­curso de Tra­balho, Ho­nes­ti­dade e Com­pe­tência.

Tendo bem pre­sente que o re­sul­tado de que par­timos são os 7,9 por cento ob­tidos pela CDU nas elei­ções le­gis­la­tivas de 2011 e não os va­lores que di­a­ri­a­mente nos são atri­buídos por son­da­gens, é pre­ciso apro­veitar este bom clima de en­tu­si­asmo e con­fi­ança e, com os pés bem as­sentes na terra, con­so­lidar po­si­ções e avançar. Con­quistar voto a voto, dé­cima a dé­cima e de­pu­tado a de­pu­tado e, desta forma, ga­rantir mais votos, maior per­cen­tagem e mais eleitos para con­ti­nuar a luta, em me­lhores con­di­ções, em de­fesa dos in­te­resses dos tra­ba­lha­dores, do povo e do País.

Torna-se também im­por­tante con­cre­tizar o con­junto de me­didas de fis­ca­li­zação do acto elei­toral, pro­mover reu­niões com de­le­gados e mem­bros das mesas, acom­pa­nhar o acto elei­toral até à fi­xação dos edi­tais no dia 4 e alargar as me­didas no ter­reno vi­sando o voto es­cla­re­cido.


N
o plano da luta de massas, me­recem re­gisto, esta se­mana, di­versas ac­ções em de­fesa de di­reitos, sa­lá­rios e ho­rá­rios de tra­balho, de­sig­na­da­mente na Bosh, au­tar­quias, So­flusa, agri­cul­tores da Guarda e es­tu­dantes e pro­fes­sores do en­sino ar­tís­tico, entre ou­tros.

Rea­li­zaram-se no pas­sado do­mingo as elei­ções le­gis­la­tivas na Grécia. Os re­sul­tados con­firmam a der­rota dos par­tidos his­to­ri­ca­mente res­pon­sá­veis pela po­lí­tica de agressão e in­ge­rência contra o povo grego, num quadro mar­cado pela im­po­sição de um ter­ceiro me­mo­rando. O Sy­riza foi a força mais vo­tada re­ve­lando que há sec­tores com ex­pec­tac­tivas que a prá­tica deste par­tido não con­firma. O PCP con­tinua a res­pon­sa­bi­lizar a UE e o grande ca­pital pelo apro­fun­da­mento da ex­plo­ração e em­po­bre­ci­mento do povo grego e re­a­firma a so­li­da­ri­e­dade com os co­mu­nistas, os tra­ba­lha­dores e o povo grego. E, ao mesmo tempo, re­a­firma a ne­ces­si­dade do povo se li­bertar dos ins­tru­mentos e cons­tran­gi­mentos im­postos pela UE e pelo grande ca­pital.

É na CDU que está essa imensa força, a força do povo, a força com que os tra­ba­lha­dores e o povo pu­deram contar no com­bate às in­jus­tiças, contra a ex­plo­ração e em­po­bre­ci­mento em que a po­lí­tica de di­reita mer­gu­lhou o País.

Uma grande força que, mais tarde ou mais cedo, de­ter­mi­nará a rup­tura com a po­lí­tica de di­reita e abrirá o novo rumo de uma po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda com so­lu­ções para um Por­tugal com fu­turo.

A vi­tória da al­ter­na­tiva che­gará tanto mais cedo quanto maior for o re­forço da CDU já nestas elei­ções e a in­ten­si­fi­cação da luta que um tal re­forço irá de­ter­minar.