Armas nucleares na Alemanha

In­for­ma­ções vindas a pú­blico esta se­mana dando conta da in­tenção dos EUA de des­locar bombas nu­cle­ares para uma base na Ale­manha estão a pro­vocar po­lé­mica no país. A questão foi sus­ci­tada pela ca­deia de te­le­visão ZDF, se­gundo a qual os Es­tados Unidos es­tarão a pro­ceder à ins­ta­lação de bombas nu­cle­ares B61-12 na base aérea de Bun­deswehr, na Re­nania-Pa­la­ti­nado.

Ale­ga­da­mente, os jor­na­listas terão tido acesso a do­cu­mentos que com­provam a ins­ta­lação de novas bombas de maior pre­cisão, vi­sando equipar caça-bom­bar­deiros Tor­nado em caso de guerra, no âm­bito da cha­mada es­tra­tégia de «in­ter­câmbio nu­clear» da NATO.

As re­ac­ções à no­tícia não se fi­zeram es­perar, se­gundo a RT, com po­lí­ticos ale­mães a con­si­derar que tais planos cons­ti­tuem uma pro­vo­cação contra a Rússia. Mos­covo também re­agiu, con­si­de­rando que se trata de uma «fla­grante vi­o­lação dos ar­tigos 1.º e 2.º do Tra­tado de Não Pro­li­fe­ração» nu­clear.

A porta-voz do Mi­nis­tério russo dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros, María Za­já­rova, em en­tre­vista à ZDF, lem­brou que nos anos 90 a Rússia re­duziu o seu ar­senal de armas nu­cle­ares não es­tra­té­gicas quatro vezes e pro­cedeu ao ar­ma­ze­na­mento em ter­ri­tório na­ci­onal, en­quanto na Eu­ropa – e não apenas na Ale­manha, mas também na Bél­gica, Ho­landa, Itália e Tur­quia – estão ins­ta­ladas armas nu­cle­ares tác­ticas dos EUA. En­quanto isso, «os EUA mo­der­nizam as suas bombas nu­cle­ares e os mem­bros eu­ro­peus da NATO mo­der­nizam os seus porta-aviões, como foi con­fir­mado na ci­meira da NATO em Chi­cago (2012) e em Gales (2014)», disse, acres­cen­tando que a «cha­mada prá­tica do uso con­junto das armas nu­cle­ares no âm­bito da NATO também é mo­tivo de pre­o­cu­pação».

«A nossa grande pre­o­cu­pação, disse ainda, é a cri­ação e des­lo­cação de sis­temas de de­fesa es­tra­té­gica de mís­seis que vi­olam o equi­lí­brio de forças no âm­bito dos mís­seis nu­cle­ares, ame­a­çando assim a es­ta­bi­li­dade global», bem como a «in­tenção de co­locar armas no es­paço» e de «des­locar sis­temas es­tra­té­gicos de armas de pre­cisão não nu­clear».

 



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