Papa apela à paz

A des­lo­cação do Papa Fran­cisco a Cuba e os EUA, de 19 a 28 de Se­tembro, in­cluiu uma in­ter­venção na ONU, na sexta-feira, 25, em que instou os 160 chefes de Es­tado e de go­verno pre­sentes em Nova Iorque a em­pe­nhar os seus es­forços para li­bertar o pla­neta de todas as armas de des­truição mas­siva.

No seu dis­curso – na vés­pera do Dia In­ter­na­ci­onal para a Eli­mi­nação Total das Armas Nu­cle­ares –, o Papa su­bli­nhou que a guerra é a ne­gação de todos os di­reitos e en­fa­tizou a ne­ces­si­dade im­pe­riosa de aplicar ple­na­mente o Tra­tado de Não Pro­li­fe­ração de Armas Nu­cle­ares, na letra e no es­pí­rito, até à total proi­bição dessas armas.

Fran­cisco fez ainda notar que uma ética e um di­reito ba­se­ados na ameaça de des­truição mútua – e até de toda a hu­ma­ni­dade – são con­tra­di­tó­rios e sub­vertem os va­lores que estão na gé­nese da Or­ga­ni­zação das Na­ções Unidas, que sob esses prin­cí­pios se­riam «na­ções unidas pelo medo e pela des­con­fi­ança».

Du­rante a sua es­tada de três dias em Cuba, onde se en­con­trou com Fidel Castro e com o pre­si­dente Raul Castro, o Papa in­cen­tivou os di­ri­gentes cu­banos e norte-ame­ri­canos a «avançar» na na nor­ma­li­zação das re­la­ções bi­la­te­rais e a «de­sen­volver todas as suas po­ten­ci­a­li­dades». Nos EUA, a vi­sita papal in­cluiu Washington, Nova Iorque e Fi­la­délfia. Par­ti­cu­lar­mente re­le­vante foi o dis­curso pe­rante o Con­gresso, onde ma­ni­festou as suas pre­o­cu­pa­ções sobre ques­tões tão per­ti­nente como as al­te­ra­ções cli­má­ticas, os pro­blemas dos imi­grantes e o facto de a pena de morte ainda per­sistir na mai­oria dos es­tados norte-ame­ri­canos. Outro tema a que não poupou crí­ticas foi o da pe­do­filia no seio da Igreja Ca­tó­lica.

 



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