Tomo VI das Obras Escolhidas
de Álvaro Cunhal

Alternativas e combates

O Tomo VI das Obras Es­co­lhidas de Álvaro Cu­nhal en­contra-se já nas li­vra­rias. O lan­ça­mento re­a­lizou-se ao final da tarde do dia 12, há exac­ta­mente uma se­mana, pe­rante uma pla­teia que en­cheu por com­pleto o an­fi­te­atro da Bi­bli­o­teca Na­ci­onal, em Lisboa.

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Na mesa da sessão, di­ri­gida por Rui Mota, da Edi­to­rial Avante!, es­ti­veram Fran­cisco Melo, a quem coube a apre­sen­tação de mais esta obra de grande qua­li­dade com a chan­cela da Edi­to­rial, de que é di­rector, José Ca­pucho, do Se­cre­ta­riado do CC, e Je­ró­nimo de Sousa, Se­cre­tário-geral do PCP.

Trata-se de um Tomo com quase 800 pá­ginas que reúne textos pu­bli­cados entre Ja­neiro e Ou­tubro de 1976, pe­ríodo fértil em acon­te­ci­mentos e de for­tís­simo an­ta­go­nismo entre aqueles que, como o PCP, pro­cu­ravam com a sua acção con­se­quente de­fender as ex­tra­or­di­ná­rias con­quistas al­can­çadas pelo povo por­tu­guês e aqueles que tudo fa­ziam para se lhes opor, re­verter o pro­cesso e levar por di­ante a contra-re­vo­lução.

De­pois do «tempo exal­tante da luta e da ini­ci­a­tiva cri­a­dora das massas po­pu­lares» que foi a Re­vo­lução da Abril – re­a­li­dade trans­for­ma­dora es­pe­lhada com no­tável cla­reza e fi­de­li­dade no V Tomo das Obras Es­co­lhidas dado à es­tampa em me­ados de 2014 -, neste Tomo VI de cui­dado ar­ranjo grá­fico o que o leitor en­contra, como sa­li­entou Je­ró­nimo de Sousa na in­ter­venção com que en­cerrou este acto pú­blico, é a «es­for­çada in­ter­venção e acção de um par­tido, dos tra­ba­lha­dores, das suas or­ga­ni­za­ções e do mo­vi­mento po­pular de massas, na de­fesa e con­so­li­dação das con­quistas al­can­çadas, e pela uni­dade e en­ten­di­mento de todas as forças de­mo­crá­ticas na con­cre­ti­zação de uma po­lí­tica ao ser­viço do povo».

In­ter­venção do PCP que é in­se­pa­rável da pró­pria obra e in­ter­venção do seu líder his­tó­rico – «fundem-se», su­bli­nhou Je­ró­nimo de Sousa -, obra essa que «nasceu, se de­sen­volveu e con­cre­tizou in­cor­po­rando sempre a opi­nião e a ex­pe­ri­ência do co­lec­tivo par­ti­dário que tem em Álvaro Cu­nhal o seu mais des­ta­cado ele­mento e que cons­titui um de­ci­sivo ponto de par­tida para as lutas de hoje e do fu­turo».

Lutas como a que se trava no pre­sente pela con­cre­ti­zação de uma nova po­lí­tica que vá ao en­contro dos an­seios e ne­ces­si­dades dos tra­ba­lha­dores e do povo, capaz de abrir um novo ca­pí­tulo que, pondo termo à acção des­trui­dora do PSD e do CDS, per­mita «mudar de vida», como ti­tula a peça mu­sical criada pelo vir­tu­o­sismo de Carlos Pa­redes, que Luísa Amaro exe­cutou pri­mo­ro­sa­mente à gui­tarra por­tu­guesa, acom­pa­nhada pelo cla­ri­nete baixo de Gon­çalo Lopes, no be­lís­simo mo­mento cul­tural que an­te­cedeu as in­ter­ven­ções, a mos­trar como a mú­sica, também ela, pode ser um acto de re­sis­tência, com­por­tando sen­tido de luta e con­fi­ança.




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