Jerónimo de Sousa em Espinho

Um Partido como nenhum outro

O Se­cre­tário-geral do Par­tido es­teve no sá­bado em Es­pinho a inau­gurar o novo Centro de Tra­balho e a par­ti­cipar num al­moço que contou com a pre­sença de mais de 200 pes­soas.

O PCP de­pende das suas pró­prias forças para in­tervir

«Temos um Par­tido como ne­nhum outro, com uma his­tória, força, va­lores e pro­jecto sem igual.» Estas pa­la­vras pro­feriu-as Je­ró­nimo de Sousa no final da sua in­ter­venção no grande al­moço de sá­bado, em Es­pinho, re­fe­rindo-se à ca­pa­ci­dade dos co­mu­nistas para cum­prirem com êxito as inú­meras e exi­gentes ta­refas que lhe estão co­lo­cadas pela ac­tual si­tu­ação po­lí­tica. Mas elas as­sentam que nem uma luva na or­ga­ni­zação do Par­tido da­quele con­celho do dis­trito de Aveiro que, após se­manas de tra­balho vo­lun­tário, con­se­guiu inau­gurar o novo Centro de Tra­balho e, no mesmo dia, re­a­lizar um grande al­moço.

O novo CT, agora ad­qui­rido, in­tegra muitas horas de tra­balho pres­tado por de­zenas de mi­li­tantes e amigos do Par­tido nas úl­timas se­manas. Aquando da sua inau­gu­ração, o novo es­paço foi muito elo­giado pelos pre­sentes, que se mos­traram par­ti­cu­lar­mente sa­tis­feitos pela me­lhoria sig­ni­fi­ca­tiva face às ins­ta­la­ções an­te­ri­ores, que se en­con­travam já bas­tantes de­gra­dadas. A pre­sença do Se­cre­tário-geral do Par­tido no local mo­tivou a cu­ri­o­si­dade de mo­ra­dores e tran­seuntes, que por ali fi­caram a es­cutar a sua in­ter­venção.

Da mesma forma, o al­moço que en­cheu por com­pleto o salão das Pis­cinas Solar do Atlân­tico foi con­fec­ci­o­nado e or­ga­ni­zado pela or­ga­ni­zação local do Par­tido. Dos seus mais de 200 par­ti­ci­pantes, parte sig­ni­fi­ca­tiva era de não mi­li­tantes co­mu­nistas.

Crescer e avançar

In­ter­vindo du­rante o al­moço, José Gaspar (membro do Co­mité Cen­tral e da Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Aveiro do PCP) co­meçou por saudar as «imensas horas de tra­balho mi­li­tante» que foram ne­ces­sá­rias para inau­gurar o novo Centro de Tra­balho. Em se­guida lem­brou que a aber­tura de um novo CT era uma as­pi­ração an­tiga dos co­mu­nistas es­pi­nhenses.

Abrir um novo Centro de Tra­balho, lem­brou o di­ri­gente co­mu­nista, «não é só fazer umas mu­danças». É, so­bre­tudo, «criar me­lhores con­di­ções para o nosso tra­balho, mas também para o con­vívio, a fra­ter­ni­dade e a ca­ma­ra­dagem entre co­mu­nistas e amigos». Com o novo es­paço, es­pera José Gaspar, será pos­sível «chamar mais gente ao Par­tido», quer re­cru­tando novos mi­li­tantes quer tendo mais qua­dros en­vol­vidos no tra­balho diário – ques­tões in­dis­pen­sá­veis para «fazer o Par­tido viver e crescer».

Quanto ao an­tigo Centro de Tra­balho, deixa sau­dades, pois foi «a pri­meira sede par­ti­dária a abrir portas no con­celho logo após 25 de Abril de 1974 e uma das pri­meiras do PCP em todo o País». Como ou­tras, foi alvo de aten­tados bom­bistas e foi, so­bre­tudo, um «centro de apoio às muitas ini­ci­a­tivas po­lí­ticas e de con­vívio de que tanto nos or­gu­lhamos».

Também Fran­cisco Gon­çalves, mi­li­tante de Es­pinho e man­da­tário con­ce­lhio da can­di­da­tura de Edgar Silva, lem­brou o tempo pas­sado desde a sua adesão ao PCP, em 2002, quando o Par­tido vivia, no con­celho, «tempos di­fí­ceis». Também o Centro de Tra­balho «não era pro­pri­a­mente agra­dável», mas sim um «edi­fício cor­roído pelo tempo, com uma porta de en­trada car­co­mida pela fer­rugem e as tra­seiras vul­ne­rá­veis a as­saltos».

Hoje, va­lo­rizou, a si­tu­ação é di­fe­rente porque «foi pos­sível re­sistir e crescer»: o PCP não só tem um «es­paço digno e ade­quado às ta­refas a de­sen­volver no dia-a-dia» como se re­forçou or­ga­ni­ca­mente, me­lhorou a sua in­fluência na luta e no mo­vi­mento de massas e cresceu elei­to­ral­mente. «Aqui em Es­pinho, no nosso dis­trito e no País», acres­centou. In­ter­veio ainda Le­onor Gomes, da JCP.

Tomar ini­ci­a­tiva

Na sua in­ter­venção, Je­ró­nimo de Sousa voltou a cri­ticar o Pre­si­dente da Re­pú­blica por tudo ter feito para «trans­formar numa crise po­lí­tica um acto que de­veria ser de nor­ma­li­dade de­mo­crá­tica, afron­tando não apenas a Cons­ti­tuição, mas ou­tros ór­gãos de so­be­rania e o pró­prio re­gime de­mo­crá­tico». Assim, e de­pois de ter dado posse a um Go­verno con­de­nado à par­tida, Ca­vaco Silva con­tinua a ar­rastar a «de­cisão que lhe cabe e que a si­tu­ação exige».

Até sá­bado, o mais re­cente epi­sódio deste fo­lhetim era o «cor­rupio de con­tactos e au­di­ções de re­pre­sen­tantes do grande ca­pital, ban­queiros e no­tá­veis que o povo não elegeu, e que em grande me­dida são também res­pon­sá­veis pela grave si­tu­ação a que o País chegou». As al­te­ra­ções ve­ri­fi­cadas na se­gunda-feira só con­firmam a jus­teza das de­nún­cias do PCP.

De­pois de se va­lo­rizar a der­rota do Go­verno PSD/​CDS e des­tacar a im­por­tância que hoje as­sume a ba­talha das elei­ções pre­si­den­ciais e da can­di­da­tura de Edgar Silva, Je­ró­nimo de Sousa apelou ao re­forço or­gâ­nico, po­lí­tico e so­cial do PCP. Para o Se­cre­tário-geral, é pre­ci­sa­mente «na con­ju­gação da acção em todas as frentes que este Par­tido im­pres­cin­dível aos tra­ba­lha­dores, ao povo e ao País pre­cisa de con­ti­nuar a agir». 




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