Escravatura
Pelo menos 35,8 milhões de pessoas são traficadas ou forçadas a trabalhar. Os dados da ONG australiana Walk Free Foundation (WFF) reportam-se ao final de 2014 mas foram recordados a 6 de Dezembro último quando se assinalaram os 150 anos da abolição da escravatura nos EUA, em 1865, em plena guerra civil.
Segundo a WFF, em termos absolutos, a Índia é o país do mundo como maior número de escravos: 14,3 milhões de pessoas. A Europa, sendo a região com o mais baixo índice (em primeiro lugar surge a região da Ásia/Pacífico, com dois terços do total de população escrava), continua a ter mais de meio milhão de escravos, a maioria explorados sexualmente.
As projecções da ONG australiana são diferentes das estimativas mais recentes da Organização Internacional do Trabalho, que calculava em cerca de 21 milhões o número de seres humanos vítimas de tráfico e trabalho forçado.
Entretanto, a Confederação Internacional de Sindicatos (CSI) – organização insuspeita de simpatias para com o sindicalismo de classe, tanto mais que depois da denúncia ficou-se por um apelo à FIFA para que defenda os direitos dos trabalhadores –, acusou as empresas encarregues da construção dos estádios, infra-estruturas e edifícios para fins diversos no âmbito do Campeonato do Mundo de Futebol de 2022, no Catar, de aprisionarem 1,8 milhões de trabalhadores migrantes durante as obras, uma vez que lhes confiscam os passaportes. A CSI alertou, ainda, que a exposição a acidentes de trabalho é de tal forma grave que se calcula que até ao fim das empreitadas possam morrer sete mil trabalhadores.