Desigualdades agravam-se
Um terço dos britânicos com baixos rendimentos está sobre-endividado, destinando um terço dos seus recursos para o pagamento de hipotecas.
Segundo o relatório anual da associação «Resolution Foundation», que acompanha a evolução dos padrões de vida na Grã-Bretanha, o aumento das desigualdades é inevitável, caso se mantenham os baixos salários no país e a política de redução dos benefícios sociais.
Matt Whittaker, autor do estudo, revela que mais de 22 por cento dos trabalhadores, cerca de 5,7 milhões de pessoas, auferem remunerações abaixo do rendimento mínimo vital, numero que teve um aumento de 20 por cento desde 2003.
O peso do endividamento nestas camadas sociais põe em evidência a necessidade de uma maior redistribuição das receitas do Estado, sustenta o economista.
A combinação de um aumento dos salários com uma melhor redistribuição das receitas do Estado poderia reduzir em metade o fosso salarial, afirma Whittaker.
No entanto, apesar do recente aumento do salário mínimo para os maiores de 24 anos, a proporção de trabalhadores que auferem salários abaixo das necessidades básicas continuará a aumentar.
De acordo com as estimativas da Fundação, este grupo da população passará a representar 24 por cento já em 2016 e poderá atingir os 30 por cento em 2020, caso o governo não altere a suas políticas redistributivas e não estabeleça um salário mínimo mais equitativo.
O estudo indica ainda que as mulheres, jovens, trabalhadores a tempo parcial e temporários são os que auferem salários mais baixos.
Os sectores que pagam pior são o da hotelaria e restauração, o comércio em geral, e as instituições de assistência a idosos e pessoas com incapacidades.