Ao trabalho, camaradas

Patrícia Machado (Membro da Comissão Política do PCP)

2016 dá en­trada com um con­junto de exi­gên­cias ao co­lec­tivo par­ti­dário a que im­porta dar res­posta. Desde logo, as elei­ções pre­si­den­ciais, ta­refa pri­o­ri­tária, na sua recta final exi­gindo todo o es­forço no sen­tido de um maior e mais amplo es­cla­re­ci­mento e apelo ao voto na can­di­da­tura de Edgar Silva, com o que esta re­pre­senta na de­fesa dos va­lores de Abril, da Cons­ti­tuição da Re­pú­blica Por­tu­guesa e como im­por­tante con­tri­buto para a der­rota da can­di­da­tura apoiada pelo PSD e CDS de Passos Co­elho e de Paulo Portas.

2016 é mais um ano com enormes exi­gên­cias e po­ten­ci­a­li­dades

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Uma can­di­da­tura que, como su­bli­nhou o Co­mité Cen­tral a 13 de De­zembro, as­sume os po­deres e fun­ções pre­si­den­ciais como meio de in­tervir no sen­tido de con­tri­buir para a con­cre­ti­zação de uma de­mo­cracia po­lí­tica, eco­nó­mica, so­cial e cul­tural e que apre­senta aos por­tu­gueses e ao País um pro­jecto capaz de as­se­gurar um Por­tugal de­sen­vol­vido, de pro­gresso e so­be­rano. Por todo o País, as or­ga­ni­za­ções do Par­tido, os apoi­antes, muitos ho­mens, mu­lheres e jo­vens, levam esta men­sagem aos elei­tores para con­ti­nuar a alargar e a apro­fundar o ele­vado apoio à can­di­da­tura, ape­lando ao voto já no pró­ximo dia 24 de Ja­neiro.

Este em­pe­nha­mento me­rece hoje es­pe­cial atenção com o de­sen­vol­vi­mento da jor­nada na­ci­onal dos 100 dias sobre a nova fase da vida po­lí­tica na­ci­onal, em que im­porta di­vulgar mas­si­va­mente aquilo que tem sido a im­por­tante e de­ter­mi­nante in­ter­venção do Par­tido, o seu papel e acção na luta in­tran­si­gente pelos di­reitos dos tra­ba­lha­dores e do povo, na de­fesa do de­sen­vol­vi­mento, do pro­gresso e da so­be­rania do nosso País. O em­pe­nha­mento, acom­pa­nha­mento e a so­li­da­ri­e­dade do Par­tido com as lutas dos tra­ba­lha­dores e das po­pu­la­ções e a sua tra­dução na acção or­ga­ni­za­tiva e po­lí­tica têm sido cons­tantes, com um in­tenso tra­balho e ini­ci­a­tiva já de­sen­vol­vidos, que im­porta dar a co­nhecer e am­pliar a sua di­vul­gação.

São os casos da re­po­sição das 35 horas de tra­balho se­manal na Ad­mi­nis­tração Pú­blica, dos fe­ri­ados re­ti­rados (já al­can­çado) e do pa­ga­mento dos com­ple­mentos de pensão nas em­presas do Sector Em­pre­sa­rial do Es­tado; das con­ces­sões que ga­rantam trans­porte aos tra­ba­lha­dores do sector, do can­ce­la­mento e re­versão dos pro­cessos de fusão, re­es­tru­tu­ração e sub­con­cessão das em­presas Carris e Metro de Lisboa, da pri­va­ti­zação da EGF, da TAP e da CP-Carga, da fusão da REFER com a Es­tradas de Por­tugal, bem como da sub­con­cessão dos STCP e Metro do Porto; do au­mento do sa­lário mí­nimo na­ci­onal para 600 euros no início de 2016, do fim das por­ta­gens nas ex-SCUT, da de­fesa do en­sino ar­tís­tico ou ainda da re­vo­gação do di­ploma que per­mite trans­ferir hos­pi­tais para as Mi­se­ri­cór­dias.

Exi­gên­cias e po­ten­ci­a­li­dades

A par da in­ten­si­fi­cação da acção po­lí­tica pelas di­versas or­ga­ni­za­ções do Par­tido, nos ór­gãos onde par­ti­ci­pamos, o de­sen­vol­vi­mento da luta dos tra­ba­lha­dores e das po­pu­la­ções pela de­fesa, re­po­sição e con­quista de di­reitos é de­ter­mi­nante para a exi­gência de po­lí­ticas que vão ao en­contro das ne­ces­si­dades dos tra­ba­lha­dores, do povo e do País.

A in­ter­venção do Par­tido na de­fesa dos di­reitos dos tra­ba­lha­dores, com as li­nhas de­fi­nidas no âm­bito da cam­panha de re­forço do Par­tido, são fun­da­men­tais para o for­ta­le­ci­mento da nossa or­ga­ni­zação e da nossa in­ter­venção. A 13 de De­zembro, o Co­mité Cen­tral de­finiu como uma das ori­en­ta­ções pri­o­ri­tá­rias o de­sen­vol­vi­mento de uma acção geral que en­volva, para além de um con­junto de ini­ci­a­tivas em torno dos prin­ci­pais pro­blemas e de­sa­fios do País, a re­a­li­zação de uma cam­panha na­ci­onal junto dos tra­ba­lha­dores em torno do com­bate à pre­ca­ri­e­dade, da re­cu­pe­ração de di­reitos e ren­di­mentos que foram rou­bados e do con­junto dos seus in­te­resses de classe.

No ano em que iremos pre­parar e re­a­lizar o nosso XX Con­gresso, in­ti­ma­mente li­gado aos pro­blemas e as­pi­ra­ções dos tra­ba­lha­dores e do povo, li­gado à vida, o tra­balho de re­forço do Par­tido, im­ple­mentar a Re­so­lução «Mais or­ga­ni­zação, mais in­ter­venção, maior in­fluência – um PCP mais forte» é de­ter­mi­nante para o re­forço da acção, in­ter­venção e res­posta do Par­tido, sendo im­por­tante es­tru­turar, de­finir li­nhas e me­didas que per­mitam al­cançar os ob­jec­tivos de­fi­nidos pela or­ga­ni­zação.

2016 é, por­tanto, mais um ano com enormes exi­gên­cias e po­ten­ci­a­li­dades que as­sen­tará ne­ces­sa­ri­a­mente nas me­didas de di­recção, no es­forço, ca­pa­ci­dades e dis­po­ni­bi­li­dades mi­li­tantes com este grande co­lec­tivo que per­mita levar por di­ante estas e as res­tantes grandes li­nhas ori­en­ta­doras de­fi­nidas.




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