Edgar Silva reafirma valores da candidatura

Compromisso com o futuro

Os votos nesta can­di­da­tura dão «uma força maior para todas as lutas que se avi­zi­nham na de­fesa de um Por­tugal mais justo», afirmou Edgar Silva na re­acção aos re­sul­tados elei­to­rais de dia 24, tendo su­bli­nhado também que «tudo fi­zemos para afirmar uma can­di­da­tura cen­trada na es­cuta do clamor dos po­bres, do clamor dos tra­ba­lha­dores, do clamor da Terra». Também para o Se­cre­tário-geral do PCP, Je­ró­nimo de Sousa, «a cor­rente de mo­bi­li­zação que a can­di­da­tura de Edgar Silva sus­citou» se pro­jecta «como um factor es­sen­cial para o de­sen­vol­vi­mento da luta e das ba­ta­lhas po­lí­ticas que a nova fase da vida po­lí­tica na­ci­onal co­loca aos tra­ba­lha­dores, ao povo, aos de­mo­cratas e pa­tri­otas».

Cada voto nesta can­di­da­tura dá mais força à luta

A breve de­cla­ração feita por Edgar Silva no Centro de Tra­balho Vi­tória, num mo­mento da noite elei­toral em que a vi­tória do can­di­dato da di­reita para a Pre­si­dência da Re­pú­blica – Mar­celo Re­belo de Sousa – era já um dado ad­qui­rido, cen­trou-se nos va­lores a que a can­di­da­tura co­mu­nista deu corpo e na im­por­tância que cada voto a ela con­fiado possui.

«Apre­sen­támos um ho­ri­zonte de va­lores e de ideias» e «tudo fi­zemos pela afir­mação de um con­junto de va­lores fun­da­men­tais», des­tacou Edgar Silva logo de início, lem­brando a im­por­tância dada du­rante a cam­panha a ques­tões como a jus­tiça so­cial, a de­fesa do tra­balho («do di­reito ao tra­balho e do tra­balho com di­reitos»), a in­de­pen­dência e a so­be­rania na­ci­o­nais e a edi­fi­cação da paz.

«Para além destes va­lores, tudo fi­zemos também para afirmar uma can­di­da­tura cen­trada na es­cuta do clamor dos po­bres, do clamor dos tra­ba­lha­dores, do clamor da Terra», disse, re­fe­rindo-se a uma can­di­da­tura («minha/​nossa can­di­da­tura») que teve como um dos seus pi­lares o «com­pro­misso de mudar a vida», a «de­núncia do tipo de so­ci­e­dade em que vi­vemos» e a afir­mação de que é «im­pe­ra­tiva uma outra ordem das coisas». «A mu­dança da vida e uma so­ci­e­dade outra es­ti­veram sempre no centro da nossa in­ter­venção», in­sistiu.

Di­mensão de pro­jecto

Re­co­nhe­cendo que os re­sul­tados ob­tidos nestas elei­ções fi­caram aquém do de­se­jado, o can­di­dato agra­deceu «a cada um dos por­tu­gueses e a cada uma das por­tu­guesas que con­fi­aram o seu voto nesta can­di­da­tura», su­bli­nhando que, «como cada gota de água é uma en­chente no mar largo da es­pe­rança e do fu­turo, cada voto nesta can­di­da­tura tem a di­mensão de pro­jecto e o sen­tido de in­ter­venção his­tó­rica», é «um com­pro­misso que ad­quire mais força nesta nossa ta­refa que é a de mudar a vida».

Antes de con­cluir, ga­rantiu que cada voto dado a esta can­di­da­tura «tem con­sequên­cias» e dá «uma força maior para todas as lutas que se avi­zi­nham na de­fesa de um Por­tugal mais justo, de um de­sen­vol­vi­mento e pro­gresso com jus­tiça so­cial».

 

De­cla­ração de Je­ró­nimo de Sousa
Podem contar com o PCP

«Estas elei­ções con­fir­maram a im­por­tância do PCP in­tervir com uma voz pró­pria e au­tó­noma no de­bate sobre o papel e po­deres exi­gidos ao Pre­si­dente da Re­pú­blica (PR). Ne­nhuma outra can­di­da­tura ins­creveu com idên­tica cla­reza o valor da Cons­ti­tuição da Re­pú­blica (CRP) como re­fe­rência es­sen­cial para um outro rumo na vida po­lí­tica na­ci­onal que as­se­gure ple­na­mente o di­reito dos por­tu­gueses e do País ao de­sen­vol­vi­mento, ao pro­gresso e jus­tiça so­cial. Na can­di­da­tura de Edgar Silva es­teve pre­sente não só o inequí­voco com­pro­me­ti­mento com o in­te­gral cum­pri­mento e res­peito pela CRP, mas também, como em ne­nhuma outra, a as­sumpção de toda sua di­mensão po­lí­tica, eco­nó­mica, so­cial e cul­tural. (...)

Pela in­ter­venção da can­di­da­tura de Edgar Silva foi dada voz aos di­reitos e in­te­resses dos tra­ba­lha­dores, dos re­for­mados, dos pe­quenos e mé­dios em­pre­sá­rios, dos agri­cul­tores, dos pes­ca­dores. Por aí pas­saram os pro­blemas dos jo­vens e das mu­lheres, dos cri­a­dores da cul­tura e as so­lu­ções para res­ponder às suas as­pi­ra­ções. Nela con­fluíram as mais pre­mentes ques­tões do de­sen­vol­vi­mento eco­nó­mico e so­cial, da pro­dução na­ci­onal, da cri­ação do em­prego, da dis­tri­buição do ren­di­mento.

A can­di­da­tura pa­trió­tica e de es­querda, li­berta de qual­quer com­pro­me­ti­mento com os grupos eco­nó­micos e o ca­pital fi­nan­ceiro, que com au­to­ri­dade e co­e­rência re­jeita os di­tames da União Eu­ro­peia. A can­di­da­tura por­ta­dora de um pro­jecto de li­ber­dade, de­mo­cracia, jus­tiça so­cial, de­sen­vol­vi­mento e so­be­rania. A can­di­da­tura que sem he­si­tação se as­sumiu como a can­di­da­tura dos tra­ba­lha­dores, a can­di­da­tura de Abril, vin­cu­lada aos seus va­lores.

O re­sul­tado ob­tido por Mar­celo Re­belo de Sousa (MRS) é in­se­pa­rável de uma cui­dada e pro­lon­gada cons­trução me­diá­tica, pro­lon­gada aliás até ao dia da eleição, da in­dis­far­çável pro­cura pelo can­di­dato de ocultar e dis­si­mular o seu real po­si­ci­o­na­mento sobre ques­tões cru­ciais do papel do PR, bem como de uma afir­mação os­ten­siva e falsa quanto a uma ale­gada in­de­pen­dência ne­gada pelo que de facto re­pre­senta. Como in­sis­ten­te­mente o PCP su­bli­nhou, o can­di­dato Mar­celo Re­belo de Sousa era não só o can­di­dato do PSD e CDS, como cons­ti­tuía o pro­lon­ga­mento, com esta ou aquela al­te­ração de es­tilo, da­quilo que marcou os man­datos de Ca­vaco Silva.

A es­cassa margem de votos que lhe per­mitiu não en­frentar a se­gunda volta com­prova a real pos­si­bi­li­dade que o PCP sempre afirmou quanto às con­di­ções para ser der­ro­tado se todos se ti­vessem ver­da­dei­ra­mente en­vol­vido neste ob­jec­tivo.

A eleição de MRS para PR cons­titui na ac­tual fase da vida po­lí­tica na­ci­onal um factor ne­ga­tivo que não pode deixar de sus­citar le­gí­timas in­qui­e­ta­ções quanto ao seu fu­turo man­dato. In­de­pen­den­te­mente das re­pe­tidas afir­ma­ções, Mar­celo Re­belo de Sousa, quer pelas con­cep­ções que as­sume quanto à Cons­ti­tuição da Re­pú­blica, quer quanto ao seu in­dis­so­ciável per­curso com a po­lí­tica de di­reita e o PSD, não dá ga­ran­tias de um exer­cício na Pre­si­dência vin­cu­lado aos va­lores e prin­cí­pios cons­ti­tu­ci­o­nais. A que acresce a sua li­gação ao PSD, e ao CDS, e aos pro­jectos que ali­mentam para pro­curar repor a po­lí­tica de de­clínio eco­nó­mico e re­tro­cesso so­cial que marcou a vida po­lí­tica nos úl­timos quatro anos. (...)

O re­sul­tado ob­tido pela can­di­da­tura de Edgar Silva fica aquém do valor que o seu pro­jecto exigia quer quanto ao ob­jec­tivo destas elei­ções – as­se­gurar como PR quem de­fen­desse, res­pei­tasse e cum­prisse a CRP –, quer quanto ao que ela re­pre­senta e ex­pressa de uma in­ter­venção co­e­rente e in­subs­ti­tuível para a in­ter­venção e a luta pre­sente e fu­tura por um outro rumo para a vida po­lí­tica na­ci­onal. Um re­sul­tado cons­truído a pulso, no quadro de um pa­no­rama me­diá­tico de­si­gual e de pro­moção e fa­vo­re­ci­mento de ou­tras can­di­da­turas e de apelos a sen­ti­mentos po­pu­listas e an­ti­de­mo­crá­ticos.

A cor­rente de mo­bi­li­zação que a can­di­da­tura de Edgar Silva sus­citou, o es­cla­re­ci­mento que fez dos pro­blemas do País e das so­lu­ções e po­lí­tica ne­ces­sária para os en­frentar, e a ines­ti­mável con­tri­buição que a sua cam­panha e a acção dos mi­lhares de ac­ti­vistas que nela par­ti­ci­param deram para com­bater de­sa­lentos e dar con­fi­ança na cons­trução de um Por­tugal me­lhor e mais justo, pro­jectam-se num fu­turo pró­ximo como um factor es­sen­cial para o de­sen­vol­vi­mento da luta e das ba­ta­lhas po­lí­ticas que a nova fase da vida po­lí­tica na­ci­onal co­loca aos tra­ba­lha­dores, ao povo, aos de­mo­cratas e pa­tri­otas.

Ne­nhum outro voto como o voto em Edgar Silva cor­res­ponde a um só­lido com­pro­me­ti­mento com uma po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda. Ne­nhum outro voto como o voto em Edgar Silva pe­sará num fu­turo pró­ximo para a in­ter­venção e a luta dos tra­ba­lha­dores e do povo em de­fesa dos seus di­reitos, na de­vo­lução dos seus ren­di­mentos, na afir­mação so­be­rana e in­de­pen­dente do País.

Uma sau­dação es­pe­cial ao ca­ma­rada Edgar Silva, que pro­ta­go­nizou esta exi­gente e im­por­tante ba­talha com uma grande ca­pa­ci­dade, em­penho, con­vicção e dig­ni­dade, a todos os que vo­taram na sua can­di­da­tura, aos mi­lhares de ac­ti­vistas e apoi­antes que cons­truíram uma cam­panha sem pa­ra­lelo com quais­quer ou­tras can­di­da­turas de con­tacto di­recto, de mo­bi­li­zação e es­cla­re­ci­mento sobre a si­tu­ação do País e o papel exi­gido ao PR.

Quero aqui re­a­firmar aos tra­ba­lha­dores e ao povo por­tu­guês que podem contar com o Par­tido Co­mu­nista Por­tu­guês, com a sua in­ter­venção, de­ter­mi­nação e luta, na ac­tual fase da vida po­lí­tica na­ci­onal, como sempre, para de­fender, repor e con­quistar di­reitos, para re­solver pro­blemas e res­ponder a justas as­pi­ra­ções, nos sa­lá­rios e nas pen­sões, no em­prego e no com­bate à pre­ca­ri­e­dade, na saúde, na edu­cação, na se­gu­rança so­cial e na cul­tura, para apoiar tudo quanto de po­si­tivo possa ser al­can­çado e com­bater me­didas e op­ções que se re­velem ne­ga­tivas, para romper com a po­lí­tica de di­reita, re­cusar im­po­si­ções ex­ternas e as­se­gurar uma po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda, a de­mo­cracia, o de­sen­vol­vi­mento, a so­be­rania na­ci­onal, um Por­tugal com fu­turo.»

 



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Resultados eleitorais

Resultados globais Inscritos 9 700 645 Votantes 4 737 514 48,84% Abstenção 4 963 131 51,16% Em branco 58 666 1,24% Nulos 43 758 0,92% Votos        % Marcelo R. Sousa 2 410 286 52,00 Sampaio da...