CGTP-IN comenta resultados eleitorais

PR deve assumir ruptura

O Pre­si­dente da Re­pú­blica eleito não po­derá deixar de as­sumir a rup­tura com a pos­tura de Ca­vaco Silva e com as me­didas que iden­ti­ficou como frac­tu­rantes da co­esão, re­fere-se na pri­meira re­acção da CGTP-IN após as elei­ções.

Mar­celo teve, de forma dis­si­mu­lada, o apoio dos grupos eco­nó­micos

A con­fe­de­ração, numa nota pu­bli­cada no dia 25, se­gunda-feira, co­meça por ob­servar que Mar­celo Re­belo de Sousa venceu as elei­ções «apre­sen­tando-se como in­de­pen­dente» e «be­ne­fi­ci­ando da cam­panha me­diá­tica que lhe foi pro­por­ci­o­nada ao longo dos anos», mas «contou ainda, de forma dis­si­mu­lada, com o apoio inequí­voco dos grupos eco­nó­micos e fi­nan­ceiros e das di­rec­ções do PSD e do CDS, res­pon­sá­veis pela po­lí­tica que acen­tuou a ex­plo­ração, as de­si­gual­dades e o em­po­bre­ci­mento dos tra­ba­lha­dores e do povo».

A ele­vada abs­tenção é vista como «factor que não pode ser dis­so­ciado da cres­cente des­cre­di­bi­li­zação do órgão Pre­si­dente da Re­pú­blica, em con­sequência dos po­si­ci­o­na­mentos de Ca­vaco Silva ao longo de dois man­datos mar­cados, no­me­a­da­mente, pelo con­fronto com o texto cons­ti­tu­ci­onal e a opção por uma po­lí­tica de hos­ti­li­zação per­ma­nente dos di­reitos in­di­vi­duais e co­lec­tivos dos tra­ba­lha­dores e das po­pu­la­ções».

«De­pois de ter afir­mado inú­meras vezes o com­pro­misso de res­peitar a Cons­ti­tuição», o PR eleito «não pode agora deixar de as­sumir a rup­tura com a pos­tura do seu an­te­cessor e as me­didas que iden­ti­ficou como frac­tu­rantes da co­esão eco­nó­mica e so­cial de Por­tugal». A CGTP-IN con­si­dera que o Pre­si­dente da Re­pú­blica «não pode ficar in­di­fe­rente à ne­ces­si­dade de acom­pa­nhar a exi­gência, ex­pressa pela nova mai­oria de de­pu­tados na As­sem­bleia da Re­pú­blica, de uma mu­dança de po­lí­tica». Em Belém, «mais do que pro­meter, é pre­ciso que o novo Pre­si­dente da Re­pú­blica de­fenda, cumpra e faça cum­prir a Cons­ti­tuição da Re­pú­blica Por­tu­guesa e o que ela con­sagra para a re­so­lução dos pro­blemas na­ci­o­nais, na im­ple­men­tação de uma po­lí­tica que au­mente a pro­dução, as­se­gure o pleno em­prego e pro­mova uma mais justa dis­tri­buição da ri­queza, com a va­lo­ri­zação do tra­balho e a dig­ni­fi­cação dos tra­ba­lha­dores, cri­ando con­di­ções para im­pedir a saída for­çada para o es­tran­geiro, de­sig­na­da­mente, dos qua­dros jo­vens mais qua­li­fi­cados», de­fende a In­ter­sin­dical.

Per­sistir e in­ten­si­ficar

Para a CGTP-IN, «os tra­ba­lha­dores e o povo por­tu­guês sabem que o ca­minho para a re­so­lução dos pro­blemas e para a cons­trução de um fu­turo me­lhor é dar vida à de­mo­cracia, par­ti­cipar e rei­vin­dicar, não de­sistir dos ob­jec­tivos e das lutas que são justas e ne­ces­sá­rias».

Re­a­fir­mando o seu com­pro­misso com esta ideia, a CGTP-IN de­clara que vai «in­ten­si­ficar a acção, desde logo nos lo­cais de tra­balho», com quatro grandes ob­jec­tivos:

● «O au­mento geral dos sa­lá­rios e a va­lo­ri­zação do tra­balho, com uma nova po­lí­tica de ren­di­mentos e um sis­tema fiscal que alivie os tra­ba­lha­dores e as suas fa­mí­lias da brutal carga de im­postos a que têm sido su­jeitos e que ponha o ca­pital a pagar o que deve aos tra­ba­lha­dores e à so­ci­e­dade»;

● «A con­cre­ti­zação dos prin­cí­pios cons­ti­tu­ci­o­nais da es­ta­bi­li­dade e se­gu­rança no em­prego e da de­fesa e pro­moção da con­tra­tação co­lec­tiva, como ins­tru­mentos de con­sa­gração de di­reitos, in­dis­so­ciá­veis do bem-estar e da qua­li­dade de vida dos tra­ba­lha­dores e das suas fa­mí­lias»;

● «O fi­nan­ci­a­mento e a me­lhoria do fun­ci­o­na­mento do Poder Local de­mo­crá­tico, dos ser­viços pú­blicos e das fun­ções so­ciais que, cons­ti­tu­ci­o­nal­mente, cabe ao Es­tado ga­rantir»;

● «Uma po­lí­tica de es­querda e so­be­rana que efec­tive e pro­jecte os di­reitos e os va­lores de Abril, o em­prego com di­reitos, a so­be­rania na­ci­onal e o pro­gresso so­cial».




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