A convite do PCE e da IU

Jerónimo de Sousa em Espanha

A con­vite do Par­tido Co­mu­nista de Es­panha e da Es­querda Unida (IU), o Se­cre­tário-geral do PCP par­ti­cipou na ma­ni­fes­tação e co­mício do Dia da An­da­luzia re­a­li­zados dia 28 de Fe­ve­reiro, em Cór­dova.

«O PCP age com in­teira in­de­pen­dência po­lí­tica e ide­o­ló­gica»

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Na ini­ci­a­tiva in­ter­vi­eram di­ri­gentes do PCE e da IU, entre os quais Al­berto Garzón, membro do Co­mité Fe­deral do PCE e porta-voz da IU-Uni­dade Po­pular no par­la­mento es­pa­nhol. 
Na sua in­ter­venção, pe­rante mi­lhares de ma­ni­fes­tantes, Je­ró­nimo de Sousa ex­pressou a so­li­da­ri­e­dade dos co­mu­nistas por­tu­gueses para com os co­mu­nistas, os tra­ba­lha­dores e os povos de Es­panha e a sua luta em de­fesa dos seus di­reitos, in­te­resses e as­pi­ra­ções.
O Se­cre­tário-geral do PCP abordou a nova fase na vida po­lí­tica em Por­tugal após as elei­ções de 4 de Ou­tubro, que re­sultou, como sa­li­entou, da per­sis­tente e in­tensa re­sis­tência e luta dos tra­ba­lha­dores e do povo por­tu­guês e da ini­ci­a­tiva e in­ter­venção do PCP, o que «per­mitiu não só in­ter­romper o rumo de des­truição do go­verno PSD/​CDS-PP, mas igual­mente o en­con­trar de so­lu­ções que pu­dessem res­ponder a pro­blemas e ne­ces­si­dades pre­mentes».
O Se­cre­tário-geral do PCP su­bli­nhou ainda que «à con­ver­gência que foi pos­sível ve­ri­ficar cor­res­pondeu uma so­lução po­lí­tica que nada tem a ver com uma “co­li­gação das es­querdas”, um “go­verno das es­querdas”, ou se­quer e na ava­li­ação do PCP, um “go­verno de es­querda” em Por­tugal – mas sim um Go­verno do PS, com as suas op­ções, con­tra­di­ções e li­mi­ta­ções».
Como afirmou, «o que existe é uma nova cor­re­lação de forças na As­sem­bleia da Re­pú­blica que pen­samos dever ser ple­na­mente apro­vei­tada para dar res­postas po­si­tivas aos tra­ba­lha­dores, ao povo e ao fu­turo de Por­tugal».
«Uma nova cor­re­lação de forças em que o PCP age com in­teira in­de­pen­dência po­lí­tica e ide­o­ló­gica, apre­ci­ando e de­ci­dindo em cada si­tu­ação a po­sição a tomar sobre cada ma­téria, desde ques­tões le­gis­la­tivas cor­rentes, mais ou menos re­le­vantes, ao Or­ça­mento do Es­tado. Uma si­tu­ação em que o PCP age ar­ti­cu­lando a sua in­ter­venção ins­ti­tu­ci­onal, com o de­sen­vol­vi­mento da luta de massas», pros­se­guiu.

Si­nais de in­versão

Con­si­de­rando que os avanços e pro­gressos ve­ri­fi­cados cons­ti­tuem, apesar de li­mi­tados, si­nais de in­versão face ao ca­minho de ex­plo­ração e em­po­bre­ci­mento im­posto a Por­tugal nos úl­timos anos, Je­ró­nimo de Sousa de­nun­ciou «as enormes pres­sões da União Eu­ro­peia, dos cen­tros do grande ca­pital, que contam com a cum­pli­ci­dade do PSD e do CDS-PP», sa­li­en­tando que «o que os pre­o­cupa é o que estes avanços re­pre­sentam para a luta dos tra­ba­lha­dores e do povo por­tu­guês», afir­mando que o que está em causa «não é só a re­cu­pe­ração de sa­lá­rios e di­reitos. É de­volver a es­pe­rança de que é pos­sível uma vida me­lhor!»
Je­ró­nimo de Sousa su­bli­nhou igual­mente que «a de­fesa de todas as me­didas po­si­tivas en­tre­tanto al­can­çadas e o com­bate a todas as me­didas ne­ga­tivas e as­pectos e ori­en­ta­ções da po­lí­tica de di­reita que en­tre­tanto pre­va­lecem, in­serem-se na luta pela rup­tura com a po­lí­tica de di­reita e pela po­lí­tica al­ter­na­tiva, cuja con­cre­ti­zação tem como ele­mentos de­ter­mi­nantes o alar­ga­mento e a in­ten­si­fi­cação da luta de massas – da classe ope­rária, dos tra­ba­lha­dores, de todas as ca­madas anti-mo­no­po­lista».
Nesse con­texto, «a nossa si­tu­ação po­lí­tica não dis­pensa a luta, antes exige o seu de­sen­vol­vi­mento», sa­li­entou.
Entre ou­tros im­por­tantes as­pectos, o Se­cre­tário-geral do PCP também re­alçou que «o PCP co­loca como ob­jec­tivo es­sen­cial o seu re­forço or­gâ­nico, apro­fun­dando o seu en­rai­za­mento nos tra­ba­lha­dores e no povo, a sua li­gação à re­a­li­dade por­tu­guesa, ar­ti­cu­lando a luta por ob­jec­tivos ime­di­atos com a luta por ob­jec­tivos mais ge­rais, re­a­fir­mando a sua iden­ti­dade co­mu­nista e o seu pro­jecto re­vo­lu­ci­o­nário».




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