Unidade destacou-se na Servirail (Latitudes)

A greve como recurso

Na sexta-feira, dia 4, os tra­ba­lha­dores que as­se­guram os ser­viços de ca­te­ring e bar nos com­boios Alfa e In­ter­ci­dades fi­zeram greve quase a cem por cento. Nou­tras em­presas a luta segue o mesmo ca­minho.

A ad­mi­nis­tração propôs 0,25 por cento de ac­tu­a­li­zação sa­la­rial

A greve na Ser­vi­rail (em­presa do Grupo Ne­wrest, que opera sob a marca La­ti­tudes) teve muito ele­vada par­ti­ci­pação, tanto do pes­soal que as­se­gura o ser­viço nos com­boios Alfa Pen­dular, In­ter­ci­dades e In­ter­na­ci­onal, como de quem tra­balha em terra, disse Fran­cisco Fi­guei­redo à agência Lusa, ao fim da manhã. Este di­ri­gente do Sin­di­cato dos Tra­ba­lha­dores de Ho­te­laria e Si­mi­lares do Norte e da Fe­saht/​CGTP-IN in­formou que não foram ser­vidas quais­quer re­fei­ções nos com­boios saídos do Porto e de Lisboa.
Ex­plicou que os tra­ba­lha­dores rei­vin­dicam au­mentos sa­la­riais e re­po­sição de di­reitos. À pro­posta de au­mento sa­la­rial apre­sen­tada há cerca de cinco meses, a ad­mi­nis­tração res­pondeu no final de Fe­ve­reiro com uma con­tra­pro­posta de 0,25 por cento, equi­va­lente a 1,50 por mês no nível sa­la­rial mais abran­gente. Por outro lado, a em­presa deixou de pagar o sub­sídio de ali­men­tação nas fé­rias, re­duziu as folgas e não res­peita ho­rá­rios.
O di­ri­gente sin­dical adi­antou que, caso a em­presa não al­tere a sua po­sição, po­derá ser con­vo­cada uma nova pa­ra­li­sação para a al­tura da Páscoa.
No co­mu­ni­cado em que con­firmou a re­a­li­zação da greve, di­vul­gado dia 2, a fe­de­ração re­feria entre os mo­tivos que jus­ti­fi­caram a luta o facto de a ad­mi­nis­tração as­sumir «uma pos­tura de afronta aos tra­ba­lha­dores e ar­ras­ta­mento das ne­go­ci­a­ções». Nas de­cla­ra­ções pres­tadas dia 4, Fran­cisco Fi­guei­redo re­feriu que, por não ter ha­vido re­fei­ções e ser­viço de bar nos com­boios, a Ser­vi­rail de­verá pagar à CP «uma multa muito ele­vada» que «será su­pe­rior ao que pa­garia aos tra­ba­lha­dores, caso acei­tasse a pro­posta» sin­dical.
Du­rante a greve, de­zenas de tra­ba­lha­dores da Ser­vi­rail con­cen­traram-se na es­tação de Cam­panhã e dis­tri­buíram um co­mu­ni­cado aos pas­sa­geiros e à po­pu­lação, in­formou o Sin­di­cato da Ho­te­laria do Norte.
Também em Santa Apo­lónia o Sin­di­cato da Ho­te­laria do Sul pro­moveu uma con­cen­tração, na qual es­ti­veram de­zenas de tra­ba­lha­dores da Ser­vi­rail, que con­fir­maram a dis­po­ni­bi­li­dade para voltar à luta na Páscoa, se a em­presa não ceder.

No dia 29 de Fe­ve­reiro, es­ti­veram em greve os tra­ba­lha­dores da Uni­self na can­tina do Hos­pital Edu­ardo Santos Silva (Uni­dade I do Centro Hos­pi­talar de Vila Nova de Gaia), por au­mentos sa­la­riais e em de­fesa de di­reitos. O sin­di­cato, numa nota pu­bli­cada na sua pá­gina na rede so­cial Fa­ce­book, ilus­trada com fo­to­gra­fias de uma con­cen­tração no ex­te­rior das ins­ta­la­ções, re­fere que os sa­lá­rios não são au­men­tados há seis anos, não é de­vi­da­mente re­mu­ne­rado o tra­balho noc­turno e existem de­fi­ci­entes con­di­ções de se­gu­rança e saúde e in­cor­rectas clas­si­fi­ca­ções pro­fis­si­o­nais face às fun­ções exer­cidas.

Os tra­ba­lha­dores au­xi­li­ares de acção mé­dica do Hos­pital de Santa Maria, no Porto, fi­zeram greve no dia 29, se­gunda-feira, e con­cen­traram-se no ex­te­rior da­quela uni­dade pri­vada. O Sin­di­cato da Ho­te­laria do Norte in­dicou como mo­tivos da luta a de­fesa de di­reitos, contra ile­ga­li­dades e pre­po­tência da ad­mi­nis­tração, no­me­a­da­mente quanto ao in­de­vido pa­ga­mento de tra­balho em dias fe­ri­ados e do sub­sídio de turno, e também contra «o clima de pressão e as­sédio no tra­balho».

 

Trans­portes

A partir de quarta-feira, os tra­ba­lha­dores da Co­viBus (Grupo Avanza) cum­prem três dias de greve. A luta mar­cada para dias 16, 17 e 18 visa exigir a apli­cação do novo Con­trato Co­lec­tivo de Tra­balho Ver­tical, as­si­nado pela as­so­ci­ação pa­tronal An­trop e pelo Sin­di­cato dos Tra­ba­lha­dores dos Trans­portes Ro­do­viá­rios e Ur­banos de Por­tugal. A in­for­mação que a Fec­trans/​CGTP-IN di­vulgou dia 2 re­fere que o CCTV es­ta­be­lece novos sa­lá­rios e novas re­gras nas re­la­ções de tra­balho a partir deste ano.

Na terça-feira, dia 15, os tra­ba­lha­dores da Trans­portes Sul do Tejo reúnem-se em ple­nário, a partir das 10 horas, com re­curso a pré-aviso de greve, «para de­ci­direm como res­ponder à ati­tude pre­po­tente da ad­mi­nis­tração», que de­cidiu dar por en­cer­rada a ne­go­ci­ação sa­la­rial e impor uma ac­tu­a­li­zação de um por cento, por acto de gestão, sem dar res­posta a ou­tras ma­té­rias im­por­tantes, in­formou a Fec­trans. A fe­de­ração ad­mitiu que desta jor­nada «po­derão de­correr per­tur­ba­ções na ac­ti­vi­dade da em­presa, cer­ta­mente in­fe­ri­ores àquelas que, di­a­ri­a­mente, são im­postas aos utentes, de­cor­rentes do enorme nú­mero de imo­bi­li­za­ções de au­to­carros».

Para dias 25 a 27 de Março (Páscoa), está con­vo­cada uma greve dos tra­ba­lha­dores da Carristur. A Fec­trans in­dica como mo­tivo prin­cipal a con­tes­tação da de­cisão da ad­mi­nis­tração de re­duzir sa­lá­rios, re­cu­sando aplicar o con­trato co­lec­tivo do sector ro­do­viário de pas­sa­geiros (que sempre tem vi­go­rado nesta em­presa nas­cida da Carris e cujo ca­pital so­cial é por esta de­tido na ín­tegra). Os novos sa­lá­rios pre­vistos no CCTV foram apli­cados em Ja­neiro, mas re­ti­rados no mês se­guinte.

 



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