Lutas na indústria por salários e direitos

Aviso e estímulo

As greves na Pe­trogal, na CelCat e na Inapal Plás­ticos ti­veram ele­vados ní­veis de adesão, tal como se tinha ve­ri­fi­cado nou­tras lutas re­centes, o que re­pre­senta um aviso aos pa­trões.

Com luta firme, o ataque pa­tronal pode ser sus­tido

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«Com a uni­dade de­mons­trada nos ele­vados ní­veis de adesão às greves dos úl­timos dias na Pe­trogal, CelCat, Seda Ibé­rica, Jado Ibéria, Bosch Car Mul­ti­media, Printer e Inapal Plás­ticos, os tra­ba­lha­dores afir­maram a sua de­ter­mi­nação de pros­se­guirem a luta, para al­cançar me­lho­rias sa­la­riais e para ga­rantir que os di­reitos são res­pei­tados», con­si­derou a Fi­e­qui­metal/​CGTP-IN, ao chamar a atenção para este con­junto de lutas re­centes.
A fe­de­ração, de que fazem parte os sin­di­catos em que se or­ga­niza a mai­oria do pes­soal destas em­presas, en­cara tal adesão dos tra­ba­lha­dores à luta como «uma clara men­sagem de aviso aos pa­trões, que pre­tendem con­ti­nuar a atacar os di­reitos e os ren­di­mentos de quem tra­balha, para mais fa­cil­mente ga­ran­tirem o lucro que nunca con­si­deram su­fi­ci­ente», e também como «um sinal de es­tí­mulo e en­co­ra­ja­mento a todos aqueles que se de­param com a in­jus­tiça e o agra­va­mento da ex­plo­ração nos seus lo­cais de tra­balho».

Na CelCat (Ge­neral Cable), nos seis turnos abran­gidos pelas greves de quatro horas, a 31 de Março e 1 de Abril, o nível de adesão foi su­pe­rior a 90 por cento. Ficou assim evi­den­ciado o de­sa­grado que pro­vocou entre os tra­ba­lha­dores da fá­brica de Pêro Pi­nheiro (Mo­re­lena, Sintra) a de­cisão pa­tronal de ac­tu­a­lizar os sa­lá­rios em apenas 0,6 por cento, agra­vada pela ten­ta­tiva de re­tirar di­reitos, em par­ti­cular por via de uma re­or­ga­ni­zação do ho­rário de tra­balho.
Na manhã de dia 1, es­teve com o pi­quete o Se­cre­tário-geral da CGTP-IN, Ar­ménio Carlos. No pri­meiro dia, uma de­le­gação da Co­missão Con­ce­lhia de Sintra do PCP ex­pressou so­li­da­ri­e­dade à luta e dis­tri­buiu na en­trada da em­presa o fo­lheto da cam­panha «Mais di­reitos, mais fu­turo, não à pre­ca­ri­e­dade».

Com os tra­ba­lha­dores da Inapal Plás­ticos, em Leça do Balio (Ma­to­si­nhos), es­teve na sexta-feira, dia 1, uma de­le­gação do PCP que in­te­grou os de­pu­tados Ana Vir­gínia Pe­reira, Diana Fer­reira e Jorge Ma­chado e o ca­ma­rada Gon­çalo Oli­veira, do Co­mité Cen­tral, a ex­pressar so­li­da­ri­e­dade à luta contra a dis­cri­mi­nação sa­la­rial e pela equi­pa­ração com as re­mu­ne­ra­ções pra­ti­cadas na fá­brica de Pal­mela. Os tra­ba­lha­dores ini­ci­aram, no dia 29 de Março, um pe­ríodo de greves de duas horas diá­rias, que pode pro­longar-se até ao final de Abril.

Na Pe­trogal – onde o pa­ga­mento do prémio de pro­du­ti­vi­dade foi con­si­de­rado como uma vi­tória dos tra­ba­lha­dores – foi de­ci­dido pro­longar até ao fim deste mês as greves par­ciais que, com ho­rá­rios di­fe­ren­ci­ados, têm ocor­rido desde Ja­neiro nas re­fi­na­rias do Porto e de Sines, em de­fesa do Acordo de Em­presa e de di­reitos que a ad­mi­nis­tração de­cidiu pôr em causa, apesar dos lu­cros mi­li­o­ná­rios que o Grupo Galp Energia con­tinua a apre­sentar.

 



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