Grécia aumenta dose de austeridade

À mercê dos credores

Num am­bi­ente de fortes pro­testos, o par­la­mento da Grécia aprovou por es­cassa margem um novo pa­cote de aus­te­ri­dade que prevê re­dução das pen­sões e au­mento de im­postos.

Chan­tagem fi­nan­ceira verga go­verno grego

As novas me­didas eram con­tes­tadas desde há se­manas por mo­vi­mentos de greve em vá­rios sec­tores.

Em res­posta ao agen­da­mento sur­presa da vo­tação para o pas­sado fim-de-se­mana, os sin­di­catos con­vo­caram de ur­gência dois dias de greve geral (sexta-feira, 7, e sá­bado, 8), que foram mar­cados por grandes ma­ni­fes­ta­ções em todo o país.

No do­mingo, 9, data em que também se ce­le­brou o 1.º de Maio (adiado de­vido à Páscoa or­to­doxa), mi­lhares de pes­soas vol­taram a ma­ni­festar-se em Atenas e nou­tras ci­dades, con­de­nando as me­didas apro­vadas na noite an­te­rior pelos de­pu­tados do Sy­riza e do Anel (153 votos a favor e 143 contra).

Em causa está uma pro­funda al­te­ração do sis­tema de se­gu­rança so­cial que de­ter­mina a ex­tinção e fusão das di­fe­rentes caixas pro­fis­si­o­nais num sis­tema único.

O pro­jecto apro­vado in­troduz uma pensão mí­nima de 384 euros para car­reiras con­tri­bu­tivas de 20 anos e eli­mina o fundo com­ple­mentar de so­li­da­ri­e­dade, entre ou­tras al­te­ra­ções.

No par­la­mento, o pri­meiro-mi­nistro grego, Alexis Tsi­pras, ga­rantiu que «para mais de dois mi­lhões de re­for­mados, não ha­verá um único euro de corte na pensão».

No en­tanto, no seu con­junto, o pa­cote de aus­te­ri­dade visa ar­re­cadar 5400 mi­lhões de euros por ano, que sairão dos bolsos da po­pu­lação entre cortes e au­mentos de im­postos.

Esta era uma das exi­gên­cias cen­trais da União Eu­ro­peia para li­bertar mais uma fatia do em­prés­timo de 86 mil mi­lhões de euros, acor­dado em Julho de 2015.

Este ter­ceiro res­gate impõe que o go­verno grego ob­tenha até 2018 um ex­ce­dente das contas pú­blicas na ordem dos 3,5 por cento do Pro­duto In­terno Bruto.

Todos os par­tidos da opo­sição, in­cluindo a Nova De­mo­cracia, cri­ti­caram e vo­taram contra as novas me­didas.

To­davia, o pri­meiro-mi­nistro res­pondeu às crí­ticas lem­brando que os par­tidos que go­ver­naram o país até 2015 apro­varam im­postos e cortes no valor de 63 mil mi­lhões de euros, entre 2010 e 2013, e que, «só em 2014, im­pu­seram cortes de 10 mil mi­lhões».

A nova dose de aus­te­ri­dade não aju­dará por certo à re­cu­pe­ração da eco­nomia grega. Por isso, na se­gunda-feira, 9, o go­verno de Atenas voltou a in­sistir du­rante a reu­nião dos mi­nis­tros das Fi­nanças dos países do euro na ne­ces­si­dade da re­dução da dí­vida que es­tran­gula o país.




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