- Nº 2217 (2016/05/25)
Imperialismo avoluma ameaças

Bolivarianos resistem

Internacional

A defesa da soberania e do progresso da Venezuela recrudesce em resposta à crescente ofensiva das forças golpistas internas e externas num país em estado de excepção.

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No sábado, 21, as Forças Armadas Bolivarianas (FAB) concluíram volumosos exercícios militares considerados pelo presidente Nicolás Maduro e pelo ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, uma resposta ao imperialismo e às suas pretensões de reconquista da «terra de Bolívar e Chávez», e uma demonstração da vitalidade da aliança cívico-militar. A unidade entre povo e militares tem sido uma das traves mestras do processo bolivariano, bem como da capacidade de resistência às tentativas golpistas.

As manobras defensivas envolveram mais de 500 mil homens e mulheres de todos os ramos das FAB. Participaram militares do Vietname, China, Argentina, Cuba, Espanha, Uruguai, Alemanha, França e Trindade e Tobago. Os exercícios foram dos maiores de sempre realizados pela Venezuela, tendo as autoridades de Caracas sustentado a sua dimensão com as ameaças crescentes à soberania.

Recentemente, o presidente norte-americano prolongou o decreto que qualifica a Venezuela como uma «ameaça incomum e extraordinária» à segurança dos EUA, e o ex-presidente colombiano, Álvaro Uribe, apelou à intervenção estrangeira no país. Nicolás Maduro revelou que um avião de espionagem dos EUA invadiu espaço aéreo venezuelano a 11 e 13 de Maio.

A 19 de Maio, a Human Rights Watch (HRW) apelou à «comunidade internacional» para que «actue rapidamente». Dois dias antes, a mesma HRW pediu à Organização de Estados Americanos para que invoque a Carta Democrática Inter-americana por considerar que a democracia e a separação de poderes estão a colapsar no país.

A Amnistia Internacional, por seu lado, titulou de «fragilização dos direitos humanos» o prolongamento, por mais 120 dias, do estado de excepção e emergência económica, proposto pelo presidente e governo da Venezuela, dia 16, e colocado em vigor pelo Supremo Tribunal após rejeição do parlamento.

Nicolás Maduro justifica a medida com a necessidade de travar as interrupções e a sabotagem na produção por parte do patronato, assim como o açambarcamento de géneros e a especulação dos respectivos preços, práticas que as autoridades têm vindo denunciar e a documentar.

Paralelamente, decorre uma tentativa de forçar a realização de um referendo revogatório do mandato presidencial. A oposição promoveu concentrações de contestação à Comissão Nacional de Eleições, entidade que escrutina o pedido de referendo revogatório. As iniciativas culminaram, dia 18, com uma tentativa de ataque às instalações daquele organismo. Na violência esteve envolvido o chefe da segurança do presidente do parlamento, Ramos Allup, o qual terá financiado o «serviço», confessou um dos protagonistas dos desacatos.