A 33.ª edição do Festival de Almada, que decorre de 4 a 18 de Julho, vai contar com 29 espectáculos de teatro, música e dança. Este ano o homenageado é Ricardo País.
A estreia de «Nao d'amores», de Gil Vicente, é uma das revelações do Festival de Almada, num espectáculo dirigido por Ana Zamora e co-produzido pela Companhia de Teatro de Almada (CTA), com a espanhola Nao d'Amores. «O feio», do dramaturgo contemporâneo alemão Marius von Mayenburg, com encenação de Toni Cafiero, é a outra estreia da companhia anfitriã do festival.
De Nova Iorque chega «Pylade», um texto de Pier Paolo Pasolini, estreado no final do ano passado, pela companhia do histórico Theatre of La MaMa, com direcção de Ivica Buljan.
Outro destaque do cartaz, apresentado no dia 17, é «Città del Vaticano», um texto escrito e encenado pelo alemão Falk Richter para a Schauspielhaus de Viena, uma obra que questiona o «modo como a religião e a Igreja influenciam a vida do cidadão comum, no seu dia-a-dia».
A direcção do certame chama igualmente a atenção para «Susn», peça do também alemão Herbert Achternbusch, encenada por Thomas Ostermeier para o Kammerspiele de Munique, que se centra «numa jovem ruiva que se rebela contra o contexto social em que nasceu, e que perde essa batalha entre forças desiguais».
Thomas Ostermeier assina ainda a encenação de «A gaivota», o clássico moderno de Tchekov, pela companhia suíça Théâtre Vidy, de Lausanne.
«Tandem», pela Associazione Culturale Civilleri/Lo Sicco, de Itália, é uma encenação que assenta em dois corpos em equilíbrio, assinada por Sabino Civilleri e Manuela Lo Sicco, os responsáveis da companhia, a partir de texto de Elena Stancanelli.
«Othelo», de Shakespeare, pela Compagnie du Zieu, de França, e uma reinterpretação de «Pinóquio», a partir do clássico de Carlo Collodi, com encenação do francês Joel Pommerat, contam-se entre os vários espectáculos de sala.
A Escola D. António da Costa, Teatro Municipal Joaquim Benite, Fórum Romeu Correia, Teatro-Estúdio António Assunção, Incrível Almadense e Casa da Cerca são os locais de Almada onde se realizam os espectáculos de sala. Em Lisboa, o Teatro Municipal D. Maria II, o Centro Cultural de Belém, o Teatro da Trindade e o Teatro Taborda abrem-se ao Festival de Almada.
Mais informações em www.ctalmada.pt.
Música
Jorge Palma (dia 9 de julho), Má Vontade, com sons da Itália Meridional (dia 12), Orquestra Típica Milongueira de Lisboa (13), Manuel João Vieira (15) e Hélder Moutinho (16) são alguns dos protagonistas dos 16 espectáculos da série «Música na Esplanada», na Escola D. António da Costa.
Outros seis espectáculos de rua, com teatro, música e performance, compõem o programa «Fora de sala», nas localidades de Cacilhas e Laranjeiro.
«Dejame que te baile», espectáculo de dança com criação e direcção musical de Santiago Lara, libreto de Francisco López e coreografia de Mercedes Ruiz, pela Companhia Mercedes Ruiz, é apresentado no fecho do festival, na Escola D. António da Costa.
Exposições
A 33.ª edição do festival integra ainda duas exposições da autora do cartaz desta edição, a pintora Graça Morais. Na Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea e na Escola D. António da Costa poderá ver, respectivamente, «Metamorfoses» (até 4 de Setembro) e «Os Biombos» (de 4 a 18 de Julho).
«Montra», uma homenagem a Ricardo Pais, na Escola D. António da Costa, faz uma retrospectiva do trabalho do encenador, antigo director do Teatro Nacional D. Maria II e do Teatro Nacional de S. João. Ao longo do festival, Ricardo Pais fará a orientação do programa de formação contínua «O sentido dos mestres», subordinado ao tema «Aprender a esquecer».
A exposição documental «Todos e cada um», sobre os públicos do festival, no Teatro Municipal Joaquim Benite, é outra mostra desta edição.