Uma greve de 24 horas foi convocada para amanhã, dia 8, na OGMA Indústria Aeronáutica de Portugal, pelo Sindicato dos Trabalhadores Civis das Forças Armadas, Estabelecimentos Fabris e Empresas de Defesa, com o objectivo de exigir a actualização da tabela salarial.
O sindicato da CGTP-IN avançou com o pré-aviso de greve, seguindo a decisão aprovada pelos trabalhadores, a 23 de Junho, «em plenários amplamente participados», uma vez que a empresa, numa reunião dois dias antes, continuou «a não demonstrar vontade de corrigir a enorme injustiça» que representa o congelamento da tabela salarial há quatro anos – como se refere numa nota do sindicato à comunicação social.
Esta recusa contrasta com a «grande pompa» com que a administração anunciou que em 2015 teve um lucro recorde de 11,6 milhões de euros, valor que supera o total que a brasileira Embraer pagou, há 11 anos, para receber 65 por cento do capital social da prestigiada empresa.
A posição patronal «mantém-se inflexível», «apesar dos bons resultados obtidos nos últimos anos e dos cada vez maiores sacrifícios exigidos aos trabalhadores».
Para «informar, detalhada e pessoalmente», o accionista Estado (que detém os restantes 35 por cento da OGMA) acerca de «vários aspectos graves da situação laboral» vivida no parque aeronáutico de Alverca (Vila Franca de Xira), durante a manhã do dia da greve vai deslocar-se ao Ministério da Defesa uma delegação sindical.
Além da «reivindicação cimeira» de actualização da tabela salarial, os trabalhadores lutam contra a imposição de um «banco» de horas e por estabilidade nos horários de trabalho e na marcação e gozo de férias, contra a repressão, perseguições, discriminações e despedimentos encapotados; pela continuação e recuperação do trabalho para a Força Aérea Portuguesa; por direitos e dignidade.