Não às sanções
A afirmação da nossa soberania e a exigência de que o País se liberte dos «constrangimentos externos que nos sufocam, submetem e amarram» foi uma tónica muito presente nas intervenções do PCP no debate.
A questão surgiu logo na fase inicial quando Jerónimo de Sousa, interpelando o primeiro-ministro, considerou que a discussão na União Europeia sobre novos prazos para a aplicação de sanções visa sujeitar o País a essa «ameaça permanente».
Daí ter defendido com veemência a importância de «combater e rejeitar as sanções, com clareza, com determinação – não com verbalismos mas sim com coragem, muita coragem –, em defesa do interesse nacional e da nossa soberania».
António Costa, na resposta, depois de reconhecer não ter o Governo a «mesma visão» do PCP sobre o «processo de integração europeia», considerou que «fora da UE teríamos sempre mais dificuldades do que aquelas que temos dentro».
Sustentou, porém, que «há formas e formas de estar na UE», defendendo que «temos de estar com inteireza, com lealdade, com frontalidade, na defesa dos nossos interesses». E mostrou-se convicto de que «isso é possível», embora «nem sempre se consiga», mas recusando-se a aceitar que «não seja possível fazer».
E mesmo no processo das sanções, que confessou «tem sido muito difícil», pelas «minas e armadilhas» vindas de quem «era menos legítimo que viessem», disse ter conseguido «gerir este processo da forma menos danosa para o País».
Confessou esperar, ainda, que no Conselho Europeu seja também possível avançar nesse sentido, assegurando que o Governo «continuará a trabalhar» para defender o interesse nacional, os nosso interesses colectivos, no quadro da União Europeia».