O PCP denuncia a chantagem que está a ser exercida sobre os trabalhadores da Portway para que adiram ao «acordo de empresa» celebrado entre três sindicatos e a administração, que contempla o congelamento dos salários ainda em 2019 caso os lucros não atinjam os 4,4 milhões de euros. Num comunicado do Sector dos Transportes da Organização Regional de Lisboa, o Partido denuncia a ilegalidade desta operação de chantagem, lembrando que em Portugal «o patrão não pode impor a filiação sindical nem pode realizar um despedimento colectivo com base na opção sindical».
Para o PCP, há muito que é sabido que o objectivo da multinacional Vinci, a quem o anterior governo PSD/CDS entregou o capital da ANA – Aeroportos de Portugal, é «colocar todo o sector no salário mínimo e desregulamentar completamente o trabalho». Muito embora a Assembleia da República tenha aprovado, em Março, o projecto de resolução do PCP que previa o «combate à precariedade e à exploração na assistência em escala», o Partido acusa o Governo de estar a resistir à aplicação das suas recomendações, o que fará dele responsável pelo despedimento colectivo na empresa e pelo que está a acontecer no sector.
Dirigindo-se concretamente aos trabalhadores da Portway, e particularmente aos que estão a ser ameaçados de despedimento e pelo aumento da exploração por via da entrada em vigor do referido «acordo», o PCP reafirma a sua solidariedade e empenho na luta pela anulação do despedimento colectivo e por uma contratação colectiva que «liberte os trabalhadores deste caminho de precariedade, exploração e baixos salários». A estas reivindicações, o Partido soma uma outra: a «renacionalização da ANA».
O comunicado termina com a constatação daquela que é, para os comunistas, uma certeza, a de que só há um de dois caminhos: o da submissão, «todos os dias cedendo mais um direito e empobrecendo mais um pouco, vivendo na ilusão de que não será sempre assim»; ou o da resistência, «recusando a exploração, organizando a luta e exigindo uma outra política e conquistando um futuro melhor». Os trabalhadores organizados nas células do PCP há muito que escolheram o «caminho da resistência, da unidade e da luta».