Sistema anti-mísseis Thaad na Coreia do Sul

EUA espiam China e Rússia

A China pediu aos Es­tados Unidos e à Re­pú­blica da Co­reia que sus­pendam a ins­ta­lação de um sis­tema an­ti­mís­seis em ter­ri­tório sul-co­reano. A me­dida que­braria o equi­lí­brio es­tra­té­gico na re­gião.

Os EUA têm um ape­tite in­sa­ciável de he­ge­monia mi­litar

Image 20959

Seul anun­ciou um acordo com Washington para ins­talar na re­gião su­deste da Co­reia do Sul o sis­tema anti-mís­seis de De­fesa Ter­minal de Área a Grande Al­ti­tude (Thaad), apesar da opo­sição dos países vi­zi­nhos. Uma ba­teria anti-mís­seis será co­lo­cada na pro­víncia de Gye­ong­sang do Norte, onde se lo­ca­liza já um sis­tema de mís­seis terra-ar Hawk da força aérea sul-co­reana.

«A ins­ta­lação do Thaad pre­ju­di­cará gra­ve­mente o equi­lí­brio es­tra­té­gico da re­gião, assim como os in­te­resses de se­gu­rança es­tra­té­gicos dos países da re­gião, in­cluindo a China», avisou um porta-voz do go­verno chinês. A me­dida con­traria os es­forços para manter a paz e a es­ta­bi­li­dade na Pe­nín­sula da Co­reia, acres­centou.

Também a Rússia ex­pressou «grande pre­o­cu­pação» com a de­cisão de Washington e Seul, pediu aos seus «par­ceiros» para aban­donar «a opção equi­vo­cada» e alertou para «as con­sequên­cias pe­ri­gosas e ine­vi­tá­veis» da con­cre­ti­zação da me­dida.

Para Pe­quim e Mos­covo, com a ins­ta­lação de um es­cudo anti-mís­seis que di­fi­cil­mente pode pro­teger Seul mas que é capaz de es­piar a China e a re­gião russa do Ex­tremo Ori­ente, os EUA não querem de­fender nin­guém mas sim «sa­tis­fazer o seu ape­tite quase in­sa­ciável de he­ge­monia e van­ta­gens mi­li­tares».

Falso pre­texto

O pre­texto in­vo­cado pelos EUA é a «ameaça» que re­pre­sen­ta­riam os mís­seis da Re­pú­blica Po­pular De­mo­crá­tica da Co­reia. Mas o facto de o sis­tema Thaad ofe­recer baixa pro­tecção a todos os quar­téis norte-ame­ri­canos na pe­nín­sula e deixar des­pro­te­gidas a ca­pital sul-co­reana, Seul, e ci­dades ad­ja­centes, onde ha­bita quase me­tade da po­pu­lação da Re­pú­blica da Co­reia, des­mas­cara a agenda oculta de Washington.

A ver­dade é que a ins­ta­lação do Thaad em solo sul-co­reano des­tina-se a me­lhorar o sis­tema de de­fesa anti-mís­seis dos EUA na re­gião da Ásia-Pa­cí­fico.

Com este equi­pa­mento, cujo al­cance de vi­gi­lância pode chegar a mais de 1900 qui­ló­me­tros da Pe­nín­sula da Co­reia, co­brindo quase me­tade do ter­ri­tório da China e a parte me­ri­di­onal do Ex­tremo Ori­ente da Rússia, os EUA podem au­mentar efec­tiva e ime­di­a­ta­mente a exac­tidão do re­co­nhe­ci­mento. Além disso, o novo sis­tema de vi­gi­lância aju­daria as forças ar­madas dos EUA a re­co­lher dados de radar sobre ogivas e mís­seis es­tra­té­gicos chi­neses e russos através da vi­gi­lância dos seus testes, o que lhe per­mi­tiria neu­tra­lizar a ca­pa­ci­dade de dis­su­asão nu­clear de ambos os países.

Em suma, o que os Es­tados Unidos pre­tendem, também neste caso, é ga­rantir a su­pre­macia mi­litar no quadro do seu ob­jec­tivo es­tra­té­gico de do­mínio à es­cala mun­dial.

 



Mais artigos de: Internacional

Brasileiros nas ruas<br>sem trégua olímpica

O povo do Brasil volta a ma­ni­festar-se contra o go­verno in­te­rino gol­pista de Mi­chel Temer, em de­fesa da pre­si­dente Dilma Roussef, sus­pensa do cargo, e por so­lu­ções de­mo­crá­ticas para o país.

Os apoios de Hillary Clinton

A candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton, foi executiva de uma empresa que financiou o denominado «Estado Islâmico». A companhia, a cujo conselho de administração a candidata pertenceu entre 1990 e 1992, é dadora financeira habitual da...

Ataques em Moçambique

Registaram-se mais acções armadas em diferentes zonas do Centro e Norte de Moçambique. Atribuídos a bandos da Renamo, os ataques a comboios de carvão e a viaturas civis, os assaltos a centros de saúde e postos administrativos, os raptos e assassinatos de civis, ocorreram nas...

Alemanha reconhece<br>genocídio na Namíbia

A Alemanha vai pedir desculpas oficiais à Namíbia pelo genocídio dos povos herero e nama cometido pelas tropas imperiais alemães, no começo do século XX. Os governos de Berlim e de Windhoek estão a discutir uma formulação comum...