- Nº 2232 (2016/09/8)

Um programa com futuro

Festa do Avante!

«O PCP e o seu programa "Uma democracia avançada, os valores de Abril no futuro de Portugal"», foi o tema que abriu no domingo os debates no Fórum.

Durante perto de duas horas assistiu-se a uma viva troca de opiniões, com os intervenientes a abordarem temáticas tão diversas como o garrote da dívida, as próximas eleições autárquicas, o papel dos media na luta ideológica ou a nova fase da vida nacional aberta em Outubro de 2015.

Francisco Lopes, da Comissão Política, que dirigiu a mesa e lançou o debate, evocou os aspectos centrais do percurso histórico (resistência e liquidação do fascismo, Revolução do 25 de Abril, contra-revolução, 40 anos de política de direita, pacto de agressão), recordando que as consequências desse processo conduziram ao «domínio dos grupos monopolistas, a um agravar da dependência e de comprometimento da soberania», segundo a caracterização feita no XIX Congresso do PCP.

Abordada com profundidade foi também esta fase de recuperação de rendimentos e direitos esbulhados, com o dirigente comunista a sublinhar que, «não desaproveitando nenhuma possibilidade» aberta pela actual solução política, o que estes meses entretanto revelam é «a necessidade de uma política patriótica e de esquerda», ideia central retomada por Jaime Toga, também da Comissão Política, numa intervenção centrada nos objectivos da Democracia Avançada que o PCP propõe.

Ao conceito de Democracia Avançada, com a perspectiva do socialismo e do comunismo, voltaria Albano Nunes, do Secretariado, para salientar que é distinto da democracia burguesa, uma vez que a sua «natureza é antimonopolista e anti-imperialista, corresponde aos interesses da classe operária e as suas cinco componentes são já objectivos da sociedade socialista».

Sublinhada foi ainda a ideia de que a luta pela democracia e pelo socialismo são «inseparáveis» e que, na etapa actual, em Portugal, a «luta pelo socialismo é a Democracia Avançada», num quadro global em que, como referiu Manuela Pinto Ângelo, do Secretariado – na intervenção onde abordou as questões da identidade comunista do PCP, seu projecto e princípios de funcionamento –, o «capitalismo não só não resolve as suas contradições insanáveis, como agrava o seu carácter explorador, opressor, agressivo e predador», emergindo por isso com «redobrada actualidade a necessidade de uma sociedade nova que dê resposta às aspirações dos trabalhadores e dos povos».

JC