Tensão crescente no Extremo Oriente

China responsabiliza norte-americanos

A China atribui aos EUA a crescente conflituosidade na Península da Coreia e no Mar do Sul da China, realçando que a escalada belicista tem sido desencadeada pelos norte-americanos.

Os EUA têm reforçado alianças militares com nações asiáticas

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Em declaração oficial após a Coreia do Norte ter efectuado o segundo ensaio nuclear deste ano, sexta-feira, 9, o qual está a ser considerado o mais potente até à data, Pequim salientou que o governo chinês tem feito «esforços incansáveis para resolver o assunto» e «encontrar uma solução de longo prazo», porém iniciativas «unilaterais» têm minado esses esforços.

A República Popular da China refere-se aos planos de Washington de instalação na Coreia do Sul de um escudo antimíssil, projecto que a Coreia do Norte considera um acto de guerra, e a China contesta como a mais séria ameaça à sua segurança.

«Uma vez mais, apelamos a todas as partes que tenham uma visão a longo prazo», defende a chancelaria chinesa, para quem, face à possibilidade de o Conselho de Segurança das Nações Unidas (CS) impor novas e mais duras sanções e Pyongyang, realça que «se provou que as sanções não podem resolver tudo».

No sábado, 10, o vice-primeiro-ministro chinês encontrou-se com o embaixador norte-coreano em Pequim transmitindo-lhe o veemente desagrado de Pequim para com a persistência dos ensaios nucleares, bem como a necessidade de «honrar os seus compromissos em matéria de desnuclearização, implementar as resoluções do CS e evitar qualquer acção susceptível de deteriorar a situação [na Península Coreana]».

A China, no entanto, não alinha na escalada belicista que se repete de Tóquio a Bruxelas, e tem sublinhado que esta anima desejos de guerra. No domingo, 11, a Coreia do Sul admitiu a existência de um plano de ataque para «reduzir a cinzas» a capital da Coreia do Norte, e anunciou que o mesmo pode vir a ser usado com carácter «preventivo», ou seja, caso sejam detectadas movimentações militares suspeitas de Pyongyang.

Mar do Sul

Com a guerra de palavras na Península Coreana ao rubro, outro foco de tensão no Extremo Oriente é a disputa da soberania sobre uma parcela do Mar do Sul da China. A semana passada, durante a cimeira da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), realizada no Laos, o presidente norte-americano, Barack Obama, defendeu que a recente decisão do Tribunal Permanente de Arbitragem, desfavorável à China, tem carácter vinculativo.

As afirmações foram proferidas em contra-ciclo com os acontecimentos da Cimeira, uma vez que China e ASEAN concluíram um código de conduta destinado a facilitar e privilegiar o diálogo quando em causa estão as disputas territoriais.

Em resposta a Barack Obama, Pequim apelou a que «os EUA desempenhem um papel positivo e justo nesta questão, e façam esforços positivos e genuínos para a paz e estabilidade no Mar do Sul da China».

Acresce que a China não reconhece aos juízes de Haia qualquer jurisdição sobre o caso, «por isso consideramos a sentença [que deu razão às Filipinas relativamente à soberania sobre um arquipélago no Mar do Sul] inválida e ilegal».

Em apoio às reivindicações territoriais de Vietname, Filipinas, Malásia e Taiwan, o Pentágono tem deslocado para a região importantes meios militares – porta-aviões, bombardeiros e submarinos nucleares, etc.. Os EUA têm igualmente reforçado alianças militares com nações asiáticas.

Esta segunda-feira, 12, a China e a Rússia deram início a exercícios navais conjuntos no Mar do Sul da China, os «mais intensos e vastos em termos de organização, tarefas e comando, comparativamente com operações do género realizadas no passado», divulgaram, em comunicado conjunto, Moscovo e Pequim.

 



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