Jerónimo de Sousa com Fiequimetal

Abrir portas e entrar

No sá­bado, na Quinta da Ata­laia, o Se­cre­tário-geral do PCP ob­servou que, ao abrir portas para a re­so­lução de pro­blemas, como a pre­ca­ri­e­dade, é ne­ces­sário também «en­trar, ca­mi­nhar e andar para a frente».

A po­sição con­junta es­ta­be­lece o grau de com­pro­misso do Par­tido

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Ao falar sobre pro­postas apre­sen­tadas na dis­cussão na es­pe­ci­a­li­dade do OE para 2017, Je­ró­nimo de Sousa in­formou que «demos passos adi­ante, a partir do le­van­ta­mento de­ci­dido no OE para 2016, para a aber­tura de lu­gares nos mapas de pes­soal e para criar me­ca­nismos de con­tra­tação que te­nham em con­si­de­ração a si­tu­ação dos que já estão na Ad­mi­nis­tração Pú­blica e no sector em­pre­sa­rial do Es­tado».
Para o PCP, «é um co­meço e sig­ni­fica um bom ca­minho, mas a exigir uma luta per­ma­nente e pro­lon­gada». Re­jei­tando ilu­sões, Je­ró­nimo de Sousa de­fendeu que, «mais do que le­van­tarmos ban­deiras de triunfo, o que de­vemos dizer aos tra­ba­lha­dores com vín­culos pre­cá­rios é: “Contem com a con­ti­nu­ação da nossa luta, que nós con­tamos também com o vosso em­pe­nha­mento, a vossa dis­po­ni­bi­li­dade, a vossa luta para acabar com essa praga dos vín­culos pre­cá­rios”».
E se «sim, al­gumas portas foram abertas na Ad­mi­nis­tração Pú­blica», «falta abri-las ainda no sector pri­vado». E não só abrir portas, «mas si­mul­ta­ne­a­mente en­trar, ca­mi­nhar e andar para a frente, não nos li­mi­tarmos a ficar con­tentes porque temos mais um trunfo para mos­trar aos tra­ba­lha­dores com vín­culo pre­cário». Pe­rante estes tra­ba­lha­dores, «a nossa ga­rantia, a nossa pro­messa, o nosso com­pro­misso» é que, «tal como no pas­sado, podem contar no pre­sente e no fu­turo com a nossa luta, vi­sando in­tegrá-los como tra­ba­lha­dores de di­reitos in­teiros, como nós de­fen­demos para todos, seja na Ad­mi­nis­tração Pú­blica, seja no sector pri­vado».

Luta e com­pro­misso

O Se­cre­tário-geral do PCP in­ter­veio, no re­fei­tório de apoio da Festa do Avante!, pe­rante cerca de duas cen­tenas de ca­ma­radas e amigos, no final do al­moço do con­vívio na­ci­onal de di­ri­gentes e ac­ti­vistas sin­di­cais dos sec­tores abran­gidos pela Fi­e­qui­metal (Fe­de­ração In­ter­sin­dical das In­dús­trias Me­ta­lúr­gicas, Quí­micas, Eléc­tricas, Far­ma­cêu­tica, Ce­lu­lose, Papel, Grá­fica, Im­prensa, Energia e Minas).
Foi na va­lo­ri­zação da acção or­ga­ni­zada dos tra­ba­lha­dores que Ro­gério Silva, da di­recção do sector sin­dical do Par­tido e di­ri­gente da Fi­e­qui­metal e da CGTP-IN, focou a sua breve sau­dação, para passar a pa­lavra ao Se­cre­tário-geral. Sus­citou fortes aplausos a re­fe­rência que fez ao mais re­cente re­sul­tado, al­can­çado na vés­pera, na Ges­tamp, em Vendas Novas.
Je­ró­nimo de Sousa co­meçou por lem­brar que os sec­tores ali re­pre­sen­tados, «na sua di­ver­si­dade, ins­cre­veram pá­ginas no­tá­veis na his­tória do mo­vi­mento ope­rário e sin­dical» e «es­ti­veram sempre na linha da frente contra a po­lí­tica de di­reita».
«Com a luta e com o voto nas elei­ções le­gis­la­tivas de 4 de Ou­tubro de 2015, criou-se uma nova re­a­li­dade: PSD e CDS foram der­ro­tados, fi­caram em mi­noria na AR e passou a haver uma nova re­lação de forças». Afastar o go­verno PSD/​CDS do poder «era um ob­jec­tivo que os tra­ba­lha­dores e as po­pu­la­ções ins­cre­viam nos seus panos, nas suas pa­la­vras de ordem» e não se deve su­bes­timar o que re­pre­sentou tal afas­ta­mento, sa­li­entou.
Na po­sição con­junta do PCP e do PS, «ficou clara a ne­ces­si­dade de re­po­sição de ren­di­mentos e de di­reitos», que teve re­flexo no Or­ça­mento do Es­tado de 2016.
O OE para 2017 «é um Or­ça­mento que não anda para trás, mas tem res­postas in­su­fi­ci­entes, li­mi­tadas, que não re­solvem a con­tra­dição do Go­verno do PS». Je­ró­nimo de Sousa en­fa­tizou que o grau de com­pro­misso do PCP «mede-se pelo con­teúdo e subs­tância da po­sição con­junta».
A pro­pó­sito, re­feriu que «a his­tória do mo­vi­mento re­vo­lu­ci­o­nário mun­dial está cheia de exem­plos em que o par­tido da classe ope­rária e dos tra­ba­lha­dores não re­jeita ne­nhum com­pro­misso em abs­tracto», pois «o pro­blema não está em as­sinar ou não, está em saber o que se as­sina». E «este sector tem ex­pe­ri­ência pró­pria, através da acção rei­vin­di­ca­tiva, pe­rante o pa­trão, sa­bemos bem o que é um com­pro­misso, sem ab­dicar de coisa ne­nhuma».
O Se­cre­tário-geral evocou Álvaro Cu­nhal, que «dizia que res­ponder po­si­ti­va­mente, dar uma con­tri­buição para me­lhorar as con­di­ções de vida dos tra­ba­lha­dores e do povo, é uma obri­gação de um par­tido co­mu­nista, na me­dida em que também re­vela a sua di­mensão hu­ma­nista», sendo esta «uma ava­li­ação re­vo­lu­ci­o­nária dos com­pro­missos».

 



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