Agressão imperialista à Síria

Mistura sabota fim da guerra

O en­viado das Na­ções Unidas «sa­bota desde há mais de seis meses a re­so­lução do Con­selho de Se­gu­rança (CS) da ONU que de­ter­mi­nada a or­ga­ni­zação de ne­go­ci­a­ções in­ternas sí­rias sem con­di­ções pré­vias», acusa a Rússia.

Síria acusa Staffan de Mis­tura de pre­tender um salvo con­duto para ter­ro­ristas

LUSA

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Neste con­texto, «os opo­si­tores pa­tri­otas e o go­verno sírio não têm pro­va­vel­mente outra al­ter­na­tiva que não seja a de to­marem eles pró­prios a ini­ci­a­tiva e or­ga­ni­zarem um diá­logo in­terno», disse, se­gunda-feira, 21, Sergei La­vrov.

O texto vo­tado em De­zembro de 2015 no CS das Na­ções Unidas de­ter­mina que o pro­cesso de diá­logo de­veria ar­rancar logo em Ja­neiro de 2016 para a cons­ti­tuição, até ao Verão, de «um go­verno cre­dível, in­clu­sivo e não sec­tário». Porém, o en­viado da ONU para a Síria não foi capaz de se­gurar a «opo­sição síria» na mesa de ne­go­ci­a­ções.

A de­cla­ração do mi­nistro dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros de Mos­covo foi feita no mesmo dia em que cinco fac­ções, in­cluindo a Frente al-Nusra, con­cor­daram com o plano de Staffan de Mis­tura, o qual prevê o fim dos bom­bar­de­a­mentos sírio-russos e a saída de con­tin­gentes dos grupos ar­mados que ocupam Alepo, bem como a acei­tação do con­trolo por estes dos bairros da ci­dade onde man­te­nham mi­li­ci­anos.

A Síria acusa Staffan de Mis­tura de pre­tender um salvo con­duto para ter­ro­ristas e con­si­dera que a pro­posta «de­safia a [sua] so­be­rania e re­com­pensa os ter­ro­ristas».

A avi­ação russa, que in­tervém na Síria a pe­dido do go­verno de Da­masco, re­tomou a ofen­siva aérea em Alepo, na terça-feira, 15, ao fim de três se­manas de trégua. Desde então, as forças ar­madas sí­rias vol­taram a pro­gredir na re­con­quista da se­gunda maior ci­dade do país, iso­lando cada vez mais as zonas que acoitam os «re­beldes», onde a si­tu­ação hu­ma­ni­tária é ex­tre­ma­mente ás­pera.

Também na se­gunda-feira, no CS da ONU, o res­pon­sável pelas ope­ra­ções hu­ma­ni­tá­rias na Síria es­timou em cerca de um mi­lhão o nú­mero de civis iso­lados pelos be­li­ge­rantes em toda a Síria. Stephen O’­Brien «car­regou nas tintas» do que ape­lidou de «tác­tica cruel» apli­cada pelos mi­li­tares russos e sí­rios em Alepo ou Da­masco Ori­ental, exi­mindo de res­pon­sa­bi­li­dades sobre a su­jeição de civis à fome se­vera e à ca­rência de as­sis­tência mé­dica, os mer­ce­ná­rios que não per­mitem a saída das po­pu­la­ções.

O uso de civis como es­cudos hu­manos tem sido de­nun­ciada por sí­rios e russos. A mesma tác­tica es­tará a ser usada pelo Es­tado Is­lâ­mico em Mossul (ci­dade de 1,5 mi­lhões de ha­bi­tantes donde até agora só terão fu­gido 68 mil, se­gundo dados ofi­ciais) sem que que nin­guém con­teste as con­sequên­cias da in­tensa cam­panha mi­litar em curso ou acuse os seus pro­ta­go­nistas (EUA, Iraque, etc.) de crimes de guerra e «pu­nição co­lec­tiva».

Quí­mica vo­látil

Pa­ra­le­la­mente ao rei­nício dos bom­bar­de­a­mentos sobre Alepo, que a Rússia e a Síria ga­rantem ser só sobre alvos ter­ro­ristas, a Or­ga­ni­zação para a Proi­bição das Armas Quí­micas (OPAQ) está a ana­lisar de­nún­cias do uso de armas quí­micas na Síria. O Es­tado Is­lâ­mico é sus­peito de ter usado gás mos­tarda na Síria e no Iraque e de deter con­di­ções para pro­duzir subs­tân­cias quí­micas.

O CS da ONU pro­longou, a se­mana pas­sada, o man­dato da OPAQ na Síria por mais um ano. A or­ga­ni­zação con­cluiu, entre 2013 e 2014, o pro­grama de re­moção do ar­senal quí­mico de Da­masco. Pos­te­ri­or­mente, acusou as forças ar­madas sí­rias de usaram armas quí­micas duas vezes no Norte do País. Ou seja, re­cuou na ga­rantia de que tinha des­man­te­lado a ca­pa­ci­dade de Da­masco no que toca àquele tipo de armas não con­ven­ci­o­nais.


No pas­sado dia 11, o Mi­nis­tério da De­fesa russo anun­ciou ter provas do uso de armas quí­micas por parte dos ter­ro­ristas em Alepo. No mesmo dia, a ONU de­nun­ciou que o Es­tado Is­lâ­mico ar­ma­zena grandes quan­ti­dades de amo­níaco e en­xofre em zonas civis de Mossul, no Norte do Iraque, onde se su­cedem os re­latos do uso de armas quí­micas.




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