Sindicatos franceses mobilizam-se contra Macron

FRANÇA Pre­o­cu­pados com as re­formas an­ti­la­bo­rais anun­ci­adas pelo novo pre­si­dente da França, Em­ma­nuel Ma­cron, os sin­di­catos pre­param-se para a in­ten­si­fi­cação da luta so­cial.

Tra­ba­lha­dores lu­tarão contra pro­jectos re­tró­grados do novo pre­si­dente

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O pri­meiro sinal foi dado logo dia 8, no res­caldo da se­gunda volta das pre­si­den­ciais, com mi­lhares de pes­soas que des­fi­laram entre a Praça da Re­pú­blica e a Praça da Bas­tilha em Paris, num pro­testo or­ga­ni­zado pela pla­ta­forma «Frente So­cial», in­te­grada por es­tru­turas sin­di­cais e or­ga­ni­za­ções não-go­ver­na­men­tais.

«Ma­cron in­carna hoje uma po­lí­tica li­beral anti-so­cial que apenas con­du­zirá ao de­sem­prego, à mi­séria, ao de­ses­pero», sa­li­entou em co­mu­ni­cado a In­fo’com, es­tru­tura da CGT dos tra­ba­lha­dores da In­for­mação e Co­mu­ni­cação.

Entre as me­didas pro­postas por Marcon consta uma nova re­forma da le­gis­lação la­boral, com vista a fa­ci­litar des­pe­di­mentos e re­duzir os di­reitos dos tra­ba­lha­dores, de­sig­na­da­mente o pla­fo­na­mento das in­dem­ni­za­ções.

Na me­mória das cen­trais sin­di­cais mais con­se­quentes está viva a pro­lon­gada luta contra a «Lei do Tra­balho», apro­vada e pro­mul­gada du­rante o man­dato de Fran­çois Hol­lande.

Mesmo cen­trais que ca­pi­tu­laram na al­tura, caso da CFTC, hoje avisam o novo chefe de Es­tado que «não se pode ir mais longe». Também a CFDT alertou em carta aberta, pu­bli­cada no Le Monde, que Ma­cron não be­ne­fi­ciará de qual­quer «es­tado de graça».

Em co­mu­ni­cado di­vul­gado dia 10, a Co­missão Exe­cu­tiva Con­fe­deral da CGT lem­brou que o novo pre­si­dente «foi eleito por de­feito por uma grande parte dos elei­tores. Muitos deles com­ba­teram uma lei que tinha o seu nome, uma mai­oria mo­bi­lizou-se du­rante meses contra a Lei do Tra­balho, am­pla­mente ins­pi­rada e apoiada por Em­ma­nuel Ma­cron».

A CGT con­si­dera que «a única so­lução para er­ra­dicar as ideias da ex­trema-di­reita é res­ponder às as­pi­ra­ções dos ci­da­dãos» e su­blinha que agirá contra qual­quer «pro­jecto re­gres­sivo», ape­lando aos sin­di­catos, aos tra­ba­lha­dores e re­for­mados a «am­pli­arem as lutas por novas con­quistas so­ciais».




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