PCP condena aumento da exploração na PT/MEO

A cé­lula do Par­tido na PT, num co­mu­ni­cado que está a dis­tri­buir aos tra­ba­lha­dores da em­presa, de­nuncia que o sig­ni­fi­ca­tivo au­mento ve­ri­fi­cado nas re­ceitas não se traduz na me­lhoria da si­tu­ação la­boral e sa­la­rial dos seus tra­ba­lha­dores, mas antes na sua de­gra­dação. Sus­ten­tando-se nos re­sul­tados ope­ra­ci­o­nais da PT/​MEO apre­sen­tados pela Al­tice no dia 8, o PCP co­meça por su­bli­nhar que estes, as­cen­dendo a dois mil e 300 mi­lhões de euros, re­velam um «cres­ci­mento em todos os seg­mentos do grupo»: só a PT Por­tugal re­gistou um au­mento de re­ceitas de 12,5 por cento re­la­ti­va­mente a 2015, ul­tra­pas­sando os mil mi­lhões de euros, des­taca a cé­lula co­mu­nista.

Re­a­fir­mando que estes re­sul­tados são fruto do em­penho dos tra­ba­lha­dores, in­de­pen­den­te­mente do seu vín­culo con­tra­tual, o PCP de­nuncia o con­junto de atro­pelos aos seus di­reitos, sa­lá­rios e con­di­ções de tra­balho. Desde logo, o plano de res­ci­sões ditas «ami­gá­veis», que efec­ti­va­mente está em curso e do qual, afirma, pouco se co­nhece. Seja como for, a eli­mi­nação de postos de tra­balho é uma re­a­li­dade quo­ti­diana da PT/​MEO.

No co­mu­ni­cado, a cé­lula do Par­tido in­forma sobre a reu­nião re­cente entre re­pre­sen­tantes eleitos pelos tra­ba­lha­dores e os de­pu­tados co­mu­nistas Bruno Dias e Diana Fer­reira, na qual se de­nun­ciou o «clima de in­ti­mi­dação e hu­mi­lhação con­tínua a que são su­jeitos os tra­ba­lha­dores sem fun­ções, co­lo­cados na cha­mada “Uni­dade de Su­porte”. Desta uni­dade pouco se sabe também, nem quantos tra­ba­lha­dores es­tarão afectos a esta an­te­câ­mara do des­pe­di­mento». No en­tanto, foi a pró­pria ad­mi­nis­tração a ad­mitir a in­tenção de des­pedir, através do me­ca­nismo «ami­gável», cerca de 300 tra­ba­lha­dores afectos a esta «uni­dade».

Outro mo­tivo de pre­o­cu­pação dos tra­ba­lha­dores da em­presa, re­alça a cé­lula do Par­tido, é a anun­ciada mu­dança de de­no­mi­nação da ac­tual PT Ino­vação para Al­tice Labs. «Aquilo que é um polo de de­sen­vol­vi­mento e in­ves­ti­gação, cons­truído ao longo dos anos com di­nheiros pú­blicos, não pode sair do País ou estar à mercê de in­te­resses es­pe­cu­la­tivos», re­fere o do­cu­mento. Se o la­bo­ra­tório é, como anuncia a ad­mi­nis­tração, para manter no País, li­gado à PT/​MEO e a tra­ba­lhar e inovar para todo o mundo, para quê al­terar a de­no­mi­nação se é já isso que su­cede ac­tu­al­mente?

De­nun­ci­ando a sub­missão do Go­verno à União Eu­ro­peia e aos in­te­resses do grande ca­pital, a cé­lula do Par­tido con­si­dera «ur­gente rever a le­gis­lação la­boral e re­tirar aos pa­trões os ins­tru­mentos que os úl­timos go­vernos lhes deram para in­ten­si­ficar a ex­plo­ração». Tal só será pos­sível, acres­centou, através da cres­cente mo­bi­li­zação dos tra­ba­lha­dores.




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