O PCP acusa, em comunicado emitido no dia 18 pela Direcção da Organização Regional de Portalegre, a Federação Distrital do PS de, «sem escrúpulos», pretender confundir os eleitores e as populações em geral. Em causa está a publicação, na página daquela estrutura do PS numa rede social, de um texto sobre a «alegada subida do município do Crato no denominado “índice de transparência municipal”, fazendo comparações com as Câmaras CDU». O PS garante que desde 2013 o município «subiu 209 posições», concluindo que em 2016 registou a «maior subida a nível nacional».

Porém, nota o PCP, para esta informação ser verdadeira o PS deveria ter referido que entre 2013 (quando era gerido pela CDU) e 2015 (já com maioria PS), o município do Crato desceu 132 posições no mesmo índice, tendo sido o quinto pior classificado a nível nacional. De facto, nesse ano de 2015, o município do Crato foi nada mais nada menos do que o 304.º classificado na mesma lista de transparência municipal (num universo de 308 municípios). A súbita passagem, em apenas um ano, da 304.ª para a 63.ª posição desse ranking explica-se pela alteração da gestão do sítio do município na Internet, pois o que esse índice verdadeiramente mede é, não a transparência dos municípios, mas apenas as informações que estes disponibilizam na Internet. Ou seja, ele nada tem a ver com questões como a transparência na governação ou a gestão dos dinheiros públicos, mas quanto muito com uma «transparência virtual», como realça o Partido. O próprio presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, do PS, já contestou a validade do índice.