- Nº 2270 (2017/06/1)

Chantagem do capital aprofunda crise económica e social na Grécia

Europa

GRÉCIA Os deputados do PCP no PE qualificam de «inadmissível a chantagem e pressão» da União Europeia sobre o governo de Atenas.

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Em comunicado, divulgado dia 25, os deputados do PCP no Parlamento Europeu recordam que os ministros das Finanças da zona euro decidiram, dia 22, adiar o pagamento da última parte do empréstimo à Grécia, mantendo «a inadmissível chantagem e pressão da União Europeia para que o governo SYRIZA/ANEL continue e intensifique a aplicação de mais denominadas “reformas” na Grécia contra os direitos e interesses dos trabalhadores e povo grego».

Os deputados do PCP consideram que «a manutenção e intensificação das denominadas políticas de austeridade na Grécia apenas contribuirão para o aumento do desemprego, da pobreza, das desigualdades, para o prosseguimento da destruição da economia deste país, para o aumento de uma dívida impagável e o agravamento dos constrangimentos que lhe estão associados, para agravar as condições de vida e o sofrimento do povo grego».

«É hoje claro que a política de intensificação da exploração, de empobrecimento, de privatizações, de dependência económica e subordinação externa, só serve os interesses do grande capital, que a União Europeia e o FMI representam, e tem demonstrado na prática que não é possível reestruturar a dívida em função dos interesses do povo grego no quadro do euro.»

O texto considera ainda «inaceitáveis os posicionamentos relativos à situação na Grécia que tenham como objectivo justificar ou escamotear as políticas de agressão da União Europeia contra os direitos dos trabalhadores e do povo grego».

Os deputados do PCP reafirmam «a solidariedade com a luta do trabalhadores e do povo grego que, nos últimos dias, em diversas acções, têm levantado a sua voz contra a diminuição dos salários e das pensões, o aumento de impostos, a redução do investimento na saúde e restantes direitos sociais, os cortes nos subsídios, como o de desemprego, o alargamento do programa de privatizações, a liberalização dos despedimentos, o ataque à contratação colectiva e ao direito à greve, entre outras medidas que visam intensificar a exploração, o saque e o domínio económico do grande capital, nomeadamente das grandes potências da UE».

Por último, os deputados do PCP realçam «a exigência e a necessidade da libertação dos constrangimentos e condicionamentos da União Europeia, do euro, e das políticas e instrumentos que lhe dão suporte», com vista a garantir «a soberania dos povos, a democracia, a justiça e progresso social, o direito ao desenvolvimento soberano de cada Estado».