O recrudescimento do fascismo e a luta dos povos foi o tema de um debate promovido pelo Sector Intelectual do Porto, recentemente realizado na Cooperativa Livreira Unicepe, com a participação do jornalista Alfredo Maia e do deputado do PCP no Parlamento Europeu Miguel Viegas. A moderação ficou a cargo de Marta Pereira, da Direcção do Sector. Nas diversas intervenções ficou claro que o surgimento e crescimento de organizações fascizantes são uma expressão da crise do capitalismo que surge ora sob a forma agressiva de milícias paramilitares, ora sob a expressão de partidos com um discurso demagógico, racista e xenófobo, que procuram iludir as verdadeiras causas da pobreza, do desemprego, da exclusão social.

Outra ideia que sobressaiu foi a constatação de que é a política de sucessivos governos ao serviço do grande capital financeiro – na União Europeia, nos Estados Unidos e noutras potências do campo imperialista – que é responsável pelo cavar das desigualdades, pela intensificação da exploração do trabalho e pelas guerras de rapina que destroem países e de onde partem todos os dias torrentes de refugiados em busca de paz e de uma vida digna. No entanto, com grande desfaçatez e enormes recursos mediáticos, os partidos da política de direita apresentam-se como a alternativa à extrema-direita e muitos eleitores vêem neles um «mal menor». Os oradores sublinharam ainda a convicção de que é possível outra política que defenda a paz, a democracia e a soberania dos povos, combata a exploração e afirme a igualdade de direitos. As forças que a representam, contudo, são sistematicamente silenciadas ou marginalizadas e também por isso a resistência e a luta contra o fascismo passa pelo conhecimento da verdade.