Estivadores paralisam portos de Espanha

ES­TIVA Os tra­ba­lha­dores da es­tiva por­tuária de Es­panha ini­ci­aram esta se­mana uma série de greves exi­gindo a ga­rantia dos postos de tra­balho, na sequência da li­be­ra­li­zação do sector.

Após a rup­tura das ne­go­ci­a­ções, foram mar­cadas oito jor­nadas de greve

Em luta desde há quatro meses contra a des­re­gu­la­men­tação la­boral, os es­ti­va­dores de Es­panha pro­cu­raram sempre a via do diá­logo e do com­pro­misso. Ao longo deste pro­cesso, as suas es­tru­turas re­pre­sen­ta­tivas des­con­vo­caram cerca de duas de­zenas de greves, na es­pe­rança de al­cançar um con­senso.

Um acordo de prin­cípio, fir­mado a 23 de Maio com re­pre­sen­tantes pa­tro­nais, pa­recia en­cerrar o con­flito, com ce­dên­cias de parte a parte. Os tra­ba­lha­dores acei­tavam re­du­ções sa­la­riais (até dez por cento) e um plano de re­formas an­te­ci­padas, en­quanto as em­presas se com­pro­me­tiam a ga­rantir o em­prego aos res­tantes tra­ba­lha­dores.

Porém, no dia 1, num en­contro ne­go­cial que devia selar o acordo, o pa­tro­nato mudou de po­sição, pe­dindo 15 dias para ana­lisar as ne­ces­si­dades de cada porto, e só de­pois re­to­maria o diá­logo.

Sen­tindo-se en­ga­nados, os sin­di­catos rom­peram as ne­go­ci­a­ções acu­sando o pa­tro­nato de já não querer ga­rantir o em­prego aos tra­ba­lha­dores ac­tuais. Por isso, re­to­maram os três dias de pa­ra­li­sação mar­cados para esta se­mana e anun­ci­aram ou­tras cinco jor­nadas de greve até ao final do mês, dias 14, 16, 19, 21 e 23.

Adesão total

O pri­meiro dia de greve, na se­gunda-feira, 5, teve uma adesão pra­ti­ca­mente total na es­ma­ga­dora mai­oria dos portos de Es­panha.

O pró­prio mi­nistro do Fo­mento, Íñigo de la Serna, em de­cla­ra­ções à agência EFE, re­co­nheceu a pa­ra­li­sação de «quase cem por cento» dos cerca de 6500 tra­ba­lha­dores da es­tiva.

Também a en­ti­dade pú­blica Pu­ertos del Es­tado re­velou que a greve foi «pra­ti­ca­mente total» nas 28 au­to­ri­dades por­tuá­rias, com ex­cepção do porto de Car­ta­gena, que não aderiu ao mo­vi­mento.

A pa­ra­li­sação foi ob­ser­vada apenas nas horas ím­pares, com início às nove da manhã até às oito horas do dia se­guinte, es­quema que per­mitiu cum­prir os exi­gentes ser­viços mí­nimos im­postos pela tu­tela, ou seja, a des­carga de todas as mer­ca­do­rias pe­ri­gosas ou pe­re­cí­veis e 50 por cento dos res­tantes ser­viços e ac­ti­vi­dade normal.

Apesar disso, o longo braço-de-ferro que se avi­zinha ameaça causar fortes per­tur­ba­ções na ac­ti­vi­dade por­tuária, por onde passam 86 por cento das mer­ca­do­rias que en­tram no país e 60 por cento das ex­por­ta­ções, num total de 350 mil mi­lhões de euros.




Mais artigos de: Europa

Agravamento das desigualdades penaliza trabalhadores franceses

As camadas mais pobres da população francesa viram a sua situação agravar-se na última década, período em que os rendimentos das camadas médias estiveram praticamente estagnados, revela um relatório da associação «Observatoire des...

Do anti-semitismo e do anti-sionismo

Duas semanas após a aprovação de uma resolução sobre a questão palestiniana, que confunde agressor e agredido e branqueia a histórica agressão de Israel ao povo palestino que prossegue criminosa e violentamente até aos dias de...