«Afirmar o compromisso com os trabalhadores, o povo e o País»

OBJECTIVOS IMEDIATOS E ESTRATÉGICOS

O PCP con­tinua a de­sen­volver in­tensa acção nas di­fe­rentes áreas de in­ter­venção.
Na As­sem­bleia da Re­pú­blica re­a­lizou-se, na se­gunda-feira, dia 12, o de­bate agen­dado pelo Grupo Par­la­mentar do PCP sobre pre­ca­ri­e­dade acom­pa­nhado pela apre­sen­tação de ini­ci­a­tivas le­gis­la­tivas tendo em vista re­solver o grave pro­blema da pre­ca­ri­e­dade la­boral que afecta cen­tenas de mi­lhares de tra­ba­lha­dores, com par­ti­cular in­ci­dência nas jo­vens ge­ra­ções.
De igual forma, no de­bate quin­zenal na AR da pas­sada quinta-feira, Je­ró­nimo de Sousa ques­ti­onou o pri­meiro-mi­nistro sobre as po­lí­ticas edu­ca­tivas do Go­verno e as so­lu­ções con­cretas para res­ponder aos pro­blemas do sector. Mas abordou igual­mente a pre­o­cu­pante si­tu­ação que se vive nos trans­portes pú­blicos, no­me­a­da­mente no Me­tro­po­li­tano de Lisboa, na Trans­tejo e na So­flusa. É uma si­tu­ação in­qui­e­tante com as em­presas pú­blicas de trans­portes à beira da pa­ra­lisia por falta de in­ves­ti­mento, pela re­dução de qua­dros ope­ra­ci­o­nais abaixo das ne­ces­si­dades mí­nimas, pelo afas­ta­mento dos utentes mo­ti­vado pela re­dução da oferta e pelo au­mento brutal dos preços. Ques­ti­onou ainda o pri­meiro-mi­nistro sobre as sus­peitas de cor­rupção na EDP e os lu­cros mo­no­po­listas desta em­presa (as cha­madas «rendas ex­ces­sivas»). Trata-se duma imensa fraude, con­sequência di­recta do pro­cesso de des­mem­bra­mento da EDP e da pri­va­ti­zação e li­be­ra­li­zação do «mer­cado eléc­trico», com graves pre­juízos para as fa­mí­lias, as em­presas e a eco­nomia na­ci­onal e que contou sempre com a frontal opo­sição e o firme com­bate do PCP.
O PCP cri­tica também as re­centes no­me­a­ções de re­pre­sen­tantes do Es­tado quer para altos cargos da ad­mi­nis­tração pú­blica quer para as em­presas do sector pú­blico em­pre­sa­rial, como foi o caso re­cente das no­me­a­ções para a TAP, onde o Es­tado as­sume ele­vadas res­pon­sa­bi­li­dades que de­ve­riam ser di­tadas pela de­fesa dos in­te­resses na­ci­o­nais.
O PCP re­a­firma que a opção de de­fesa do in­te­resse pú­blico, de­sig­na­da­mente no sector da avi­ação civil, exige uma outra po­lí­tica que en­frente os in­te­resses do ca­pital mo­no­po­lista as­se­gu­rando a re­cu­pe­ração do con­trolo pú­blico total da em­presa, de­sen­vol­vendo-a e mo­der­ni­zando-a e co­lo­cando-a ao ser­viço do País e de­veria, por­tanto, pres­supor a es­colha de pes­soas que dêem ga­ran­tias de de­fesa dos in­te­resses na­ci­o­nais.


No plano in­ter­na­ci­onal, o PCP tomou po­sição sobre os re­sul­tados das elei­ções le­gis­la­tivas no Reino Unido e em França (1.ª volta), res­pec­ti­va­mente, nos dias 8 e 11 de Junho. Sobre os re­sul­tados das elei­ções no Reino Unido, o PCP su­blinha que, tendo sido re­a­li­zadas num quadro po­lí­tico e me­diá­tico pro­fun­da­mente hostil a Je­remy Corbin e ao seu pro­grama, o au­mento sig­ni­fi­ca­tivo da vo­tação do Par­tido Tra­ba­lhista, a im­plosão da ex­trema-di­reita e a perda de mai­oria do Par­tido Con­ser­vador re­flectem uma von­tade de adopção de po­lí­ticas fa­vo­rá­veis aos tra­ba­lha­dores e ao povo. 
O PCP saúda o Par­tido Co­mu­nista Bri­tâ­nico e ou­tras forças pro­gres­sistas que, «en­fren­tando ma­no­bras de grande mag­ni­tude e gra­vi­dade, afir­maram a pos­si­bi­li­dade de um outro rumo e de uma outra po­lí­tica para o Reino Unido, con­trária ao pen­sa­mento único ne­o­li­beral e mi­li­ta­rista que nas úl­timas dé­cadas os dois mai­ores par­tidos bri­tâ­nicos pre­co­ni­zaram».
Quanto à pri­meira volta das elei­ções le­gis­la­tivas em França, os seus re­sul­tados, «tra­du­zindo ex­pres­sões po­lí­ticas e ide­o­ló­gicas do apro­fun­da­mento da crise es­tru­tural do ca­pi­ta­lismo na Eu­ropa e não dis­pen­sando uma apro­fun­dada re­flexão ul­te­rior, sus­citam sé­rias pre­o­cu­pa­ções».
O PCP «ex­pressa a sua con­fi­ança em que os tra­ba­lha­dores e as forças pro­gres­sistas fran­cesas não per­mi­tirão a ins­tau­ração neste grande País de um poder au­to­ri­tário ao ser­viço do grande ca­pital francês e eu­ropeu e de­fen­derão os in­te­resses dos tra­ba­lha­dores e do povo no ca­minho do pro­gresso so­cial».


Pros­segue a pre­pa­ração das elei­ções au­tár­quicas, di­na­miza-se um in­tenso tra­balho com a for­mação de can­di­da­turas, apre­sen­tação de can­di­datos, pres­tação de contas, ela­bo­ração de pro­gramas e de­sen­vol­vi­mento de uma ex­tensa rede de con­tactos vol­tados para o alar­ga­mento do apoio à CDU.
Noutro plano, a pre­pa­ração da Festa do Avante! entra numa nova fase com a re­a­li­zação da 1.ª jor­nada de tra­balho (quinta-feira, dia 15), a di­vul­gação da Festa e a venda an­te­ci­pada da EP.


Desen­volve-se também a luta de massas. De­pois da grande jor­nada que foi o Dia Na­ci­onal de Luta de 3 de Junho com largos mi­lhares de par­ti­ci­pantes nas ma­ni­fes­ta­ções em Lisboa e no Porto estão mar­cadas e em re­a­li­zação novas lutas em torno da acção rei­vin­di­ca­tiva nas em­presas, lo­cais de tra­balho e sec­tores.

O PCP con­ti­nuará a in­tervir para re­solver os pro­blemas do País e ga­rantir o pros­se­gui­mento do ca­minho da re­po­sição de di­reitos e ren­di­mentos e a ele­vação das con­di­ções de vida dos tra­ba­lha­dores e do povo.
Mas está cons­ci­ente de que o de­sen­vol­vi­mento so­be­rano do País im­plica so­lu­ções es­tru­tu­rais que não é pos­sível con­se­guir sem rup­tura com os cons­tran­gi­mentos ex­ternos as­so­ci­ados à po­lí­tica de di­reita e sem uma po­lí­tica al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de es­querda. Sendo certo que as grandes ba­ta­lhas por esses ob­jec­tivos es­tra­té­gicos são in­dis­so­ciá­veis da luta quo­ti­diana por ob­jec­tivos con­cretos e ime­di­atos, na fase da vida po­lí­tica que vi­vemos.