Venezuela derrota OEA e «pretensões imperiais»
MANOBRA Por falta de apoio, o Peru retirou numa reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA), no México, o projecto de resolução contra a Venezuela.
A Venezuela pediu a 26 de Março a sua retirada formal da OEA
LUSA
A ministra venezuelana dos Negócios Estrangeiros, Delcy Rodriguez, considerou o falhanço da manobra como uma «derrota» para as «pretensões imperiais».
De Cancun, onde representou a pátria de Bolívar na 47.ª Assembleia Geral da OEA, a ministra escreveu na sua conta da rede social Twitter que «a diplomacia da ALBA, dos povos, derrota as pretensões imperiais».
Informa a Prensa Latina que o projecto de resolução, que visava denegrir o governo do presidente Nicolás Maduro, não chegou a ser debatido na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da OEA sobre a situação na Venezuela. O documento era apresentado pelo Peru, Estados Unidos, México e Canadá.
A Venezuela pediu a 26 de Março a sua retirada formal da OEA acusando a organização de «fomentar a desestabilização e a intervenção estrangeira» contra o governo encabeçado por Maduro. Em Caracas e noutras cidades venezuelanas têm-se registado grandes manifestações populares anti-imperialistas e contra a ingerência da OEA na vida política dos venezuelanos.
Nesse contexto, o 1.º vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, afirmou que a reunião desta semana no México mostra o servilismo da OEA em relação aos interesses do imperialismo. E denunciou que essa atitude servil do organismo regional é «matéria vista», já que representa «o braço opressor dos Estados Unidos na América Latina».
Entretanto, mantém-se na Venezuela o clima de violência incentivado pelas forças reaccionárias desde que a 1 de Maio o presidente Nicolás Maduro anunciou a convocatória para uma Assembleia Nacional Constituinte. As eleições estão marcadas para 30 de Julho e já ninguém duvida de que, até lá, a reacção redobrará os esforços para fazer aumentar os níveis de ingovernabilidade e insegurança social, na tentativa de provocar uma ruptura da ordem constitucional. A apresentação da Venezuela como um «Estado falhado» e um «Estado fora de lei», em que a direita persiste com o apoio dos media internacionais ao serviço do imperialismo, mais não visa do que justificar uma intervenção militar dos EUA, já abertamente defendida pelos inimigos da revolução bolivariana.