No Festival de Almada é o público quem mais ordena

CUL­TURA Apre­sen­tado no dia 23, o pro­grama do 34.º Fes­tival de Te­atro de Al­mada, que de­corre entre 4 e 18 de Julho em vá­rios es­paços da ci­dade e também de Lisboa, consta de 26 pro­du­ções de di­versos países.

São vá­rias as peças in­ti­mistas, para pú­blicos pe­quenos

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Não ha­verá por esse mundo fora muitos exem­plos de ini­ci­a­tivas cul­tu­rais cuja mera apre­sen­tação do pro­grama des­perte tanta cu­ri­o­si­dade e mo­bi­lize tanto pú­blico como o Fes­tival de Al­mada. Foi o que acon­teceu uma vez mais na noite de sexta-feira, 23, na sala prin­cipal do Te­atro Mu­ni­cipal Jo­a­quim Be­nite (onde se en­contra se­diada a Com­pa­nhia de Te­atro de Al­mada, que, jun­ta­mente com o mu­ni­cípio, or­ga­niza o cer­tame), que se en­cheu com cen­tenas de pes­soas ávidas de co­nhecer as peças, as com­pa­nhias, os en­ce­na­dores e os ac­tores que darão vida a mais uma edição do fes­tival.

Como já fi­zera de manhã, na con­fe­rência de im­prensa de apre­sen­tação do pro­grama, Ro­drigo Fran­cisco, di­rector da com­pa­nhia e do fes­tival, des­tacou al­guns as­pectos da pro­gra­mação, a co­meçar pelo es­pec­tá­culo de honra, es­co­lhido pelo pú­blico na edição pas­sada: Hedda Ga­bler, de Henrik Ibsen, pelo Vis­joner Te­ater, de Oslo (No­ruega), que terá seis apre­sen­ta­ções, às 15 e 19 horas dos dias 5, 6 e 7 de Julho, sempre na Casa da Cerca.

His­tória do Cerco de Lisboa, uma co­pro­dução da Com­pa­nhia de Te­atro do Al­garve, Com­pa­nhia de Te­atro de Al­mada, Com­pa­nhia de Te­atro de Braga e Te­atro dos Aloés, com en­ce­nação de Ig­nacio García; Bo­vary, de Tiago Ro­dri­gues, pelo Théàtre de la Bas­tille e Te­atro Na­ci­onal D. Maria II; Ru­meurs et Pe­tits Jours, uma cri­ação co­lec­tiva do grupo belga Raoul Col­lectif; Golem, do grupo bri­tâ­nico 1927; e Van­gelo, de Pippo Del­bono, são al­gumas das res­tantes pro­postas da edição deste ano do Fes­tival de Al­mada.

Para além dos es­pec­tá­culos de sala, in­se­ridos no fes­tival há ainda mú­sica na es­pla­nada da Es­cola D. An­tónio da Costa (onde se situa o palco grande) e nou­tros lo­cais do con­celho. Fazem ainda parte do pro­grama cursos, pa­les­tras e de­bates com al­guns dos cri­a­dores e ac­tores pre­sentes no fes­tival.

 

Ex­pec­ta­tiva e en­tu­si­asmo

Como sempre acon­tece, o Fes­tival de Al­mada ho­me­na­geia uma fi­gura li­gada às artes de palco. Este ano a es­colha re­caiu sobre o ce­nó­grafo An­tónio La­garto, que Ro­drigo Fran­cisco disse ser «um dos mai­ores» dessa área. Uma ex­po­sição de ce­no­gra­fias e fi­gu­rinos da sua au­toria e uma ins­ta­lação pro­du­zida em par­ceria com o ar­qui­tecto Pedro Mira, pa­tentes na es­cola, darão a co­nhecer um pouco me­lhor a obra do ho­me­na­geado.

O cartaz deste ano é da au­toria do de­signer grá­fico Jorge dos Reis, que criou para a oca­sião um novo tipo, Ac­tores de Be­nite. Na Casa da Cerca, uma ex­po­sição de 20 car­tazes para a cul­tura, 20 le­tras ti­po­grá­ficas, 20 li­vros e pu­bli­ca­ções, 20 ca­tá­logos da obra, 20 iden­ti­dades grá­ficas, 20 de­se­nhos de pro­cesso para o cartaz do fes­tival e 20 pin­turas sobre papel evocam as duas dé­cadas de ac­ti­vi­dade do ar­tista.

Quer na con­fe­rência de im­prensa quer na apre­sen­tação pú­blica do pro­grama, à noite, Ro­drigo Fran­cisco cri­ticou a falta de in­ves­ti­mento na cul­tura por parte do Es­tado, pa­tente no facto de o nível de fi­nan­ci­a­mento do Fes­tival estar ao nível de 1997. Da parte da au­tar­quia, tanto o pre­si­dente Jo­a­quim Judas como o ve­re­ador An­tónio Matos de­cla­raram o seu com­pro­misso firme com o de­sen­vol­vi­mento cul­tural do con­celho, que faz dele uma das ca­pi­tais do te­atro – e da cul­tura – em Por­tugal.

Se a ex­pec­ta­tiva re­la­tiva à pro­gra­mação deste que é um dos mai­ores e mais im­por­tantes fes­ti­vais de te­atro da Eu­ropa é sempre grande, maior é ainda a con­fi­ança do pú­blico na sua qua­li­dade. A com­prová-lo está o facto de, na vés­pera de ser co­nhe­cido o pro­grama, terem já sido ven­didas mais de me­tade das as­si­na­turas (ca­der­netas de bi­lhetes para todos os es­pec­tá­culos) dis­po­ní­veis. É, por­tanto, pre­vi­sível, que muitos dos es­pec­tá­culos te­nham casa cheia.




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