A Itália ameaça fechar os seus portos a navios com pavilhão estrangeiro com migrantes a bordo socorridos no Mediterrâneo, segundo noticiou, dia 28 a Agência France Presse.

Segundo a imprensa italiana, o representante italiano junto da União Europeia, Maurizio Massari, reuniu-se em Bruxelas com o comissário europeu encarregado da Imigração, Dimitri Avramopoulos, e entregou-lhe uma carta na qual a Itália considera que, na sequência da chegada maciça de migrantes nos últimos dias, «a situação atingiu os limites do suportável».

A guarda-costeira italiana está a coordenar as operações de salvamento no Mediterrâneo, que envolvem numerosos barcos estrangeiros, muitos deles fretados pelas Organizações Não Governamentais.

Todos os migrantes resgatados são transportados para os portos italianos e posteriormente distribuídos pelos centros de acolhimento, quase todos lotados.

A Itália tem vindo a pedir solidariedade por parte dos parceiros europeus na gestão da crise migratória, intensificada com um aumento das chegadas de migrantes da Líbia.

Segundo o Ministério da Administração Interna italiano, mais de 73 300 migrantes chegaram a território italiano desde o início do ano, um acréscimo de 14 por cento face ao mesmo período de 2016.

De acordo com o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (HCR), mais de duas mil pessoas morreram ou desapareceram ao tentar atravessar o Mediterrâneo desde o início do ano.