Entrevista a Bernardino Soares, presidente da Câmara Municipal de Loures

«Loures ganhou credibilidade e um peso político de que estava destituído»

De­pois de 12 anos de es­tag­nação e má gestão do PS, que ha­viam in­ter­rom­pido o ca­minho de pro­gresso até aí im­pri­mido pela CDU, o Mu­ni­cípio de Loures voltou há quatro anos a re­tomar uma rota de de­sen­vol­vi­mento. Re­con­quis­tada a Câ­mara pela Co­li­gação com uma equipa li­de­rada por Ber­nar­dino So­ares, os re­sul­tados não se fi­zeram es­perar e o tra­balho re­a­li­zado em prol do con­celho e da sua po­pu­lação é hoje um trunfo que dá sen­tido e re­no­vada con­fi­ança à con­ti­nui­dade de um pro­jecto an­co­rado numa só­lida li­gação às pes­soas, na in­tran­si­gente de­fesa do in­te­resse pú­blico, sempre com os olhos no fu­turo.

«Vamos dizer às pes­soas que não podem perder a opor­tu­ni­dade de con­ti­nuar a ter a CDU»

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Loures, com a CDU, evo­luiu, inovou, al­cançou in­di­ca­dores no­tá­veis que a dis­tin­guiram. O que sig­ni­ficou a in­ter­rupção desse per­curso com a an­te­rior gestão PS?
Os 12 anos de PS à frente da Câ­mara cri­aram vá­rios pro­blemas. Um deles foi o fim de po­lí­ticas mu­ni­ci­pais, que davam frutos na área so­cial, da cul­tura ou do des­porto. Por outro lado, houve uma perda da ca­pa­ci­dade ope­ra­ci­onal, so­bre­tudo nas áreas ope­rá­rias, quer com a re­dução de pes­soal quer com a falta de equi­pa­mentos, ou a sua não ma­nu­tenção.

Acresce a questão fi­nan­ceira, so­bre­tudo a dí­vida a for­ne­ce­dores. E em geral ve­ri­fi­cava-se uma au­sência de cre­di­bi­li­dade da au­tar­quia.

Essas di­fi­cul­dades con­di­ci­o­naram a apli­cação do pro­grama com que a CDU se apre­sentou aos elei­tores?
Foram um travão à re­so­lução de muitos dos pro­blemas. Como sa­bíamos que a si­tu­ação da Câ­mara não seria boa apre­sen­támos um pro­grama muito re­a­lista. Mas fi­zemos muito mais do que es­tava no pro­grama elei­toral.

Queres des­tacar al­gumas das suas li­nhas de força?
Desde logo a re­cu­pe­ração fi­nan­ceira da Câ­mara. Re­du­zimos a dí­vida a for­ne­ce­dores de mais de 26 mi­lhões de euros, no final de 2013, para menos de três mi­lhões, no final de 2016. Sendo que destes três mi­lhões, 97% era dí­vida com menos de um mês, e, por­tanto, era a dí­vida cor­rente. Ter­mi­námos neste mês de Junho os pa­ga­mentos em atraso.

Mas a partir daí as coisas mu­daram...
Essa re­cu­pe­ração, quando se con­subs­tan­ciou, per­mitiu-nos passar a ter, a partir do ano pas­sado, uma gestão mais normal, dentro das li­mi­ta­ções de todas as au­tar­quias, mas já sem o peso de toda a dí­vida em cada or­ça­mento.

E que pri­o­ri­dades foram as­su­midas?
As­su­mimos a pri­o­ri­dade de au­mentar o in­ves­ti­mento em infra-es­tru­turas. Em es­colas - uma nova em Ca­ma­rate, que que es­tava em con­ten­tores há oito anos e a re­cons­trução (nal­guns casos total) de meia dúzia de ou­tros es­ta­be­le­ci­mentos de en­sino -, em 70 km de pa­vi­men­ta­ções em rede viária (que es­teve com­ple­ta­mente ao aban­dono nos 10 anos an­te­ri­ores), num grande centro co­mu­ni­tário e em re­a­bi­li­tação ur­bana.

Também na cul­tura e des­porto, bem como no apoio ao as­so­ci­a­ti­vismo. En­con­trámos uma dí­vida de quase 400 mil euros ao mo­vi­mento as­so­ci­a­tivo. Pa­gámos essas dí­vidas e au­men­támos o apoio ao as­so­ci­a­ti­vismo e aos bom­beiros.

Queres des­tacar ou­tras pri­o­ri­dades da CDU nestes quatro anos?
A re­a­bi­li­tação ur­bana. Lan­çámos quatro pro­jectos de re­a­bi­li­tação ur­bana em Loures, Mos­ca­vide, Sa­cavém e Ca­ma­rate (três já em obra e um em fase de ela­bo­ração de pro­jecto). A ló­gica é re­novar o es­paço pú­blico e com isso di­na­mizar a eco­nomia local e a vi­vência dos cen­tros das vilas e ci­dades, in­ver­tendo o de­clínio das úl­timas dé­cadas.

Nas pri­o­ri­dades in­cluiu-se também as AUGI?
Sim. As pes­soas es­tavam muito des­crentes, porque nos úl­timos ti­nham-lhes sido feitas su­ces­sivas pro­messas de re­so­lução rá­pida para con­quistar o seu voto. Re­to­mámos, re­cons­truimos uma re­lação de con­fi­ança entre a Câ­mara e os bairros e au­men­támos a in­ter­venção di­recta do mu­ni­cípio nos pro­cessos de le­ga­li­zação.

Sa­bemos que à re­lação com o te­cido em­pre­sa­rial foi dada também uma par­ti­cular atenção.
O nosso tra­balho com as em­presas é pri­o­ri­tário. Criámos uma agência de in­ves­ti­mento para ser o in­ter­lo­cutor das em­presas para todo o re­la­ci­o­na­mento com a Câ­mara. Temos tra­ba­lhado também com vá­rias uni­ver­si­dades e es­ta­be­le­cido a li­gação entre estas e as em­presas.

Criámos o Loures Inova, uma es­tru­tura vi­rada para os pro­jectos de ino­vação e que con­grega já mais de 40 em­presas e ou­tras ins­ti­tui­ções.

É pos­sível quan­ti­ficar o in­ves­ti­mento cap­tado?
Nos úl­timos anos, através da agência, já con­se­guimos que se re­a­li­zassem cerca de 150 mi­lhões de euros de in­ves­ti­mento, com a cri­ação de cerca de 1500 postos de tra­balho.

E quanto aos SMAS?
Quando che­gámos o mu­ni­cípio de Odi­velas e es­tava à beira de pri­va­tizar as águas e pre­pa­rava a pri­va­ti­zação dos re­sí­duos. Por opção po­lí­tica mas também por não par­ti­ci­parem na gestão. E con­se­guimos em poucos meses chegar a um en­ten­di­mento. Isso foi talvez a coisa mais im­por­tante que fi­zemos no man­dato: ga­rantir que con­ti­nu­amos a ter o ser­viço pú­blico de água, de re­sí­duos e de sa­ne­a­mento.

Em que me­dida é que a po­pu­lação foi en­vol­vida nas op­ções de gestão e nas di­nâ­micas cri­adas?
Foi uma pri­o­ri­dade. Pa­rece-nos que a pro­xi­mi­dade é não só um dever, mas um mag­ní­fico ins­tru­mento de gestão. Porque quanto mais pró­ximo es­tamos da po­pu­lação, dos seus pro­blemas, me­lhor sa­bemos de­cidir.

Este ba­lanço de obra feita não deixa dú­vidas quanto ao cum­pri­mento do pro­grama da CDU.
O pro­grama foi su­pe­rado na maior parte dos casos. Claro que houve áreas onde gos­ta­ríamos de ter ido mais longe. Por exemplo, na me­lhoria das con­di­ções de aten­di­mento à po­pu­lação ou na re­no­vação da rede de águas.

Po­demos dizer que Loures, com a gestão CDU nestes quatro anos, re­ga­nhou cen­tra­li­dade e im­por­tância.
Esse é um dos as­pectos mais po­si­tivos deste man­dato. Temos cre­di­bi­li­dade não só junto da po­pu­lação, mas também junto de ou­tras en­ti­dades que nos abre muitas portas de co­la­bo­ração para re­solver pro­blemas. No plano po­lí­tico o mu­ni­cípio ga­nhou um peso de que es­tava to­tal­mente des­ti­tuído.

«Só com a CDU é pos­sível con­ti­nuar o de­sen­vol­vi­mento do con­celho»

Fa­lemos dos pro­jectos para os pró­ximos quatro anos.
A re­cu­pe­ração da rede viária e das es­colas con­ti­nu­arão a ser pri­o­ri­dade a par com a re­no­vação de redes de água.

Uma questão cen­tral são os trans­portes pú­blicos. Lan­çámos agora uma pe­tição para ex­tensão do me­tro­po­li­tano ao con­celho, que já tem quase 20 mil as­si­na­turas, e é in­dis­pen­sável que este pro­jecto avance. Que­remos também apostar ainda mais na cul­tura, even­tu­al­mente com um equi­pa­mento cul­tural para pro­gra­mação per­ma­nente.

Mais pro­jectos?
Na área do am­bi­ente, para além da cons­trução de novos par­ques ur­banos, há também dois grandes pro­jectos. Um é a cri­ação na Várzea de Loures de um grande parque de con­tacto com a na­tu­reza; o outro é o Parque do Tejo em que se pre­tende im­plantar uma in­fra­es­tru­tura am­bi­en­tal­mente sus­ten­tável que per­mita o atra­ves­sa­mento dessa área junto ao rio desde Santa Iria da Azóia, até à Foz do Trancão.

E como en­caras o papel dos tra­ba­lha­dores mu­ni­ci­pais?
Os tra­ba­lha­dores têm sido es­sen­ciais para a con­cre­ti­zação dos pro­jectos que a CDU de­cidiu levar por di­ante. Uma das pri­o­ri­dades deste man­dato de­fender os di­reitos dos tra­ba­lha­dores do mu­ni­cípio. Desde logo com a cla­ri­fi­cação as 35 horas se­ma­nais de tra­balho a cor­recção das car­reiras de cerca de 150 tra­ba­lha­dores ou as novas con­tra­ta­ções.

Em re­sumo, há boas ra­zões para a po­pu­lação re­novar o voto de con­fi­ança na CDU em Ou­tubro pró­ximo.
Vamos para as elei­ções com con­fi­ança, mas com a cons­ci­ência também de que é pre­ciso fazer o com­bate po­lí­tico junto das pes­soas, tal como fi­zemos em todo o man­dato, para lhes dizer que não podem perder a opor­tu­ni­dade de con­ti­nuar a ter a CDU a di­rigir os des­tinos do con­celho.

Uma per­gunta mais pes­soal: foste líder par­la­mentar, hoje és au­tarca. São res­pon­sa­bi­li­dades assim tão di­fe­rentes?
As res­pon­sa­bi­li­dades são di­fe­rentes porque aqui os pro­blemas estão muito pró­ximos, exigem res­posta ime­diata e pre­ci­samos de ad­quirir ca­pa­ci­dade de gestão, da es­tru­tura, dos re­cursos hu­manos, fi­nan­ceiros. Mas as ques­tões fun­da­men­tais são as mesmas: grande pro­xi­mi­dade com a po­pu­lação, tal qual acon­tece com o nosso Grupo Par­la­mentar e uma de­fesa in­tran­si­gente do in­te­resse pú­blico e dos in­te­resses das po­pu­la­ções e dos tra­ba­lha­dores. Isso é igual e é isso que dis­tingue os co­mu­nistas e a CDU, seja na AR seja nas au­tar­quias lo­cais.




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Força in­dis­pen­sável e ne­ces­sária para a de­fesa dos mais ge­nuínos in­te­resses das po­pu­la­ções, também no dis­trito de Lisboa a CDU, a grande força au­tár­quica na­ci­onal, quer con­ti­nuar a avançar, acres­cen­tando força à luta e à razão de todos os que as­piram a uma outra po­lí­tica, pa­trió­tica e de es­querda, no plano na­ci­onal.

O seu pro­jecto au­tár­quico – como a re­a­li­dade e os exem­plos o com­provam – dis­tingue-se dos ou­tros, por estar con­so­li­dada não em ideias avulsas, mas na con­signa de «tra­balho, ho­nes­ti­dade e com­pe­tência».

Em en­tre­vista ao Avante!, João Fer­reira e Ber­nar­dino So­ares, pri­meiros can­di­datos da Co­li­gação PCP-PEV às câ­maras de Lisboa e Loures, res­pec­ti­va­mente, falam do tra­balho re­a­li­zado, tanto em opo­sição, como à frente dos des­tinos de uma au­tar­quia, e apre­sentam so­lu­ções e pro­postas para trans­formar e me­lhorar a qua­li­dade de vida das pes­soas.

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